Murilo - Mulher de fases

0 0 0
                                    

Eu acordei e não acreditei no que havia acontecido, fazia tempos que eu não vivia algo assim, que eu não me sentia assim. Fazia tempos que eu não fazia amor dessa forma, que meu corpo não implorava pelo toque de alguém.

Ela é tão diferente, tão doce e ao mesmo tempo, ácida. Sua pele é macia e o som o seu corpo respondendo ao meu, é enlouquecedor.

Decidi fazer um café da manhã especial para ela, lembro que ela comentou nunca ter dormido com nenhum homem, quero que seja especial pra ela essa primeira vez.

— Nossa, isso aqui é muito gostoso — ela disse com a boca suja de chocolate ao comer um folheado. E então bebe um gole de suco. Eu encaro a cena com um sorriso no rosto, a luz do sol entrando, ela com uma roupa a vontade e sorridente, comendo algo gostoso. Isso parece cena de sonho.

— É folheado, realmente é uma delícia — digo, me pergunto se devo ou não pagá-la o dia de ontem. Tenho medo de perguntar e ofende-la — Sabe, eu queria saber...

— O que? — ela pergunta. Levanto minha mão e limpo o canto de sua boca — pode falar.

— Não quero que me entenda mal nem nada mas, qual o valor atualizado do dinheiro de ontem? — eu pergunto cauteloso. Ela parece ter tido um choque de realidade quando, de repente, abaixa seu folheado e limpa a boca e os dedos com um guardanapo.

— Eu, é...então — ela parede pensar bem antes de responder — pode ser o mesmo valor que havíamos combinado.

Ela muda completamente de humor, do nada. Acho que fiz mal em perguntar. Ela começou a comer mais rápido e seu celular apita.

— Meu Deus, nem reparei na hora — ela diz, se levantando.

— Me desculpa, estou te atrapalhando? Você deve ter um monte de coisas pra fazer e eu estou aqui pagando de namorado apaixonado em dia de domingo — eu digo levemente amargurado e chateado com a situação. Começo a recolher as coisas da mesa.

Ela para e pensa um pouco no meio da sala.

— Eu tenho trabalho da faculdade na casa de uma amiga, aquele que comentei da ação social — ela diz, andando na direção de seu quarto. Sua casa era pequena, um apartamento moderno e muito bem feito, organizado. Ela é cuidadosa. Mas não há nada que lembre sua vida, não há fotos, enfeites ou até mesmo quadros.

— Não vou te atrapalhar mais — digo, terminando de lavar os copos e talheres utilizados.

Termino de lavar as coisas e vou até o quarto dela. Pego meu blazer e paro perto da porta. Ela está arrumando uma mochila, parece insegura, como se quisesse falar algo mas repensasse. Parece, assustada.

– Eu não quis te ofender com a pergunta sobre o dinheiro. Não quero que pense que nada do que aconteceu ontem significou pra mim — eu digo sem pensar, apenas querendo acabar com o silêncio entre nós dois — pra você pode não ter sido nada demais, eu sou o que? Um cliente qualquer que te enche a paciência sexta à noite falando da minha vida, mas...pra mim, ontem foi diferente, foi especial...

— Olha, você não precisa fingir que se importa. Eu mesma falei que não me apaixono e que a gente nunca teria nada, certo? Fica tranquilo! — ela diz me olhando brevemente, mas logo ela volta a arrumar suas coisas. Pega sua mochila e vem na direção da porta. Ela se fechou na sua bolha de novo.

Eu não sei o que aconteceu com ela para que ela tivesse tanto medo de amar, um dia vou descobrir, mas eu quero muito ser o primeiro a fazer ela confiar no amor de novo.

Quando ela tenta passar por mim, eu seguro seu braço.

— Estou apaixonado por você — digo olhando nos olhos dela, agora arregalados. Ela abre a boca pra falar algo mas ela não fala nada — eu sei que você não acredita no amor e não se envolve com ninguém, mas, foi um risco que eu me pus disposto a correr e, mesmo que você me diga o contrário, eu sei que também está por mim. Não importa quanto tempo você insista em remar contra a corrente, eu nado por nós dois. Meu coração clama por você, meu corpo também e eu não estou disposto a deixar isso se apagar sem ter tentado fazer valer a pena.

— Por favor...– ela começa numa espécie de sussurro — não faz isso

Eu me aproximo dela e coloco uma das minhas mãos na sua nuca, com os dedos entre seus cabelos. Acaricio seu rosto. Ela me olha confusa, mas não recua.

— Não fazer o que? Investir em você? — pergunto, beijando o canto de sua boca. Chocolate, esse é o gosto.

— Você...você vai acabar se arrependendo, eu não, sério, eu não lido bem com essas coisas. Eu não sei amar e eu não namoro há muito tempo. Você deve procurar alguém que seja como você — ela começa a cuspir palavras como se dependesse disso pra viver.

— Eu te ensino a amar. Eu tento por nós dois até você conseguir ter segurança em mim — digo, acariciando seus lábios com os meus — a não ser que você não queira. Se você disser que não quer um beijo meu agora, eu pego as minhas coisas e vou embora. Pode ter certeza que você não me verá mais...

Dou um passo pra trás e deixo ela decidir o que prefere. Nós ficamos nos encarando, ela parece estar lutando uma batalha difícil dentro de si. Até que, numa questão de segundos, ela envolve seus braços ao redor do meu pescoço e sua boca quente envolve a minha, uma dança de línguas, é isso que acontece entre a gente.

Não é um beijo qualquer, é um beijo que diz "eu escolho dar esse passo", um beijo de permissão, um voto de confiança. É quente e feroz, pego ela no colo e ela envolve minha cintura com as pernas.

Coloco ela no balcão da cozinha e abro suas pernas, abaixo seus shorts e vou até sua coxa depositando beijos por todo seu corpo. Tiro sua blusa de manga e ela não se contenta em me ver de roupa, logo desabotoa minha blusa e joga ela em algum lugar. Quando estamos totalmente sem roupas, faço um caminho de beijos do seu pescoço até seu íntimo, lá, sinto seu gosto e decido que quero sentir isso pro resto da minha vida.

Vejo ela arquear diante do ritmo da minha língua, os sons que saem da sua boca, meu nome em tom de súplica. Como eu quero ouvir isso pra sempre. Ela crava suas unhas nos meus ombros e me pressiona com as pernas.

— Ah, Murilo! Por favor, eu quero você — é o que ela me diz, entre sussurros e gemidos. Eu não posso fazer nada a não ser, obedecer.

Logo, entro nela e sinto que nasci pra estar ali. Minhas estocadas aceleram junto com o ritmo do meu coração, não vou aguentar por muito tempo. Seu corpo treme e com isso, seu gemido fica mais desesperado. Ela encosta sua cabeça em meu ombro após alguns segundos de tremor. Levar ela ao prazer é uma sensação impagável.

— Meu amor — eu a chamo, com a boca em seu pescoço. Ela resmunga um "hm" em resposta — você toma anticoncepcional?

— Sim — ela diz, me olhando com um olhar safado — pode fazer o que está querendo.

E então, é como se meu corpo estivesse esperando apenas a confirmação dela. Meu corpo vibra por inteiro, minha respiração ofega e eu a aperto contra mim e, ali, dentro dela, eu explodo de prazer. Eu quero isso mais vezes.

Eu quero isso por toda a eternidade.

Amor proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora