Um conglomerado de palavras soltas e pontuações desarranjadas. Um grande quebra-cabeças. juntem peça por peça e, para que haja aderência suficiente, acrescentem, nas lacunas entre cada encaixe, algumas gotas de cola de melancolia. Ei-lo diante de vó...
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A vida continua... Na casa, nos becos, na avenida, na rua... A vida continua... No carro, no ônibus, na moto, nos pés... A vida continua... Aqui, acolá, longe, perto, no mar, no deserto...
A vida continua... Continua... Continua... Na lágrima, no sorriso, na alegria, na tristeza... A vida continua... No sim, no não, no talvez, na incerteza...
A vida continua... A vida não para não porque não quer, mas porque é breve! A vida continua... Onde quer que eu vá, o que quer que faça...
A vida continua plena, serena, incerta... É neste continuar em que me apego! É nesta aventura louca e, por vezes, pervertida Que mergulho e me desgasto deveras!
Na saúde, na doença, no calor ou no frio, Na vitória, na derrota, na desistência ou na persistência A vida continua... e continua incerta! A vida continua... e continua... e continua...
Não há como saber como ou quando acaba, Por esta incerteza e pelo não saber Que continuo vivendo a vida que continua... Continua... Continua... Continua...
Se não continuo a lutar, não sei se venço! Se não continuo a chorar, não sei se sorrirei! Se não continuo a andar, não sei se chegarei! Porque a vida continua... continua...
Se não continuo, não continuo com ela! Se não continuo, não acompanho a vida Que não para! Que não volta! Que apenas... Continua... e continua... e continua....
Não tenho escolha senão continuar... Não posso interromper o contínuo curso De viver... e viver e, claro, continuar vivendo Continuar... Continuar... Continuar...
Por isso, uns me chamam de louco, Mas continuo a viver a vida que continua... E, quando me perguntam o porquê disto, Respondo só: porque a vida continua!
