Aeroporto - #7

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POV: Brasil

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Logo de manhã, fui acordado por Yelena, que resolveu que tinha o luxo de ir acordar-me sozinha. 

 - O Rei Rússia saiu. Ele deixou ordens para que ajudássemos você a arrumar as malas, lhe alimentássemos e, por fim, nosso motorista o deixará no aeroporto. Você almoçará às 11. - Ela relatou, separando roupas para mim. 

- Rei Rússia o caralho... - Murmurei para que ela não ouvisse, e então adicionei: - Qual é o seu insta, ou número de celular? Queria manter contato.

- Não tenho um celular, senhor... - Ela respondeu tristemente. - Mal tenho dinheiro para comida. 

Preocupado com a situação dela, rapidamente peguei os rúbeos que havia trazido e decidi que iria gastá-los no melhor celular para ela. 

- Tem certeza, Brasil?? - Ela perguntou, um pouco insegura. - Provavelmente irá acabar com todo o seu dinheiro!

- Hoje a tarde eu vou embora mesmo, e no final, não gastei nada que trouxe. Avise os outros que eu não vou tomar café da manhã enquanto eu me visto. - Eu respondi decididamente, abrindo a porta para ela, que saiu rapidamente. 

Ela voltou uns dois minutos depois que terminei de vestir-me. Tinha tirado o avental que usava por cima de seu vestido e prendeu o cabelo em um coque. 

- Pra que tudo isso, mina? - Eu questionei, enquanto saíamos.

- Não serei vista daquele jeito. - Ela respondeu, deixando claro que não queria contra-argumentos. 

Partimos às sete horas e voltamos às 9, ela com um celular e eu ensinando as coisas que o vendedor da loja de Iphone não ensinou.

- Se você quiser mudar o papel de parede, tem que clicar aqui... - Eu disse, enquanto ela prestava atenção. - E para instalar aplicativos, é esse aqui. Você já tem o WhatsApp pois pedi que ele colocasse para você. Já passei meu número pra lá. Eu lhe deixo a tarefa de criar uma conta no Instagram.

- Obrigada, Brasil. - Ela disse, lacrimejando. - Eu não sei nem o que dizer. Minha família não tem condições de sequer ter um relógio digital, ou qualquer eletrônico além de uma geladeira. 

- Só prometa para mim que não irá vendê-lo! 

- Eu nunca venderia um presente vindo de qualquer um, especialmente de um país.

- Não. De um amigo. 

Ela me deu um abraço verdadeiro e apertado, e começou a chorar pacas. Nunca fui muito bom com palavras ou consolamentos, então simplesmente aceitei o gesto e esperei que ela soltasse por vontade própria.

Bateu onze horas e eu fui almoçar minha última refeição no território russo. Comi pirogi, que é um tipo de torta russa e bebi um café. Tudo isso enquanto eu e Yelena conversávamos horrores! Sabíamos que poderíamos conversar pelo celular, mas não seria a mesma coisa. 

Meio-dia eu entrei naquele carro com Yelena, que fora dispensada por seu superior. 

- Rússia não vem se despedir ou algo assim? - Perguntei à ela, que balançou a cabeça negativamente.

- Não, Brasil, temo que não. - Ela respondeu, decepcionada. - Ele está ocupado com alguma coisa que preferiu não revelar hoje.

- Ahh, vá pra puta que pariu, Rússia! Eu não sou seu amigo?? - Exclamei para mim mesmo, frustrado. 

- Eu sei que está chateado, mas pelo menos não terá que lidar com palavras duras dele. - Yelena tentou animar-me. - Lembre-se que estará voltando ao seu território, terá sua prainha, seu funk tocando nas ruas...

- Acho que 'cê tá certa, Yelena. Valeu demais, sô.

- Disponha. 

Chegamos lá e eu dei um último abraço antes que saísse do carro e os assistentes russos me ajudassem a levar as malas.

- Возвращайтесь, когда захотите, сэр Бразил. - Um deles disse à mim enquanto eu ia à área para esperar para entrar no avião. - Наверное скоро. - Ele finalizou, indo embora.

(Volte quando quiser, sir. Brasil. - ... - Provavelmente em breve.)

Havia pessoas rebuscadas, com vestidos elegantes ou ternos esperando para subir. Seria uma viagem longa, não tinha a necessidade de ir tão chique? Tentei comunicar-me com alguém, na esperança de que me entendessem, mas a maioria era russo. Os brasileiros tentavam aproximar-se, já que reconheciam-me como país, e os seguranças eram obrigados a afastá-los. Nunca gostei dessa atenção exagerada pelo fato de sermos países. No final, todos somos mortais, mas de formas diferentes. 

Os comissários de bordo começaram a chamar as filas, e percebi que eu seria o último, afinal, meu assento estava no fim do avião. Eu via velhos, crianças, adolescentes mau humorados levantando-se, cada vez mais o número de gente indo até as filas diminuindo, até que sobrou somente eu. 

Levantei-me e fui até a fila, onde a trabalhadora tentava manter um rosto despreocupado, portanto, havia algo acontecendo. Tentei extrair alguma coisa dos documentos que eu conseguia ler enquanto ela verificava minha passagem, porém não encontrei nada. 

-Счастливого пути. - Ela me desejou, devolvendo o ticket. 

(Boa viagem. - ...)

- Спасибо! - Eu agradeci, fazendo o sinal de jóinha. 

Eu ia adicionar alguma coisa, mas antes que pudesse, algo golpeou-me. 

Terceira Guerra Mundial Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora