We Are Not Getting Back Together, Not Even The Slightest! !¡ 2𝑚𝑖𝑛.

𝟢𝟤𝟤. 𝓐quele em que eu desejo.

Ｓｅｕｎｇｍｉｎ.

- Lee Minho! - eu sussurro alto.

- Calma, calma - Minho tira a cara do meu pescoço e me olha, um sorriso divertido no rosto. - Só mais um beijinho e eu juro que vou embora!

- Você disse isso a dez mi-

Sou interrompido quando Minho me puxa para um beijo. Um beijo confuso, porque nenhum de nós conseguia parar de sorrir.

Era sempre assim quando Minho pulava minha janela. Mesmo o medo de meus pais descobrirem estar sempre presente, eu não trocaria as noites de filmes de fone no notebook enquanto eu e Minho apenas aproveitavamos o silêncio.

Eu adorava conversar com Minho, mas adorava também nossos momentos em silêncio. Eu e ele éramos pessoas introvertidas, então não era sempre que a gente tagalerava sobre o dia um com o outro. Às vezes, a gente só precisava desse momento mesmo: apenas as vozes do filme e a companhia um do outro.

Porém, na hora de ir embora era sempre a mesma palhaçada; Minho não me largava por nada.

Não que eu estivesse reclamando...

- Minho, agora - ele me dá um selinho. - é sério. Você - e outro. - precisa - outro. - ir - outro! - embora!

- Desse jeito parece até que você não me ama.

- Eu te amo, e muito, mas eu ainda prezo pela minha vida. E você deveria prezar pela sua também.

Minho sorri e me aparta mais em seus braços.

- Eu pulo a janela todo dia só para ver a minha vida.

Eu rio.

- Meu Deus, Lee, você é-

- Seungmin, que porra é essa!?

Praticamente empurro Minho de mim quando escuto o grito do meu pai. Ele caminha até Minho e o segura pelo colarinho, a respiração pesada batendo contra o rosto assustado de Minho.

- Quem é esse?!

Meu corpo paralisa. Minha respiração prende. Meu corpo inteiro está tremendo.

- É-é só um amigo, pai.

- Um amigo?! Que porra de amigo é esse que está no seu quarto as cinco da manhã te agarrando daquele jeito, Seungmin!?

É, ele tinha um ponto. Porra, Seungmin, como você pode ser tão burro?

Engulo em seco meu medo e nervosismo, e tento parecer o mais firme quando digo:

- Solta ele, p-pai. Por favor.

- Seungmin - minha mãe me chama. Um tom beirando a imploramento. - explique-se.

Olho para Minho, como se ele pudesse me ajudar naquele momento. Ele era a última pessoa que poderia me ajudar, meu pai praticamente o levantava do chão pela camisa. Mas, mesmo assim, ele me olhou. Não era medo que abordavam seus olhos. Era algo como confiança. Ele confiava em mim para inventar qualquer desculpa esfarrapada para aquele momento.

Mas não existiam mais desculpas. Essa hora iria chegar, em algum momento.

Fecho os olhos com força e fecho minhas mãos em punho.

- Minho é meu namorado.

- Isso não é momento para brincadeiras, Seungmin.

- Seungmin, seu porra - meu pai grita. - Quem é ele?

Abro meus olhos e encaro meu pai. Suas íris antes pretas, agora abordavam um vermelho-vinho assustador de puro ódio e desgosto.

- Minho é meu namorado. Estamos juntos a um ano.

Quando vejo, o punho de meu pai já havia ido diretamente ao rosto de Minho. Inúmeras vezes. Perco a noção do tempo novamente, e quando vejo estou ajoelhado em sua frente. O nariz de Minho estava banhado de sangue, e seus olhos antes tão bonitos estavam começando a ficarem roxos.

- Hy-hyung... - eu já chorava. Minhas mãos tremiam por não saber como tocar Minho. Se devia o tocar, se podia o tocar.

- Está tudo bem, Seungmin - Minho praticamente cospe as palavras, o sangue adornando seus dentes antes brancos. - Está tudo bem, respire.

- Mande esse garoto embora agora, Seungmin! Ou eu faço ele ir.

Olho para Minho. Ou tento. Minha visão estava toda embaçada pelas lágrimas que não paravam de rolar. Minho passa os olhos pelo meu rosto molhado, querendo limpa-lo, mas também sabendo que não poderia me tocar.

- Independente do quão complicado ficar, lembra?

Aquela foi uma das noites mais perturbadas e tristes da minha vida. Eu não consegui dormir pensando em Minho indo embora machucado pela noite escura sozinho. Eu desejei estar com ele. Desejei ficar com ele. Desejei poder ficar com ele.

Quando olho para o céu escuro e limpo da janela do meu apartamento, uma estrela cadente cruza o meu olhar. E talvez esse desejo não esteja tão no passado.

A estrela pisca. Talvez seja um sinal.