Um conglomerado de palavras soltas e pontuações desarranjadas. Um grande quebra-cabeças. juntem peça por peça e, para que haja aderência suficiente, acrescentem, nas lacunas entre cada encaixe, algumas gotas de cola de melancolia. Ei-lo diante de vó...
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Escrevo esta carta não para um destinatário específico. Qualquer um que lê-la e interpretá-la conforme seu bel-prazer, pode considerar-se um remetente.
Não sou uma agulha no palheiro dos poetas, embora muitos me considerem como tal. As letras que aqui são desenhadas ㅡ que, em sua quase totalidade, são desprovidas de grandiloquência ㅡ , são a personificação das experiências e dos sentimentos deste desconhecido (ou podem ser apenas gritos no vazio). Sou o autor? Sou o personagem? Por via das dúvidas e para todas as situações, dirija-se a mim pelo bom e clássico pseudônimo que classifica indivíduos como eu: "eu lírico". Ademais, se quiseres saber sobre o conteúdo desta carta ㅡ escrita por um desconhecido que jamais sairá do anonimato ㅡ já sabes o que fazer.
