Além das sombras.•ᴄᴀʀʟ ɢʀɪᴍᴇs

3. Um passo

𝘈 𝘷𝘦𝘳𝘥𝘢𝘥𝘦, é 𝘲𝘶𝘦 𝘧𝘢𝘮í𝘭𝘪𝘢 𝘱𝘰𝘥𝘦 𝘴𝘦𝘳 𝘮𝘢𝘪𝘴 𝘥𝘰 𝘲𝘶𝘦 𝘢𝘲𝘶𝘦𝘭𝘦𝘴 𝘤𝘰𝘮 𝘲𝘶𝘦𝘮 𝘤𝘰𝘮𝘱𝘢𝘳𝘵𝘪𝘭𝘩𝘢𝘮𝘰𝘴 𝘴𝘢𝘯𝘨𝘶𝘦. 𝘗𝘰𝘥𝘦𝘮𝘰𝘴 𝘦𝘴𝘤𝘰𝘭𝘩𝘦𝘳.

Octavia Smith

Ficar dentro de Alexandria não era a melhor opção para mim e não demorou muito para todos perceberem isso. Eu me sentia inquieta, sufocada e angustiada com a sensação de conforto e segurança que o lugar proporcionava.

Eu praticamente me criei no mundo lá fora, lutando por tudo o que eu precisava. Agora, ter água e comida facilmente disponíveis, sem muito esforço, não me parecia certo. Sentia que estava perdendo minhas habilidades de sobrevivência e a conexão com o mundo real.

Decidi me candidatar para ajudar nas buscas por suprimentos. Era uma tarefa que me permitiria sair dos limites da comunidade e explorar o mundo lá fora novamente. Eu precisava sentir a adrenalina e a incerteza que vinham com essa busca constante por recursos.

Com o apoio de alguns membros do grupo, fui designada para saídas regulares em busca de alimentos, água e outros itens essenciais. A cada expedição, eu me reencontrava com minha essência de sobrevivente, utilizando minhas habilidades de rastreamento, furtividade e luta para lidar com os perigos que encontrávamos no caminho.

Eu me sentia viva novamente, desafiada a todo momento e lembrando por que eu continuava lutando. Cada vez que voltava a Alexandria com suprimentos valiosos, sentia que estava contribuindo para a sobrevivência de todos.

Embora ainda houvesse desconfiança e olhares cautelosos quando eu retornava, eu sabia que estava fazendo a coisa certa. Meu papel nas buscas por suprimentos se tornou uma parte essencial da dinâmica da comunidade, e eu encontrei um equilíbrio entre a vida em Alexandria e a vida fora dos muros.

Dentro de mim, sabia que nunca me encaixaria completamente naquela rotina segura e previsível. Eu era uma alma inquieta, destinada a vagar pelo mundo pós-apocalíptico em busca de desafios e significado. E enquanto continuasse a ajudar a comunidade de Alexandria, também encontraria minha própria satisfação e propósito.

—Nossa, isso foi muito maneiro— Falei animada enquanto voltava com Daryl de uma caçada.

— Você é bem estranha né? — Riu de lado enquanto me olhava falar animado sobre o grupo de zumbis que encontramos e quase não nos safamos.

—Vai me dizer que você não gosta disso? Qual é Daryl, eu vejo isso nos seus olhos, você adora— Eu estava andando de costas para poder olhar melhor pra ele e ele tentava não me dar confiança e manter toda a pose de durão dele.

—Olha pra frente— Mandou e eu neguei com a cabeça, coisa que eu me arrependi no momento em que senti meu corpo bater contra o chão. — Eu avisei.

—Agora vou ter que tomar banho— Resmunguei me levantando tentando tirar o máximo de lama do meu rosto possível.

— Banho é bom, as vezes— Implicou comigo e eu gargalhei.

—Eu tô a três semanas na sua casa e não vi você tomando banho nenhuma vez, não queira me enganar Daryl Dixon— Eu falava tudo em tom de brincadeira, implicando com ele e por mais que ele sempre tentasse se manter sério, ele acabou rindo.

—Eu tomo banho— Tentou se defender.

—Vamos ver então — Falei abraçando ele sujando ele de lama, eu não tinha pensado direito, eu não era de abraçar e nem de ser infantil mas as vezes eu acabo agindo como uma adolescente, não que eu não seja uma.— Se você estiver marcado assim amanhã, saberemos a resposta.