Ataque - #10

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POV: Brasil 

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Assim que eles saíram, tudo que eu poderia fazer era sentar e esperar que Japão fizesse alguma coisa a respeito. Para distrair-me, até mesmo fui até o porão. Encontrei um violão antigo e decidi que não faria mal algum começar a aprender. É claro, eu faria isso no meu quarto, longe de qualquer ser humano. No começo, provavelmente soaria bem feio...

Depois de um ou dois dias treinando, consegui entender como se usa aquilo. Tudo isso enquanto eu tinha que comer na mesma mesa que URSS, sempre com aquele silêncio desconfortável, e ocasionalmente a presença de um político.

Eu até sentia a vontade de trocar alguma palavra com ele, porém ele sempre parecia tão distante. Teve até mesmo uma hora em que ele se retirou do quarto porque ouviu minha voz. É como se eu fosse o pior dos problemas lá...

Algumas vezes eu o via remexendo em alguns papéis, ou se divertindo com uma das coisas que ele mais coisa: Tocar pianos. E ele o fazia com maestria! Ele geralmente os tocava em seu quarto, e eu fico na porta, sentado e ouvindo. É majestoso. Algumas músicas dão um pouco de sono, porém todas são fantásticas... Sempre que eu o ouvia parando, saia correndo. 

Com o passar da semana, consegui tocar o "Parabéns para você" no violão! Pode parecer nada demais, porém é uma grande conquista para um iniciante como eu. Era meio complicado ouvir o URSS tocando músicas maravilhosas enquanto eu tentava aprender a tocar músicas infantis... Meio humilhante.

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Era dia 21 de outubro. As temperaturas já estavam começando a abaixar, e aos poucos as folhas caiam. Estava -1°. Vesti-me desta vez com um suéter vermelho, com diversas blusas de lã por baixo, é claro, e uma calça térmica. Coloquei aquelas botas peluciadas por dentro e minhas luvas sem dedos. Era sete da manhã quando desci para o café da manhã.

- Вы делаете успехи. - URSS quebrou o silêncio, fazendo com que eu rapidamente o fitasse e Yelena, que estava próxima, escondesse-se para ouvir.

- Do que está falando..? - Perguntei um pouco nervoso. Faziam eras que não abria a boca perto de qualquer um que não fosse Yelena, especialmente com ele. Ele pareceu sentir isso e deixou seu tom de voz menos... Seco.

- Você tem tocado violão. - Ele explicou. Ele tem me ouvido? Será que fiz barulho demais? Claro, ultimamente tenho tomado coragem para treinar em pontos mais movimentados, porém ele prestava atenção em mim? - Melhorou bastante desde a primeira vez.

- Ah... Eu... Bem... - Eu já nem mesmo conseguia responder. Como ele conseguia falar normalmente comigo após tudo que fez e quase um mês sem interação? É claro, muita da aura pesada havia se dissipado por causa da ação do tempo, entretanto ainda parecia-me irreal falar com ele. - Obrigado. 

Foi então que percebi uma coisa sobre mim. Este lugar fez com que minhas gírias praticamente deixassem de existir? Tudo que eu falava era mais formal. O território do país sofria ou beneficiava-se com o humor ou situação dele e vice-versa. Talvez meu povo esteja deprimido com minha falta? Ou algo mais ocorreu?

Apesar de ter ficado um silêncio um tanto desconfortável novamente após esta breve conversa, ela significou algo para mim. Talvez se eu me aproximasse dele ele não me mataria, ou talvez confiaria em mim um pouco mais. Eu teria que arrumar coragem e vergonha na cara pra falar com ele novamente. Isso é claro, se ele estiver afim, já que as conversas só ocorrem quando ele quer. Nunca depende de mim.

Terceira Guerra Mundial Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora