𝐋ee Minho, um modelo - e dançarino em horas vagas -, se muda para uma nova agência em Seul. O que ele não esperava, porém, era que o seu primeiro amor - e ex-namorado - que ele nunca superou de repente viraria seu fotógrafo em tempo integral.
𝐊im...
- E o pior de tudo: ele não era feio - eu digo enquanto viro a décima dose do dia (eu definitivamente não estava contando, e se estivesse já teria perdido a conta).
- Esse é o pior de tudo, Minho? - Chan me pergunta enquanto enxugava alguns copos. Minha cara bêbada de confusão deve ter sido muito clara, pois ele logo se apressa a se explicar: - Ele é noivo do, como você diz, amor da sua vida, e o pior de tudo é que ele não é feio?
Faço que sim com a cabeça. Chan suspira, decepcionado, mas ri.
Chan era barman de um dos bares que eu... ok, que eu estava visitando um pouco mais frequentemente do que o normal esses dias.
(Mas, já digo de antemão, culpem aquele menino de aparência de um filhotinho de cachorro que eu sou perdidamente apaixonado pôr)
Depois de Sonnie, Donggie, Dori e as crianças da ONG, Chan era o único que me escutava. Talvez por ele ser barman e escutar bêbados tristes o dia todo em sua orelha seja literalmente o seu trabalho, mas ele ainda dava ótimos concelhos.
- Chan hyung, será que eu nunca vou poder ficar com o meu amor? - eu pergunto, a cabeça abaixada no balcão e fazendo minha voz ficar mais manhosa do que está por causa do meu bico de bêbado enorme.
- Ah, Minho... - Chan respira. Até ele às vezes ficava sem palavras. - Quanto tempo você está apaixonado por ele mesmo? Seis anos?
- Nove - o corrijo. - Se contarmos os seus três anos de ensino médio, que foram nossos três anos de namoro - levanto a cabeça apenas para esfregar meu rosto em minhas mãos, aflito. - Como posso ser tão perdidamente apaixonado por um cara que eu fiquei mais sem do que com?
Chan para e estende os braços no balcão, meio confuso, provavelmente por eu estar falando todo embolado.
- Mas não é a quantidade que importa, e sim o sentimento.
- É, mas - bufo. - que porra de sentimento forte do caralho que é esse?
- O amor - ele dá uma pausa e dá de ombros. - Sempre disseram que ele era muito forte mesmo.
- Não quero mais ele - eu reclamo, como se o amor fosse algo facilmente descartado. Chan ri.
- Minho, o amor não é um chiclete que depois de muito usado perde o sabor e você pode simplesmente jogá-lo fora. Ele pode perder o sabor sim, mas quando isso acontece você sabe que ele não presta mais e você trabalha para... achar um lixo bom para jogá-lo - ele me olha. - E eu tenho certeza que o teu ainda tem muita cor e sabor. Não o mesmo, porque você já o guardou, já fingiu que ele não existia e que ele não estava ali. Você e ele já amadureceram a cresceram, não são mais os mesmos, mas as cores continuam aí, os sabores continuam aí. E você não pode jogar um chiclete com cor e com muito sabor ainda para dar, fora, não é?
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