08. Olhos não mentem

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𝘕𝘢𝘥𝘢 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘶𝘮 𝘱𝘰𝘶𝘤𝘰 𝘥𝘦 𝘥𝘰𝘳 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘵𝘦 𝘭𝘦𝘮𝘣𝘳𝘢𝘳 𝘲𝘶𝘦 𝘦𝘴𝘵á 𝘷𝘪𝘷𝘰.

Octavia Smith

Abri meus olhos lentamente e me deparei com a escuridão do canto em que estava deitada. O ar úmido e gelado penetrava em minha pele, enquanto um cobertor fino e rasgado tentava me aquecer em vão. Me encolhi, sentindo a sensação desconfortável se espalhar por todo o meu corpo. Era evidente que a noite iria ser longa.

Ao me sentar, um vazio no estômago me atingiu como um soco, seguido por um arrepio percorrendo minha espinha. A fome se tornou insuportável, consumindo cada fibra do meu ser. Eu sabia que precisava encontrar algo para comer, mesmo que fosse apenas uma pequena quantidade para aplacar minha necessidade imediata.

Com esforço, levantei-me do chão frio, sentindo meus músculos protestarem contra o movimento. Meus olhos cansados buscaram desesperadamente por qualquer sinal de comida. Finalmente, eles encontraram um saco plástico jogado em um canto empoeirado da sala.

Renovando minhas esperanças, me aproximei do saco e o abri cuidadosamente. Meus olhos se iluminaram ao encontrar alguns pedaços de pão endurecido e uma maçã murcha. Era pouco, mas o suficiente para acalmar minha fome momentaneamente.

Sem perder tempo, comecei a comer o pão, sentindo seu gosto seco e sem sabor encher minha boca. A maçã, apesar de estar longe de ser fresca, trouxe um leve sabor doce que fez com que eu sorrisse levemente.

Mesmo parecendo loucura, oque me fazia ter esperanças, era a ideia de que Darly não me deixaria aqui, que ele iria arranjar um jeito, eu tinha que acreditar nisso mesmo fazendo quase uma semana.

Enquanto mastigava o último pedaço de pão, meu pensamento voltou para Daryl. Ele sempre foi o meu porto seguro, alguém em quem eu confiava cegamente. Desde que vim embora com Negan, a imagem de Daryl lutando para me proteger permanecia vívida em minha mente, mesmo que isso ainda não tenha acontecido.

Apesar do tempo que havia se passado, eu me recusava a perder a esperança. Eu sabia que Daryl estava lá fora, lutando para me trazer de volta para casa. Ele não me deixaria para trás, isso eu tinha certeza, bom, eu acho que tenho.

O tempo parecia se arrastar, mas eu não poderia surtar, eu estava vivendo como Negan queria, comer quando ele deixava, tomar banho, dormir, nada dependia mais de mim.

Me deitei no colchão fino outra vez, sentindo a fome diminuir mas não sumir, ela ainda estava lá mas era oque eu tinha no momento, senti meus olhos pesarem e agradeci por conseguir dormir outra vez.

—Bom dia, luz do meu dia— Negan falou abrindo a porta com força, me fazendo pular com o susto.— Se assustou foi, garota? Vamos dar um passeio.

—Eu não quero ir pra lugar nenhum com você— Respondi cruzando os braços.

—Mas você vai, levanta logo e vamos, seus amigos vão gostar de ver você.

—Você vai em Alexandria?— Perguntei tentando não mostrar nenhuma animação.

Negan não me respondeu, eu apenas o segui, entrando no carro, ele me deu a ordem de não falar com ninguém mesmo se falassem comigo, eu só andaria e falaria com a permissão dele.

—Porquinho, Porquinho, me deixe entrar!— Gritou nos portões de Alexandria como se fosse o lobo mal.

— Você disse um mês, só tem uma semana. — Rick falou se aproximando.

—Senti saudades. — Negan respondeu com seu típico deboche— Vem Octavia, do meu lado.

Eu sentia tanta falta de Alexandria que parecia que já haviam passado meses, anos, cada minuto do santuário é um grande inferno, Daryl se aproximou de nós e eu dei um sorriso involuntário ao ver ele mas ele nem se quer me olhou, ele sabia que eu estava ali, ele só não se importou.

Além das sombras.•ᴄᴀʀʟ ɢʀɪᴍᴇs Onde histórias criam vida. Descubra agora