Capítulo 2

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(...)

- Soube que um dos miúdos era teu irmão, e gostava de mim, sabes qual é? - Pergunta o Neres na desportiva.

- Estás a perguntar, se conheço o meu irmão? - Ele riu-se e afirma.

- Vá S/N, quem é o menino, eu não tenho boa memória. - disse e eu olho para ele.

- Sabes o meu nome? - Pergunto.

- Só porque não olhamos para ti, não quer dizer que sejas invisível. - Disse e eu aponto para o Henrique e o meu irmão.

- É aquele que está a falar com o Henrique! - Olho para eles e vejo-os a virem na nossa direção. O Simão, começou a tremer e sinto o olhar do Neres ficar sorridente.

- Soube que um mini jogador, queria a minha atenção. - O Simão abraçou as pernas do Neres, e o Neres entregou-lhe uma camisola com o número dele, ele fizeram um aperto de mão único e ficaram na palheta, o Henrique que acompanhava a cena dirigiu-se a mim logo depois deles se afastarem.

- Desculpa por aquele dia. - Começou por dizer.

- Porque terias que pedir desculpa? - Pergunto.

- Acho que fui um bocado brusco e não quis parecer arrogante. - disse com as mãos a balançar, sinal de nervosismo. 

- Ah, não foste, a sério. - digo. 

- Bem, só queria mesmo dizer isso. - disse e afastou-se novamente de mim, olho para baixo, mas o corpo dele vira-se novamente para mim. - És sempre assim? - Pergunta.

- Assim como? - Pergunto a olhar para ele.

- Assim respondona? Tímida, assim um misto ... - Ele aponta para a minha pessoa. 

- Não costumo ser, na maioria das vezes, só que tu deixaste-me nervosa. - disse e eu disse aquilo em voz alta?

- Deixei? - Ele riu-se e cruzou os braços. - Bom saber. - disse e eu olho para os meus pés, aqueles ténis precisam mesmo de uma reforma.  - S/n? Eu sou acessível. - Ele afasta-se novamente a deixar-me na bolha, o que ele queria dizer com aquilo?

Vejo o restante do treino e quando o meu irmão veio ao meu encontro todo suado abraçou-me, já que estava sentada na primeira bancada.

- Obrigado. - disse e beijou a minha testa, acabou por ir para o balneário com o Jimmy. Encontro-me novamente com ele na saída do Campus.

- Gostaste? - Pergunto a esticar-lhe a mão, mas ele não a aceitou.

- Gostei! Adorei. - disse e caminhou a minha frente até ao carro.

Vejo os jogadores começarem a entrar nos carros, mas o Simão não me deu tempo de ficar a olhar para eles. Ele entrou no carro.

- O que tens? - Pergunto.

- Nada! - disse e eu olho para ele, ele pôs o cinto sozinho e desviou o olhar do meu.

- Nada, não! O que aconteceu? - Pergunto novamente.

- Vais abandonar-me? - Pergunta e eu neguei.

- Claro que não! - digo.

- Não estás a namorar com o Henrique? - Sorri.

- Não! - digo.

- Hum...acredito. - disse e eu olho para ele indignada.

- Não sejas tonto. Está bem? - digo. - Eu vou escolher-te sempre. - digo.

- Não me importo de te dividir com o Henrique, ele até que é engraçado.

- Mas que ideia é essa agora?

Amor Desleixado | Henrique AraújoOnde histórias criam vida. Descubra agora