𝟢𝟤𝟨. 𝓐quele em que eu não sei amar se meu amor não for você.

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Minho.

Deus, que casa gigante.

Eu nunca vi uma igreja tão grande assim em toda a minha vida. Chegava a ser um exagero, parecia mais um castelo do que uma igreja.

Eu cheguei consideravelmente cedo porque queria... falar com Seungmin. Só vê-lo, eu juro que não ia tentar nada.

Vê-lo porque tudo isso era doido demais.

Minha família é católica, mas nunca fomos de ir muito na igreja sem ser em datas comemorativas, e quando eu saí da casa dos meus pais minha frequência nesses lugares só diminuiu. Ou seja, era a primeira vez em anos que eu ia em uma igreja, e não por um motivo... bom.

Meu ex, meu primeiro amor, o cara que eu nunca tinha superado, o cara que eu ainda amava pra caralho iria se casar com um canalha em um relacionamento infeliz. Se isso não é motivo o bastante para eu considerar isso uma loucura, eu não sei o que mais seria.

Eu precisava ver Seungmin uma última vez, porque eu não iria vê-lo dizer sim para aquele cara e estragar a vida dele. Me recuso a última memória minha de Seungmin ser essa: ele dizendo sim a outro cara no altar.

Mas esse lugar era muito grande, vai se foder. Nunca que eu iria achar Seungmin aqui, até porque ele deve estar se arrumando para o seu grande dia — por favor, percebam o alto tom de ironia.

— Lee Minho!?

Porra, puta que pariu. Me fodi.

Não escutava essa voz desde os meus dias de adolescente, quando eu beijava meu namorado as quatro da manhã no quarto dele e esse capeta — empata foda... — batia a porta do quarto.

— S-senhor Kim. Senhora Kim.

Eu estava sentado em um banco da igreja quando ele gritou meu nome; fez até eco. Eles estavam no corredor principal, o do meio, onde os noivos e toda a trupe deles entravam. Me levantei e me curvei ao cumprimentá-los.

O tempo não havia feito bem para o Senhor Kim. Seus cabelos estavam todos grisalhos, ele já usava uma bengala e sua postura não era a mesma. A Senhora Kim, por outro lado, sabia disfarçar bem a idade. Ela havia tingido seus cabelos de um loiro bem claro, de modo que o cabelo grisalho dela ficava quase irreconhecível. Suas linhas de expressão estavam praticamente apagadas — quem pode, pode, né? — e ela usava um vestido vermelho lindo.

Sempre gostei mais da Senhora Kim, ela não me batia.

— O que você está fazendo aqui?!

Estou bem também, e você?

— Hyunjin e Seungmin me convidaram.

— Eu já não deixei bem claro que não queria você perto do meu filho?!

Quase deixo um sorriso escapar. Oh, você não sabe o quão perto eu estive dele nos últimos dias...

— Nos encontramos por acaso em um café. Os parabenizei pelo noivado e eles disseram que ainda tinha um convite sobrando — dei de ombros.

Senhor Kim se dá por vencido.

— Fique longe da minha família — e então ele vai embora.

A senhora Kim fica.

— O que faz em Seul? — sua voz era suave e bonita como a de Seungmin. Tranquila.

Senhora Kim nunca me odiou, pelo menos não como o Senhor Kim ainda odeia. Ela tinha seus preconceitos irraizados, mas era perceptível que ela tentava, porque mais do que tudo ela queria ver a felicidade do seu filho, e ela sabia que comigo ele era feliz.

We Are Not Getting Back Together, Not Even The Slightest! !¡ 2𝑚𝑖𝑛.Onde histórias criam vida. Descubra agora