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Nem acredito que estou voltando a escrever depois de 2 meses sem tempo. Vai ser um capítulo curto, já que é um de transição.
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POV: Brasil
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- Que cara de estressado é essa? - Perguntei enquanto comia um pedaço de bolo de chocolate, um prato no meu colo, enquanto mantinha minha postura desleixada na poltrona do escritório do soviético. Vi seu corpo tensionar por um segundo, aparentemente não tinha me visto, porém logo relaxou.
- Estou sempre estressado. - URSS respondeu, balançando sua cabeça com um sorriso breve e cansado em seus lábios, antes que seus olhos voltassem aos papéis em suas mãos. Provavelmente são relatórios do ataque à França que seu exército realizou recentemente.
Desde o ocorrido no bosque, nunca mais o citamos, porém o clima entre nós tem melhorado. Até mesmo o vento lá fora parece menos frio. Talvez seja porque eu decidi deixar de ser teimoso e aceitei que não voltaria tão cedo, talvez o soviético permitiu-se relaxar e agora confia um pouco mais em mim.
De qualquer forma, não podia reclamar tanto. Relativamente, eu era mantido seguro aqui. Alimentado e permitido a lazeres - mesmo que meu conceito de diversão seja diferente do socialista. Eu sentia falta dos meus estados, de conversar com Argentina ou Angola, porém se eles me dessem o direito à comunicação seria apelar demais. Até eu entendo os riscos disso - já fui uma ditadura.
Agora que não me sentia tão enojado pela presença do soviético, podia passar as tardes perto dele - já que em algum momento, a solidão passou a me incomodar - e acabávamos conversando um pouco. Era rejuvenescedor conversar, ouvir português, a língua internacional, me reconfortava um pouco diante da situação que estava.
- 'Cê tem café? - Perguntei abruptamente após sentir um pouco de sono. Só observei, segurando uma pequena risada, como URSS virou sua cabeça lentamente em confusão. Como se perguntasse-se de onde surgiu este assunto repentinamente. - Qualé, 'tô em abstinência já. Não sei como 'cêis sobrevivem sem.
O soviético piscou umas duas vezes, processando como ele responderia a minha pergunta. Abriu a boca uma vez, hesitou, porém então respondeu.
- Brasil, você não acompanha os assuntos relacionados à economia do seu país? - Ele perguntou com um suspiro, virando sua cadeira para mim e inclinando o próprio rosto contra a palma. Uma pose levemente condescendente, porém escolhi ignorar. Após eu balançar a cabeça em negação, ele revirou os olhos e explicou. - Sou um dos maiores compradores de seu café.
Ah. Oops.
- Então cê tem café? - Perguntei inocentemente, resistindo abrir um sorriso lateral, sabendo que ele já se irritaria com a minha pergunta. O vi franzir a testa levemente, porém não foi um gesto agressivo, o que me acalmou ligeiramente. Levantou-se e deu um peteleco na minha testa, do qual não resisti rir.
- É claro que tenho, Имбецильный. - Ele respondeu em um tom levemente irritado, porém eu já esperava. Estava implicando com ele.
Depois disso, ele realmente pediu para seus funcionários me trazerem uma xícara de café. Pedi uma caneca. Se eu tivesse a coragem, pediria logo uma garrafa pet de café preto.
Ele só me assistiu tomar minha bebida, balançando meus dedos do pé, com uma expressão ilegível, porém relaxada. Certamente melhor do que a frieza que seus olhos possuíam quando olhavam para mim alguns meses atrás.
Após terminar meu café, ele decidiu levar-me lá para o pátio novamente. Disse que iria comigo pessoalmente pois não confiava na força de seus próprios soldados para me impedir caso eu tentasse fugir. Não impedi o pequeno sorriso que passou pelos meus lábios. Que mentiroso ruim. Seria muito mais interessante se ele simplesmente admitisse que gosta da pausa de todo o estresse da guerra.
Conversamos sobre nossos costumes em dança, especificamente o ballet, após eu, em algum contexto que não me recordo, citar uma de nossas grandes bailarinas Ana Botafogo. Ele me contou que ela já visitou o país a estudos e apresentações. Confessou sua admiração pela dançarina. A partir deste assunto, passamos para nossa música e população jovem. Senti-me um idoso reclamando dos adolescentes do meu país. Quem diria que eu já tenho 524 aninhos.
A tarde anoiteceu, passeamos pelo pátio e pela biblioteca, esquecemos de comer, presos em nossos pensamentos e nossa fuga de nossas responsabilidades. Os funcionários do palácio pareciam aliviados em verem seu 'rei' com uma expressão mais leve. Os soldados deixaram de direcionar-me olhares de desgosto, e passaram a parecer ligeiramente agradecidos.
Quem diria que eu teria um certo controle sobre o humor do soviético.
Que romântico.
É claro, dizem que nada dura para sempre. E assim que este pensamento cruzou minha mente, logo quando falávamos da copa de 2018, uma bala passou centímetros do rosto do soviético. Imediatamente, ambos tensionamos, e URSS levantou-se e ficou de pé em minha frente. Ambos pudemos ouvir uma única coisa.
- Pour la France!
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Perdão pela demora, galerinha, eu juro que irei tentar postar mais regularmente 😅
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Terceira Guerra Mundial Por Você
FanficBrasil havia florescido economicamente, militarmente e politicamente. Como a mais nova superpotência, embarcou em uma viagem para visitar todos os seus principais parceiros econômicos. Nunca adivinharia o que aconteceria em sua última parada, ou as...