CAPÍTULO QUINZE

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— Mãe, tô indo na casa da Stella! — Gritei, saindo pela porta e sentindo o vento frio bater no meu rosto. Putz, aquela tarde era perfeita para relaxar. Com o violão nas costas e meu skate, meu meio de transporte favorito, eu podia aproveitar o caminho até a casa dela. Esperava que isso me ajudasse a tirar da cabeça todas aquelas coisas malucas que vinham acontecendo comigo ultimamente.

Cruzei as ruas com meu skate, sentindo a vibração nos meus pés enquanto meus fones de ouvido tocavam o último álbum da minha banda favorita. A música alta me envolvia e eu me deixava levar pela melodia, os acordes do violão martelando na minha mente. Era como se tudo aquilo me ajudasse a esquecer os problemas, pelo menos por um tempo.

O sol começava a se pôr, lançando um brilho alaranjado no céu, e eu acelerava ainda mais, deslizando pelas calçadas como se nada mais importasse. Era um sentimento de liberdade, de estar no controle, mesmo que tudo à minha volta parecesse meio bagunçado.

Logo depois, já estava na casa dela. Quando eu chegava lá, a mãe dela me recebia com um abraço apertado, sempre cheia de energia por eu estar lá. E não era só ela, o pai também. Era como entrar na casa da Molly Weasley, só que ainda mais acolhedor e com um monte de demonstração de carinho, algo que faz parte da cultura deles, afinal, são brasileiros.

No começo, isso me deixava meio estranho, sabe? Eu não cresci com muita demonstração de afeto. Aqui não é muito comum, não que meus pais ou os pais da maioria das pessoas sejam amorosos ou coisa assim. Mas cara, como faz falta! É tão reconfortante.

— Oi, Zayn! Quanto tempo não vinha aqui! Saudade de você? Vamos entrar, está meio frio aqui, não? — Tia Ana Lúcia logo veio animada ao me ver na porta.

— Oi, tia. Pois é, fazia um tempão mesmo. Tava com saudades também. E pode deixar, tô sentindo esse frio na pele! — respondi com um sorriso, entrando na casa.

Assim que entrei, senti o calor do abraço dela. Era incrível como eles sempre tinham energia para receber as pessoas. Na minha família, não é que não sejamos amorosos, mas é diferente, mais contido, sabe? Eu sempre me sentia um pouco deslocado com tanta demonstração de afeto, mas ao mesmo tempo era tão reconfortante.

O tio Luiz Fernando também apareceu com um sorriso no rosto, estendendo a mão para um aperto firme.

—  Olha quem apareceu!Que bom que você veio nos visitar. Sempre é bom ter você por aqui, filho. — disse ele com um sotaque brasileiro carregado.

— Valeu, tio. Tô bem, obrigado. É sempre bom estar aqui, com vocês. Sinto que a casa de vocês é um lugar especial, sabe? — respondi sinceramente.

— Ah, meu querido, a gente adora ter você por aqui. A Stella também estava te esperando com ansiedade. Ela está no quarto dela, pode subir. Vocês vão ensaiar as músicas da banda, né? — disse Tia Ana Lúcia.

— Sim, tia, a gente tem muita coisa pra ensaiar. Queremos deixar tudo pronto para o próximo show. — respondi animado.

A gente conversou um pouco, contei com o estavam meus pais, a Jasmine, essas coisas. Nada de muito especial.

Subi as escadas, me sentindo em casa naquela casa tão acolhedora. Conhecia bem o caminho até o quarto de Stella, pois já havia passado incontáveis horas ali, ensaiando, compondo e simplesmente curtindo a companhia um do outro.

Bati na porta do quarto e logo ouvi a voz animada de Stella me convidando a entrar. Assim que abri a porta, fui recebido pelo som suave de um violão sendo tocado.

— E aí, Zayn! Que bom que você chegou! Estava ansiosa para ensaiarmos. Trouxe o violão? — perguntou Stella, com um sorriso contagiante no rosto.

— Claro que trouxe! Ele não sai do meu lado. Estou pronto para dar o melhor de mim hoje. — respondi, segurando o violão com carinho.

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