Desejos não realizados

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Foram dois longos dias. Não que eu estivesse entediada, nem nada. Explorar a biblioteca era um de meus passatempos preferidos e passei horas descobrindo novos livros e reatando minha amizade com velhos amigos.

Lalisa foi atenciosa. Educada. Talvez um tanto distante. Ela me manteve bem-alimentada e repousada. Até se juntava a mim na biblioteca de vez em quando, mas não ficava muito tempo. Eu sentia falta do seu lado dominadora. Não o suficiente para me antagonizar com ela propositalmente ou coisa assim, mas sentia muita falta daquilo.

A conversa sobre o carro nunca mais voltou à tona. Pensei no que ela dissera, sobre ser responsabilidade dela cuidar de mim. Garantir que minhas necessidades fossem atendidas. Ela estava fazendo exatamente isso naquele fim de semana. E por mais que eu quisesse fingir que seus gestos no hospital e de me dar a biblioteca como espaço livre fossem românticos, eu sabia muito bem da verdade. Ela estava fazendo o que falou no carro: cuidando para que minhas necessidades fossem atendidas. Era um meio para se chegar a um fim. Ela precisava de uma submissa saudavel e faria o que estivesse a seu alcance para me deixar saudavel. Tratava-se apenas disso. Ponto final, Mas eu estava um tantinho enervada por ela não tocar em mim. Descansei o fim de semana todo. Sentia-me perfeitamente bem.

E eu tinha necessidades que não estavam sendo atendidas. Pus um copo no lava-louças e saí da cozinha. Olhei o relogio — uma da tarde. O jogo de futebol só começaria às trés. Havia muito tempo.

Passei pela academia. Vazia. Lalisa também não estava na sala de estar. Perguntei-me se estava lá fora ou em seu quarto. Não, trabalhava na biblioteca. Sentada a uma mesa pequena no canto.

Ela levantou a cabeça quando entrei.

— Está tudo bem? Precisa de alguma coisa?

— Sim. De você. — Tirei a blusa pela cabeça.

Ela baixou os papéis que estava lendo.

— Você precisa descansar.

Isso não pareceu uma ordem direta, então não respondi. Desabotoei a calça e a deixei cair. Livrei-me delas. Era a minha biblioteca.

Ela ficou sentada, olhando para mim com uma expressão vaga. O que estava pensando? Ela não ia dizer para eu ir embora, ia? Estendi a mão a minhas costas e abri o sutiã. Não achava que podia lidar com isso se ela me rejeitasse.

E se ela me rejeitar?

Tirei a calcinha e deixei que caísse no chão. Era a minha biblioteca, mas ela também tinha livre-arbitrio. Podia me rejeitar.

Nunca me senti mais exposta na vida.

Nenhuma resposta da parte de lalisa

Ela vai me rejeitar.

Lentamente, muito lentamente, ela empurrou a cadeira para trás. Abriu a mesa da gaveta e pegou alguma coisa. Sete passos e estava na minha frente. Passou as mãos por meus ombros, depois pelos braços e pegou minhas mãos. Colocou-as na frente de sua camisa abotoada, passando alguma coisa para minha mão.

— Tudo bem — disse ela.

Olhei o que segurava. Uma camisinha.

Porque os antibióticos anulam a pilula anticoncepcional. A vitória tomou meu corpo. À excitação disparou de minha cabeça até o centro de meu ser e desceu ao ponto ansioso entre minhas pernas.

Larguei a camisinha no chão. Meus dedos se atrapalharam com os botões de sua camisa, mas consegui abrir todos. Empurrei a camisa até seus ombros, desembailando-a das calças. Passei as mãos em seu peito, lembrando-me de senti-lo, acompanhando sua barriga plana. Andei em volta dela.

The House Of Submission | JENLISA G!POnde histórias criam vida. Descubra agora