Um conglomerado de palavras soltas e pontuações desarranjadas. Um grande quebra-cabeças. juntem peça por peça e, para que haja aderência suficiente, acrescentem, nas lacunas entre cada encaixe, algumas gotas de cola de melancolia. Ei-lo diante de vó...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Caro amigo, aprende comigo Que faço do inimigo o meu melhor amigo. Caro amigo, aprende cá Que lá é aqui e que aqui é lá.
Caro amigo, a face é múltipla, Mas o querer um: o que infla! Caro amigo, bem viver é não viver, Não ver, não ouvir, nem tocar e nem ser!
Caro amigo, aprende comigo Que o subestimar do outro é o teu abrigo. Caro amigo, aprende assim: O sim é não e o não é sim.
Caro amigo, aprende comigo Que o leão superestima a si, não ao rato. Caro amigo, aprende comigo Que o poder de roer as cordas é daquele que é fraco.
Caro amigo, aprende comigo Que não ser, sendo, é melhor. Caro amigo, aprende comigo Que a submissão dos que sabem É que força profundíssimamente maior tem.
Caro amigo, aprende comigo, Não porque sou melhor, mas porque sou teu amigo: É no frasco finito que se detém o infinito.
Caro amigo, aprende comigo Que ser é, sobretudo, não ser, Viver é, incontestavelmente, não viver. Caro amigo, aprende comigo.
Caro amigo, vou-me indo, Mas deixo contigo o que é conveniente e lindo: Guarda o que és, retém o que sabes. Eis os primores das vidas imperturbáveis!
Eis aí, então, a espístola de mim para ti! Estou aqui e tu estás aí, bem longe, mas aí. Envio-te para fazeres o que te fores melhor fazer, Mas ela está aí para, em tudo nesta vida, te valer.
Caro amigo, aprende comigo Que faço do inimigo o meu melhor amigo. Caro amigo, aprende cá Que lá é aqui e que aqui é lá.
