Mudanças - #14

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POV: EUA

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Já havia passado cerca de três semanas desde aquela ligação de Japão. As tropas da Aliança tinham seus avanços e suas perdas, e por hora, as trincheiras na divisa entre meu território e o soviético permaneciam sem vitórias ou derrotas, eternamente em empates.

Naquele momento, eu esta no meu jatinho pessoal, destino o território brasileiro, para uma reunião com a Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro. Meu objetivo era tentar convencê-los a juntar-se a mim para o resgate de Brasil, porém eu sabia que a situação não estava ao meu favor, levando em conta a política neutra desgraçada do latino-americano. 

Suspirei, deitando na minha cadeira, fechando meus olhos na esperança de aliviar a dor de cabeça que me assombrava desde o início da guerra. Não havia o que fazer para passar o tempo: nenhuma das séries conseguia me entreter, minhas músicas só aumentavam minha agitação e ao tentar ler as palavras pareciam distorcidas. 

Era frustrante, toda a situação. Eu estava praticamente de mãos atadas para a situação do Brasil, tendo em vista que qualquer helicóptero de identificação para tentar achar qualquer lugar que o homem pudesse estar era derrubado rapidamente pelas forças soviéticas. Pelo menos alguns lugares já foram eliminados de cogitação: Arménia, Belarus, Letónia, Uzbequistão, e todos aqueles que faziam fronteira com Rússia. Eram instáveis, sem muita infraestrutura para esconder um país. 

Dessa forma, as únicas opções seriam a região da Ucrânia e a própria Rússia, e isso dificultava os planos: justamente os dois países mais complicados de invadir. Praguejei baixinho, e tomei um gole do meu whisky, finalizando o copo. Minha perna tremia, minha respiração, pesada. Claramente um avião não era um bom local para ter uma crise de ansiedade. 

Era tudo. Desde o sequestro do Brasil, da falta de vitórias das minhas tropas, as crises econômicas futuras, os riscos das armas cada vez mais poderosas, minhas zonas de influências inclinando-se cada vez mais para o soviético, tudo apertava minha cabeça até que ela sangrasse. 

E cada vez mais jovens americanos cheios de potencial são enviados ao matadouro que é a guerra, e ainda sim era esperado de mim que mantivesse meu sorriso e óculos de Sol, guiando a pátria da liberdade à vitória. Entretanto cada dia mais eu sinto que me afogo nos meus problemas, o álcool, uma rota de escape, o cigarro, um momento de paz. 

Ser um país... O que é ser um país? Ser a esperança de seu povo, todo o nacionalismo da pátria reunido, porém não é como se fosse mudar muita coisa caso eu morresse nesse voo. Outro EUA vai nascer naquele território, e nada vai realmente importar. Assim eu chego na pergunta, quantos 'eu' existiram antes de mim? Será que meu povo não escondia um passado de mim? Eu sabia que eu não sou o original. O último antes de mim morreu nos frontes de batalha no Vietnã. Porém será que ele fora o primeiro?

Balancei minha cabeça, colocando uma mão na minha testa conforme meus cotovelos se apoiavam em meus joelhos. Minha mente estava divagando em assuntos fúteis, como de costume. Eu precisava de alguma coisa para me acalmar. Liguei o autofalante da minha cabine.

- Bring me another bottle of whisky. 

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Terceira Guerra Mundial Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora