𝟢𝟢𝟤. 𝓟rólogo.

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Minho.

Eu estava no segundo ano do ensino médio quando conheci Seungmin. Ele entrou na mesma escola que eu, e assim que ele pisou os pés naquele portão eu fiquei completamente obcecado por ele. Não de um jeito doentio, é óbvio.

Seungmin sempre teve uma beleza tão... simples. E isso não quer dizer que ela é menos destrutiva do que as outras que são "super bem produzidas", assim digamos. Seungmin fica e ficava bonito de qualquer jeito. Quando era adolescente, com seu cabelo em um corte de tigela, óculos médios e retangulares e sua linda pinta na bochecha.

Foi fácil me apaixonar por Seungmin.

Mas eu nunca falei com ele na escola. Eu era do segundo e ele do primeiro, e se isso já não fosse uma barreira tão grande também tinha a de que eu não era lá um pitel na época da escola.

Eu era horrível.

Novamente, Seungmin fica lindo de qualquer jeito, mas a estética cabelo de tigela e óculos quadrados e minúsculos combinava com ele, mas não comigo. Eu ficava horrível com aqueles óculos e aquele cabelo. E eu tinha plena consciência disso, e, além de eu não fazer a mínima ideia se Seungmin pelo menos gostava de meninos, eu ainda achava que se ele gostasse, seria caidinho naqueles meninos descolados e que realmente eram adolescentes bonitos. Não em mim. Seungmin nunca prestaria atenção em mim.

O destino sabia disso, e me ajudou quando deu um empurrãozinho em Seungmin para cima de mim. Literalmente.

Eu geralmente voltava de metrô da escola para casa, mas esse dia o trem ficou com problemas e eu tive que voltar de ônibus. Eu nunca agradeci tanto pelo metrô na minha cidade ser uma bosta.

Horário de pico; tudo estava cheio. Metrô, ônibus e ruas, e não seria diferente com o meu ônibus. Eu obviamente o peguei em pé, e assim que eu subi nele, passei a catraca e me amassei entre as pessoas para ir ao fundo do ônibus, meu coração parou, e não foi pela ansiedade social.

Seungmin estava lá: parado bem ao meu lado. Ele tinha uma pilha de livros apoiados no antebraço enquanto - tentava - se segurar no ônibus com as duas mãos - Seungmin nunca teve um equilíbrio bom, graças a Deus.

Digo isso porquê foi quando ele estava distraído olhando para as janelas, quando o ônibus já estava um pouco mais vazio e nós poderíamos respirar dentro dele, que ele caiu em cima de mim quando o motorista freiou bruscamente.

Literalmente em cima de mim. Seus livros grossos e pesados caíram bem em cima da minha cara e ele bateu o rosto com força em meu peito.

- Aí meu Deus, m-moço, me desculpe, está tudo bem? Meu Deus, me desculpe mesmo... - ele saiu de cima de mim e parou sentado ao meu lado enquanto eu tirava seus livros de cima do meu rosto e mexia em meu nariz, que havia sido acertado em cheio.

- Está tudo bem, não foi nada. E você, está bem? - eu pergunto, me surpreendendo quando eu não gaguejei.

- Estou, estou.

Seungmin se levanta, nervoso, e começa a olhar para os lados, sem saber o que fazer. Eu recolho seus livros e o entrego, logo depois ele começa a se curvar repetidamente para mim, ainda se desculpando.

- Cara, está tudo bem, meu nariz continua no lugar e quem caiu foi você. Eu que deveria perguntar se você está bem.

Suas bochechas, orelhas e pescoço estavam queimando em vermelho. Seungmin estava morrendo de vergonha.

- É-é, mas eu caí em ci-cima de você...

- É, eu percebi.

Seungmin sorriu com meu comentário idiota. Até hoje não sei se ele estava apenas sendo gentil ou se realmente achou graça nas minhas três palavras - com certeza foi a primeira opção.

We Are Not Getting Back Together, Not Even The Slightest! !¡ 2𝑚𝑖𝑛.Onde histórias criam vida. Descubra agora