Murilo - Home sweet home

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Chego em São Paulo sábado a tarde, desesperado para o evento. Achei que fôssemos atrasar. Nos últimos três dias em Nova Iorque, nevou e choveu, então fiquei preocupado de não conseguir vir pra Brasil a tempo.

Sorte que ontem de tarde, a chuva parou.
O contraste de clima é grotesco. Assim que saio do aeroporto, pego um táxi e vou pro meu apartamento.

Aline me avisou que Zeli deixou meu terno e meu sapato em cima da cama separados. Avisou também que Heloísa já estava no spa desde de manhã e que os funcionários foram avisando ela, parece que Heloísa se adaptou bem e está terminando de se arrumar.

São quase três da tarde quando chego em casa, hoje não vou dirigir porque provavelmente vou beber, então chamei Célio para nos levar, um motorista de confiança meu. Ele trabalha como motorista para eventos de luxo, tem o próprio carro, que por sinal, é excelente.

Chego em casa já tomando banho para começar a me arrumar, confirmo algumas coisas finais do evento com Aline e com a assistente de Carlos e no fim, está tudo certo. Agora é só irmos.

As máscaras foram postas por Zeli em cima do sofá, em uma caixa. A minha é preta e básica, a de Heloísa, é Marsala, com algumas penas e também uma fita cumprida.

Aline avisou a ela que um carro a buscaria em casa, mas não disse que eu iria junto. Passo essa última hora esperando Célio me buscar e vendo o Instagram. Postei hoje fotos da viagem, com os investidores de fora e a visita às obras da filial. Fazia tempos que não postava nada. Procuro o nome de Heloísa no Instagram e não é difícil de achar, vejo suas postagens, são frequentes. Hoje ela postou a foto de roupão com os pés sendo massageado, provavelmente, no spa.

São postagens comuns, de uma rotina comum e de uma jovem comum. Não há nada de foto em balada, festa ou algo do tipo. Não há nada da Paloma.

Célio avisa que chegou e eu desço. Logo estamos a caminho da casa de Heloísa.

•••

Desço para esperar ela do lado de fora do carro e, lá está ela. Ela para ao me ver na porta do carro. O vestido lhe serviu como uma luva, perfeita escolha de Aline, tem uma fenda onde eu consigo ver perfeitamente a perna da Heloísa, um laço no ombro direito que não posso deixar de me imaginar desamarrando. Logo afasto esse pensamento.

Ela está mais do que linda. O cabelo está preso em um coque com cachos e alguns cachos soltos. Um batom vermelho e os brincos médios combinam com ela.

Ela se aproxima devagar e eu tenho certeza que meu coração esqueceu como se bombeia o sangue porque ele está desesperado. O ar se perdeu nos caminhos para meus pulmões.

— Oi — ela falou de um jeito doce, parece até que estava com medo de falar.

— Você está...eu não sei, não tenho palavras pra dizer — digo e ela sorri — perfeita é pouco.

— Nada que um spa e um belo vestido não faça — ela diz, dando de ombros.

— Ah, para — digo abrindo a porta do carro e ela entra sorrindo.

Entro no carro e Célio segue o caminho para o hotel onde será o evento.

— Fiquei sabendo que estava fora. Achei que tinha acontecido algo — ela diz, olhando pela janela do carro.

— Me desculpe, não quis preocupar você. Fiquei sabendo de última hora da viagem e precisei ir. Sim, estava em Nova Iorque — digo.

— Que sorriso é esse? Gosta de lá? — ela pergunta curiosa.

— Sim, tinha o sonho de morar lá, tenho, não sei! Camila não gostava então nunca fomos juntos — digo e vejo a expressão no rosto dela mudar um pouco. Por que isso?

Amor proibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora