Além das sombras.•ᴄᴀʀʟ ɢʀɪᴍᴇs

4. O grande inferno mental

𝘌𝘶 𝘢𝘤𝘩𝘢𝘷𝘢 𝘲𝘶𝘦 𝘰 𝘱𝘪𝘰𝘳 𝘴𝘦𝘯𝘵𝘪𝘮𝘦𝘯𝘵𝘰 𝘦𝘳𝘢 𝘱𝘦𝘳𝘥𝘦𝘳 𝘢𝘭𝘨𝘶é𝘮 𝘲𝘶𝘦 𝘴𝘦 𝘢𝘮𝘢, 𝘮𝘢𝘴 𝘦𝘴𝘵𝘢𝘷𝘢 𝘦𝘳𝘳𝘢𝘥𝘢. 𝘖 𝘱𝘪𝘰𝘳 é 𝘲𝘶𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘷𝘰𝘤ê 𝘱𝘦𝘳𝘤𝘦𝘣𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘱𝘦𝘳𝘥𝘦𝘶 𝘢 𝘴𝘪 𝘮𝘦𝘴𝘮𝘢.

O cap pode conter gatilhos de assédio, quando começar a fonte irá ficar nessa e quando acabar voltará a normal.

Octavia Smith

Acho que já fazia mais de um mês que cheguei em Alexandria, a verdade, é que nunca fui de reparar no tempo, na passagem dele, eu só sabia que dias eram claros e quentes, noites frias, escuras e solitárias mas aqui não, aqui os dias eram cheios de um sentimento bom e as noites, eu estava aquecida com pessoas que gosto.

—O que tá fazendo aí bichinha? — Daryl chamou minha atenção, me fazendo rir pelo apelido bobo que me deu a alguns dias.

—Observando as pessoas— Falei olhando cada canto daquele lugar, as pessoas andando juntas, conversando. — Aqui é assim sempre?

—Bom, tivemos problemas lá atrás, nunca se perguntou como Carl perdeu o olho?

— Já mas assim como não gosto que me perguntem sobre meu passado, não iria perguntar sobre o dele— Dei de ombros e ele concordou com a cabeça.

—A alguns anos, Carl devia ter seus 14 quase 15 anos, tivemos uma invasão...

Daryl me contou sobre os wolfs e sobre como a família de Ron foi assassinada na frente dele e por conta desse momento de desespero, ele atirou no Carl querendo acertar Rick.

—Perai, o Ron literalmente atirou no olho do Carl? — Perguntei sem acreditar— E mesmo assim ele ainda tá aqui? vivendo entre vocês de boa?

Daryl deu um suspiro pesado antes de responder, parecendo reviver aqueles momentos difíceis em sua mente.

— É, foi um acidente terrível. Mas, no final das contas, Rick e Carl decidiram perdoar o Ron. Eles acreditaram que, apesar de tudo, ele ainda merecia uma chance de se redimir. Ron passou por um processo de mudança e arrependimento, e desde então tem buscado se tornar uma pessoa melhor.

Eu olhei para Daryl, tentando processar a complexidade dessa situação. Era difícil compreender como alguém poderia perdoar um ato tão grave, especialmente quando envolvia a perda de um olho.

— Eu entendo que o perdão pode ser poderoso, mas não consigo imaginar como Carl superou isso. Deve ter sido um desafio enorme para ele lidar com a dor e seguir em frente.

Daryl assentiu, mostrando compreensão.

— Carl é uma pessoa notável, forte e resiliente. Ele encontrou força dentro de si mesmo para perdoar e transformar essa experiência em uma oportunidade de crescimento. Ele não queria ser definido pelo que aconteceu, mas sim pelo tipo de pessoa que ele escolheu ser. E, sinceramente, acho que todos nós aprendemos algo com ele nesse processo.

Eu refleti sobre as palavras de Daryl, admirando a capacidade de Carl de superar adversidades e encontrar uma maneira de seguir em frente. Era um lembrete de que, apesar das cicatrizes do passado, podemos encontrar cura e renovação dentro de nós mesmos.

— É inspirador ver como as pessoas aqui em Alexandria são capazes de se apoiar e construir um futuro juntos, apesar de todas as dificuldades que enfrentaram. Essa comunidade realmente tem algo especial.