Provocações

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☆Boa leitura☆

— Jennie-— disse Linda do outro lado da mesa, totalmente inocente de que a sobrinha fazia amor com minha rótula. — Eu pretendia te convidar para almoçar. Nesta semana não posso. Quarta-feira que vem é bom para você?

À mão em meu joelho continuou afagando.

— Quarta-feira não é um bom dia para mim — respondi. — Temos uma pesquisadora que vai toda quarta ver a Coleção de Livros Raros... E não deixamos as pesquisadoras desacompanhadas, então terei de estar com ela.

Lalisa riu baixinho.

— Isso deve ser meio cansativo — comentou Linda. — Mas acho que o trabalho com o público é assim mesmo.

— Eu não me importo. É estimulante conhecer alguém tão dedicada.

A mão desceu para a face interna de meu joelho.

— Que tal na quinta-feira? — perguntou ela. — Ela não vai às quintas, não é? Ainda não.

— Na quinta será ótimo.

— Então está marcado — disse Linda, sorrindo para mim.

À conversa fluia livremente. À certa altura, Lalisa  e Todd começaram a debater política.

Elaina olhou para mim e revirou os olhos. Uma conversa perfeitamente normal de jantar. Nada fora do comum.

Isto é, acima da mesa.

Eu tinha de admitir: Lalisa era sorrateira. Brincava com meu joelho por alguns minutos, depois passava o pão a Jisoo ou cortava sua salada, algo que exigia as duas mãos. Mais tarde, de repente, ela estaria de volta. Acariciando, apertando, subindo aos poucos. Retraindo-se.

Eu estava com os nervos em frangalhos.

Tomei uma colher de bisque. Lalisa tinha razão. Estava fantástico. Cremoso. Suculento. Exatamente a quantidade certa de lagosta. Cruzei as pernas, por habito. Quando a mão de lalisa voltou, ela tirou minha perna esquerda de cima da direita e continuou acariciando. Desta vez subindo um pouco mais.

Lagostas, falei a mim mesma. Pense em lagostas.

Lagostas. Lagostas são criaturas marinhas. Tinham pinças imensas e precisavam ter as garras presas com elastico. Adquiriam a cor vermelha quando eram fervidas.

A ideia de deixar sua bunda vermelha excita você? Engasguei com uma colherada de bisque.

Felizmente, desta vez as mãos lalisa estavam à plena vista, acima da mesa. Ela me deu um tapinha nas costas.

— Está bem?

— Sim. Desculpe.

O garçom veio retirar nossos pratos. Todos à mesa batiam papo e riam, imersos na conversa. Lalisa me serviu mais vinho e começou a acariciar minha coxa por baixo do vestido.

— O que você lê além de poesia?

Ela queria conversar sobre meus habitos de leitura?

— Qualquer coisa — respondi, curiosa para saber até onde isso iria. — Os clássicos são meus favoritos.

— “Um clássico” — disse ela —, “é um livro que as pessoas elogiam e não leem.” Mark Twain.

Entendi então que eu estava com um verdadeiro problema. Uma coisa era me provocar com carícias. Outra, bem diferente, era me envolver em disputas verbais. Especialmente no que se referia à literatura. Meu corpo, ela já dominava. Minha mente era a próxima em sua programação? Mas pensei na biblioteca e sabia que também podia ceder nisto.

The House Of Submission | JENLISA G!POnde histórias criam vida. Descubra agora