Esperanças e Decepções - #13

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A partir deste capítulo, tudo é escrito pela Sofia do presente. Talvez vocês percebam alguma mudança no estilo de escrita, talvez menos erros de digitação, porém ainda é possível que encontrem erros de gramática. Caso encontrem algum, por favor reportem a mim! Assim essa história pode ficar cada vez melhor.

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Não se esqueçam de deixar seu voto, galerinha! Ajuda muito no engajamento da história e me incentiva a escrever cada vez mais. 

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POV: Brasil

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- Por que cargas d'água ele não me joga nas masmorras?? - Murmurei para o silêncio daquele quarto, frustrado, enquanto deitava naquela cama sem algum propósito. 

Sinceramente, eu não entendia o que ele esperava que eu fizesse. Olhasse para a parede me arrependendo de ter tentado fugir? Ou talvez escrever que sou aliado ao eixo o agradaria, do jeito que ele estava agindo. De qualquer forma, com toda certeza tirar de mim minha única amiga, meu celular e além do mais me proibir de ir ao pátio não foi uma decisão favorável ao meu bem-estar. Não que ele ligue para isso.

Porém tem o fato supracitado: se ele verdadeiramente não se importasse, eu não estaria em um quarto aquecido, com uma cama grande e uma disponibilidade de livros - mesmo que entediantes para um país como eu. Talvez no fundo do coração ele ainda mantenha um mínimo de simpatia, ou respeito pela nossa aliança passada. Pelo menos, isso era uma esperança que me mantinha um pouco mais em paz nesse lugar frio e escuro. Por mais que eu estivesse me sentindo traído pelo soviético, saber, ou pelo menos pensar, que ele lembrava da nossa amizade me deixava aliviado.

Olhando ao meu redor, o quarto estava ainda mais rodeado de câmeras, e as janelas tinham barras de aço. Nada que, com um pouco de esforço, eu não pudesse quebrar, porém daria a vantagem de ele saber por que caminho percorri caso eu fugisse. Toda e qualquer arma afiada fora retirada do quarto: talvez ele pensasse que eu tentaria matar os guardas para fugir. E por isso eu chego à conclusão de que o soviético tinha uma visão um tanto distorcida de mim. 

Desde que alcancei meu poder militar, econômico e político, deixei a zona de influência chinesa ou estadunidense. Não era como se eu fosse ceder a um suborno ou pedidos de qualquer um dos lados para entrar na guerra, e com isso chegamos a outro ponto: quando digo que sou um país pacífico, não minto. Apesar de eu ter habilidade com batalhas, sempre repudiarei morte de civis e inocentes, e neste momento, os guardas que me cercavam estavam apenas cumprindo ordens. 

Nenhum dos guardas que agora ficavam parados incessantemente nos cantos deste quarto respondiam a qualquer coisa que eu falava. Talvez fosse uma ordem de URSS, ou um treinamento estrito do exército soviético. De qualquer forma, passar dias aqui era deprimente. A falta de comunicação me fazia mal, considerando o quão extrovertido costumo ser.

- Обед. - Ouvi uma voz grossa e familiar do corredor. Como de costume, URSS me chamando para comer. Café da manhã, almoço, janta. Eram as únicas palavras que eu ouvia desde semana passada, quando ele me trouxe de volta! E sempre em russo. Só ouvia meu português pela minha própria voz. Parecia que ele queria me acostumar com esse lugar, mas não era uma realidade que eu gostava muito. Se ele me fizesse usar aquelas ushankas dele eu cortava elas até virarem um boné. 

- я уже в пути! - Eu respondi, impaciente, levantando-me lentamente, meus músculos doendo de tanto tempo sem atividades como me era costumeiro. Assim que pisei para fora do quarto, dois guardas armados andavam atrás e na minha frente. Era irritante, eu me sentia como uma criança rodeada pelos seus pais. Eu não precisava de guia. 

Terceira Guerra Mundial Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora