Quem sou eu? Este ser que vive em um universo cheio de paradoxos e labirintos
Que, camufla-se em máscaras para não transmitir sua verdadeira essência
Que não consegue definir a si mesmo, por sempre estar em constante mudança
Que de muito provou e sentiu, recebendo os elogios da experiênciaAqueles que me cercam, dizem o que acham que sou,
e eu não os julgo por seus equívocos
Se nem eu mesmo consigo definir o que sou e, por Deus, como é difícil.
Talvez, porque sempre me acostumei a usar de máscaras.
Máscaras que só mostram a superfície e nada mais.Enquanto isso, eu vivo, em meu mundo,
em meus questionamentos internos
E, mesmo que eu ainda consiga conhecer-me a mim mesmo,
Não consigo conhecer plenamente o que em mim há, meu universo.E, eu temo, temo por mim mesmo e minha essência
Que é controlada pelas, quando vêm à tona, mascaras
E estas, manipuladas ao bel prazer da conveniência
Tornam-se faces, de mim mesmo criadas.Quem sou eu? Tenho receio de não poder responder,
Que me perca em meio as mutações deste universo
E, que em meio a este arsenal de máscaras muito bem feitas
Esqueça qual é a verdadeira, minha vida se tornaria um inferno.O porquê de tudo isso? A resposta é simples,
Minha vida se tornou um prato favorito,
Que, de tão enjoativo e saturado,
Não se saboreia, somente se come.
Quem sou eu? Um insensato, um louco?
Se defines por loucura, lutar contra a Que monotonia ser uma vida comum,
Então, sim sou louco, sem escrúpulos, ou juízo.
Perdendo-me, com muito gosto, neste universo incomum.Apesar do risco de perder-me nas muitas faces de mim mesmo,
E de não saber voltar deste universo,
De não saber, dentre tantas, em qual razão acreditar,
Vivo, sem medo, sem culpa, sem me preocupar se vou ou não voltar.Quem sou eu? Não consigo definir, talvez nunca consiga.
Contudo, deixo a vida fluir, para que eu, em minha jornada prossiga.
Apesar de não conseguir dar significado a meu próprio sujeito
Com minhas muitas versões, vivo, do meu jeito.
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Letras de um Desconhecido
PoetryUm conglomerado de palavras soltas e pontuações desarranjadas. Um grande quebra-cabeças. juntem peça por peça e, para que haja aderência suficiente, acrescentem, nas lacunas entre cada encaixe, algumas gotas de cola de melancolia. Ei-lo diante de vó...