Capítulo 15

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Simão Gonçalves Neves

Após chegar a casa, a minha irmã foi buscar alguma coisa para eu comer, eu sabia que ela queria um tempo sozinha apenas para continuar a chorar.

Ela e o Henrique tinham acabado, e talvez a culpa tivesse sido minha, por querer mostrar ao Henrique que era bom jogador e que conseguia fazer quase tudo o que ele fazia, mas não consigo ainda, e magoei-me pelo meu erro estúpido.

Como estava na sala, vejo a (S/n) a chorar, ela não era forte, era noutros parâmetros.

Vejo-a limpar as lágrimas com as mãos e voltar com um sorriso estampado amarelo na cara.

- Podes chorar. - disse, o João aparece alguns minutos depois.

- Soube que acabaste com o Henrique! Tu não sabes como ele está. - Foi a primeira coisa que o João diz assim que a viu. - Bem, não pareces muito diferente dele. Porque acabaram?

- Isso interessa? - Pergunta.

- (S/n), eu sei que ficaste magoada por ele ter-te mentido, mas se eu tivesse no lugar dele faria o mesmo, ele agiu de uma maneira rápida para não magoar-te naquele momento, tu precisavas de estar consciente e sã.

- Para, para João Pedro, para o defender. - disse já em lágrimas. - Para! - disse e saiu do meu quarto.

- E que tal uma ajuda? - disse o João para mim.

- Desculpa, mas a culpa foi minha, a culpa deles ter acabado.

- Não, a culpa não é tua. - disse.

- É mano. É! - Fico em silêncio e numa maneira para conseguir chegar do Henrique, eu tinha que falar com ele. Custasse o que custasse.

(S/n) Neves

Fiquei na cozinha a fazer o jantar para mim e para o Simão, já que o João ia sair com dois amigos, deixei-me ficar na cozinha a ver uma série e a fazer o jantar.

Quando o jantar ficou pronto, chamo o Simão.

Nada!

- Simão?! - Deixei-o na sala, para ele ouvir o meu chamado, nada. Fui para a sala e quando ligo a luz, assusto-me. - Simão? SIMÃO? Simão? Porra! - Percorro as casas-de-banho todas, o quarto dele, o meu, o dos meus pais o do João, chamo-o por todas as divisões da casa, e nada, merda, mil vezes merda!

Fui até a casa do Rúben que ficava alguns metros a frente, e nada, e nada!

- Que merda! - Já tinha chorado por todos os cantos da casa, estava a segundos de ligar para a polícia quando o número do Henrique aparece na tela do meu telemóvel.

Henrique Araújo

"Quem é? - Não vejo ninguém. - Quem é? - Pergunto novamente. - Eu sei que estás aí. - digo e quando abro a porta não a vejo.

- Afinal não me enganei! - Assusto-me com a voz.

- O que fazes aqui sozinho? - Digo e quase que tive um treco mental."

- Responde Simão! Como conseguiste chegar até aqui? - Pergunto assustado e a ajuda-lo a entrar, pego mesmo nele ao colo e a senta-lo no sofá.

- Quero falar contigo, tu e a minha irmã acabaram por minha causa.

- A tua irmã precisa de tempo Simão, e não é a vires ter comigo que isso vai ajudar. Avisaste a tua irmã que vinhas? - Pergunto, mas pelo seu silêncio confirmo que não. - A tua irmã deve estar maluca a tua procura. - digo e agarro no telemóvel.

- Espera Henrique.

- Espero? Tu sabes como estás e não és nenhum tonto, a tua irmã adora-te. E quando os teus pais não estão, como é o caso, tu és responsabilidade dela, já viste em como podes pôr a tua irmã em problemas?

- Eu só queria que não se zangassem por mim.

- Oh Simão, não nós zangamos por ti, eu menti a tua irmã e ela ficou magoada comigo, foi apenas isso. - disse. - Vamos ligar a tua irmã sim?

Ligo-lhe e fixo o meu olhar no dele.

Ela atende, quase que instantaneamente.

- Henrique?

- O Simão está comigo! Ele está bem!

- Eu vou busca-lo. Eu já vou!

Ela desliga a chamada e o Simão olha para baixo a chorar.

- Não queria que ela... - Eu abraço o pequeno. Após uns 10 ou 20 minutos a campainha toca e quando abro  porta ela entra disparada.

- Assustaste-me Simão, porra, que raio de ideia foi a tua? Pensei que tivesse te acontecido alguma coisa má, pensei que  te tivessem levado, porra Simão. - Ele baixou a cabeça, mas foi o suficiente para começar a chorar e a irmã abraça-lo. - Nunca mais faças isso, assustaste-me.

- Desculpa mana, queria apenas que fizessem as pazes, não gosto de ver-te a chorar e nem ele. Gosto muito de vocês. - disse e foi mais uma vez abraçado pela irmã, passados alguns minutos ele acaba por adormecer no sofá.

- Liguei-te assim que ele me contou.

- Fizeste bem! - disse a pegar nele ao colo.

- Onde vais? - Pergunto.

- Para casa! - disse como se fosse óbvio.

- Fica aqui. Já está tarde. - digo.

- Não, não acho uma boa ideia. - disse.

- Por favor, Por favor (S/n) a estrada para a tua casa é perigosa a noite, fica aqui e de manhã regressas para casa.

- Deixei tudo ligado, e nem sei se desliguei o forno.

- Pede ao Neves para confirmar, ele vai a casa não? - Ela afirma.

- Vá, não te deixo sair agora daqui. - digo e ela acaba por ceder, falou com o Neves que já estava em casa.

Ela deitou o Simão num quarto vazio e depois veio ter comigo.

- Já jantaste? - Ela negou. - Queres? - Mostro-lhe uma salada que tinha feito e ela afirma. Comemos em silêncio o que custou-me imenso.

Quando fiquei no sofá sozinho, não quis acreditar que estava chateado com ela.

Começo a chorar novamente e acabo por adormecer em lágrimas.

(S/N) Neves

Ele deixou-me ficar no quarto dele, quando sinto o perfume dele pairar no ar, sinto que tinha feito uma grande asneira. Não consegui dormir, ao pensar que ele estava na sala, naquele sofá desconfortável e não aqui ao meu lado.

Acabo por levantar-me da cama, e ir até  ao sofá, onde vejo-o sem camisa, e ainda com as bochechas molhadas, a luz da lua , iluminava o cómodo e em especial o peito dele, aproximo-me dele, e devagar sento-me na ponta do sofá, passo as mãos pelo seu rosto, sinto a mão dele ficar colada a minha que estava ao lado do seu corpo e sinto-o despertar.

- O que foi? - Pergunta a olhar para mim, eu aproximo-me dele.

- Eu amo-te! - disse. - Mas não me voltes a mentir. - digo e ele senta-se, ele entrelaça as suas mãos ao meu cabelo e eu beijo-o.

- Eu amo-te e desculpa, pensei que tivesse a fazer o correto. - diz e eu abraço-o.

- Anda para a cama. - digo a levantar-me ele segue atrás de mim a abraçar-me por trás, enrolo-me nos lençóis e ele faz o mesmo.

- Henrique?

- Sim?

- O tempo acabou.

- Eu amo-te. E não quero voltar a dar um tempo. Sei que fiz merda, mas não quero repetir este sofrimento.

- Nem eu. - digo e volto a beija-lo.

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⏰ Última atualização: Jun 18 ⏰

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Amor Desleixado | Henrique AraújoOnde histórias criam vida. Descubra agora