𝟢𝟣𝟪. 𝓐quele em que você abre os braços, vem e me namora.

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Seungmin.

— Que merda é essa no seu pescoço? — Hyunjin grita para mim assim que eu entro em casa.

Eu o olho, e não demoro muito para achar coisas no seu pescoço também.

— Eu bem que poderia fazer a mesma pergunta.

— Onde você estava?

Dou de ombros, indiferente.

— Onde você estava? — devolvo a pergunta.

Hyunjin estava bravo. Esparramado no sofá, suas sobrancelhas quase se juntavam de tanto que ele as franzia e seu maxilar estava totalmente travado.

— Voltou engraçadinho, não é? — ele pergunta, baixo. — Onde você estava, Kim?

— Me responde você primeiro, Hwang Hyunjin arqueia as sombrancelhas, surpreso pelo meu comportamento. Até eu estava surpreso, na verdade. — Você some por uma semana e na única noite que eu não passo em casa como um idiota te esperando, você decide voltar e ainda acha que não me deve explicação?

— Seungmin, eu não 'tô para as suas brincadeiras hoje. Ou você fala com que vagabundo você tava, ou-

— Ou o quê?! — eu o interrompo. Hyunjin engole o que ele ia falar na hora. — Ou o quê, Hyunjin? Hm? Vai me bater?

Hyunjin olha para o chão e acena que não. Eu solto algo que se parece com uma risada.

— Você não está para as minhas "brincadeiras" hoje, Hyune? Pois eu estou muito menos para as suas! Vamos fazer assim, você não me pergunta sobre o vagabundo que eu estava e eu não pergunto sobre quais vagabundas você estava.

Entro no quarto e fecho a porta, não me importando com a força que eu estava colocando. Lágrimas de raiva e agonia logo começam a rolar, e eu simplesmente não sei o que fazer.

Não sei o que fazer não só sobre as lágrimas, mas sobre tudo. Eu sei que Minho merecia uma explicação sobre o porque que eu não poderia ficar com ele, já que nós dois sabemos que dinheiro não é mais um problema. Os pais de Hyunjin que pagam o apartamento e todas as contas, mas eu tenho certeza que me daria muito bem sozinho ou junto de Minho.

Mas os meus pais eram definitivamente um problema. Eles não eram, nunca foram um exemplo de pais carinhosos e generosos. Tudo o que eles ligavam era sobre a reputação da família. Tanto no bairro, na escola, no trabalho, e em qualquer lugar. A vida deles era baseada nisso, nos status da família. E a minha vida acabou sendo baseada nisso também.

Sempre o menino certinho, sempre andando na linha, tirando as melhores notas e nunca respondendo os mais velhos. De repente, o menininho perfeito dos papais apareceu namorando. Namorando um homem.

A partir daí, minha vida vira um literal inferno. Meus pais deixaram bem claro desde o começo que não apoiavam minha relação, principalmente por ela ser com Minho. Minho, o menino do outro lado da cidade, o lado mais humilde, iria corromper o pequeno Seungmin, o filhinho de papai que vivia em uma das áreas mais prestigiadas da cidade.

Minho não me corrompeu; ele abriu meus olhos para o que era a vida. Ele virou minha vida de cabeça para baixo, abriu minha mente, me levou a lugares que se dependesse dos meus pais eu nunca iria, me deu oportunidades que se dependesse dos meus pais eu nunca teria. Minho me ensinou a viver, me ensinou sobre a vida como ela realmente é, e não como ele queria que fosse, como meus pais me ensinaram que era.

Minho me mostrou que eu deveria começar a pensar em mim antes de meus pais, porque eram os meus sentimentos que viam primeiro, não o deles. Minho me mostrou que eu também importava e que eu merecia ser amado. Eu merecia desfrutar daqueles amores literários que eu tanto lia sobre. Minho foi o meu príncipe encantado, ao mesmo tempo que me mostrou que eu não precisava de príncipe nenhum para me salvar.

We Are Not Getting Back Together, Not Even The Slightest! !¡ 2𝑚𝑖𝑛.Onde histórias criam vida. Descubra agora