despedida.

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Enquanto riam da situação que acabara de acontecer, Xiao sorriu a encarando nos olhos. Tudo isso, todo aquele momento... era confuso, mas o fazia bem. Katherine o fazia feliz. Ele queria poder entender tudo aquilo que estava sentindo, era uma forte atração pela garota, muito estranho. Decidiu então por encontrar Morax e buscar entender esses sentimentos malucos. Talvez ele saiba como ajudar.

- Kath, eu...

Tomada pela adrenalina e seus instintos, a azulada avançou para cima do Yaksha, juntando seus lábios. Mas... não foi retribuida. Os lábios do rapaz não se mexiam, ele não sabia como reagir, como fazer, não entendeu o que tinha acabado de acontecer, mas também não a afastou. Só... ficou paralisado. Era uma sensação boa estar junto aos lábios dela... mas Xiao não sabia como reagir. Percebendo o possível erro que cometera, Katherine se afastou pasma, inquieta e falou gaguejando.

- e-eu... preciso ir. Me desculpe p-por essa situação.

-Ka...

Virando de costas, a azulada saiu correndo. Queria se esconder, esconder suas bochechas ruborizadas, sumir do mundo, das galáxias, nunca mais ser vista, ter sua própria existência aniquilada. Por que aquilo doía tanto...?

Lágrimas quentes corriam por sua bochecha enquanto a mesma se afastava do Yaksha e se perdia pelas montanhas. Só queria fugir o mais rápido possível, talvez até mesmo voltar para Mondstadt e fingir que tudo isso não passou de um sonho. Era uma vergonha alheia imensa.. ela acabou com tudo, deu o primeiro passo e foi fracassado.

Logo mais a frente encontrou um grupo de Hilichurls dançando em volta de uma fogueira. Assim que os mesmos a perceberam, partiram para a batalha. A azulada sacou sua espada e lutou contra eles, descontando as frustrações que sentia sobre ela mesma. O quão idiota foi ter beijado ele sem conscentimento e sem a certeza de que ele sentia o mesmo.

Matando os monstros e se acalmando, Katherine se sentou no chão perto da fogueira e desabou a chorar. Queria tirar toda a angústia de seu coração.

Os dias em Liyue pareciam ter perdido a cor, escurecendo mais rápido, logo se tornando noite. Quando menos esperavam, o sol já estava por trás do Albergue, na linha do horizonte, tornando tudo mais alaranjado para a chegada da lua.

Do relevo de Jueyun para o albergue demorava muito indo a pé, Lumine havia ido preparada para essa jornada, levando aperitivos, assim como Katherine, mas a azulada não chegou a voltar ao albergue com a mesma. Se acalmando, pensou que não seria nada legal perder a amizade de Xiao, então pensou em algo para poder se desculpar adequadamente.

- Xiao estava colhendo flores mais cedo...- a mesma pensou. Subiu em uma das montanhas e achou algumas qingxins, decidindo que seria uma boa idéia lhe presentear com flores e uma possível cartinha de desculpas.

De volta ao albergue, com as flores em mãos e decidida a conversar com ele, subiu ao quarto para escrever a cartinha. Passando pela varanda, pôde escutar o mesmo conversando com Lumine.

- eu preciso dizer a ela... talvez Kath tenha me entendido errado.

Com um pingo de esperança, a azulada sorriu e subiu as escadas. Aquela palavra ecoava por seus ouvidos. Kath... será que ele realmente não sabia o nome dela?

Enrolou a cartinha nas flores, como uma forma de buquê, e decidiu ir atrás de Xiao. Conversar direitinho e se desculpar educadamente por seus atos mais cedo. Mas passando pela varanda novamente, viu a cena que mais temia... as flores caíram de sua mão no mesmo instante.

- aceita passar o resto de seus dias comigo e ser minha namorada? -Xiao estava de joelhos... segurando uma pequena florzinha e a estendendo para Lumine. O baque das flores contra o chão foi tão alto que ambos olharam para a azulada na entrada da varanda. Seus olhos estavam encharcados de novo... e ela tremia muito.

Sem pegar o buquê, limpou as lágrimas na manga da camisa e deu as costas, voltando ao quarto, de onde nem deveria ter saído para princípio de conversa.

- Kath, espera! - o rapaz correu ao encontro da azulada, que não dava a mínima e continuava andando. Em suas mãos, ele segurava o buquê de qingxings. - Hey, precisamos conversar. - segurou a mão da mesma, que se virou para ele e sorriu sarcástica.

- Não quero saber se a Lumine aceitou ser sua namorada, obrigada. Não me convidem pro casamento.

- Kath, mas... que?? Você entendeu errado, eu...

- o que? Vai dizer que eu sou surda, ou pedir pra mim esquecer tudo aquilo, não vai? Eu vi tudo! E ouvi. Não preciso que me dê explicações, agora entendi tudo. Você cuidou de mim por que seu dever é proteger Liyue e quem habita aqui, não era nada pessoal ou sentimental, a bocó aqui acreditou que podia haver algo recíproco nessa loucura.

- Mas há!! E eu me importo contigo, não foi por eu ter que proteger Liy...

- VOCÊ NÃO SABE NEM A PORRA DO MEU NOME! Não diga que se importa...

Xiao estava com água nos olhos pela primeira vez, e ele não entendeu o que estava acontecendo... seu coração estava mais agitado, ele queria abraçar a garota, queria fazer ela acreditar que tudo não passou de um mal entendido, mas ela não acreditaria...

- Kath...

Katherine adentrou seu quarto, fechando a porta na cara do rapaz e o deixando confuso do lado de fora. Rapidamente abriu sua mochila, pegando sua vestimenta de hilichurl, decidindo que isso seria a melhor opção no momento. Voltar pra casa...

Guardou todos os seus pertences, trocou de roupa, e discretamente pulou a janela, usando seu planador. Queria voltar, recomeçar sua vida, ir para a taverna de Diluc e chorar horrores enquanto Kaeya e Rosária a consolavam. Seria pedir demais chegar em casa e levar bronca de Diluc, sobre como o amor é traiçoeiro e ele sempre esteve certo em pensar dessa forma? Só queria alguém que pudesse falar " ta tudo bem". Droga... confiar nas pessoas realmente era uma merda, como Lumine pôde fazer isso sabendo sobre seus sentimentos? Se culparia eternamente por não ter morrido no lugar do hilichurl naquele momento...

The knight of FavoniusOnde histórias criam vida. Descubra agora