Um conglomerado de palavras soltas e pontuações desarranjadas. Um grande quebra-cabeças. juntem peça por peça e, para que haja aderência suficiente, acrescentem, nas lacunas entre cada encaixe, algumas gotas de cola de melancolia. Ei-lo diante de vó...
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"Nunca" é um completo e complexo paradoxo. É um desejar, um desquerer... É querer a morte, sem deixar de ansiar pela vida... É relutar e depois lutar para fazer...
Porém, o problema do nunca vai além, lamento! Quando se odeia, nunca mais se quer ver, Quando se ama, nunca se quer ouvir um "nunca"! A conveniência se mistura ao desalento.
Nunca se sabe quando chega a hora do Nunca! Nunca mais um abraço, nunca mais um sorriso. Nunca mais um amor, nunca mais um abrigo. A hora do nunca é a hora que nunca se deseja.
O cerne do problema seja, talvez, isto: Nunca aceitar que o nunca, nunca deixa de chegar, Nunca preparar-se para um nunca mais ver, Um nunca mais abraçar, um nunca mais sentir, um nunca mais amar!
"Nunca mais, amigo!" "Nunca mais, irmão!" "Nunca mais, amor!" "Nunca mais, coração!" Lamento que, de certo, nunca saberemos se o nunca é, de fato, nunca e quando ele há de chegar...
Creio, embora não possa provar-lhe a tese, que a maneira de fugir desta terrível incógnita (ou enfrentá-la, se preferir), É nunca esperar pelo nunca!
Sim, viva! Sonhe! Abrace! Ame! Seja amigo! seja irmão! seja porto! Seja céu! Seja chão! Para que, quando a hora do nunca chegar, tenhas certeza de que não vivestes em vão!
