Capítulo 6

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Uma semana depois, ainda não tínhamos pormenores sobre aquilo do meu irmão, mais uma semana que eu não via o Henrique, estava a ficar desapontada comigo própria, por pensar nele, quase todos os dias.

Eu sei que não tínhamos nada, mas desde aquele beijo, não houve uma mensagem, não houve uma chamada que me desse alguma chance para conversar com ele, estava no meu local de trabalho, e sinto o perfume dele pairar no ar.

- Desculpa! - disse com os braços apoiados ao balcão.

- Por? - Digo a perguntar sem olhar para ele.

- Podemos conversar? - Pergunta.

- Podes ir (S/n) eu fico aqui. - disse o Hugo a sorrir para mim, eu não olho para nenhum.

- Por favor, eu sei que estás chateada, mas dá-me uma chance de explicar, faz isso pela Miley, e não pela Hannah Montana! - aquela piada tinha mesmo nos entranhado.

- Ficas mesmo? - O Hugo afirma e o Henrique leva-me para o café do andar de cima, sentamo-nos numa mesa a um canto.

- Sei que não disse nada depois do Beijo, mas não é por não pensar em ti, ou por ter deixado de gostar, é só... - Interrompo o pensamento.

- A vida da Hannah Montana atrapalha, eu percebo, e compreendo, mas não estou chateada por isso. Não é contigo, aliás não estou chateada contigo. - disse.

- Novidades? - Pergunta curioso.

- Sim, mas não quero estar sempre a falar de mim. - disse. - Podemos falar sobre o Henrique?

- O Henrique anda cansado. - disse encostado a cadeira. - Quer dormir, quer férias, quer falar sobre outra coisa. - disse e eu sorri.

- Posso contar as novidades, Hannah Montana? - disse e ele afirma.

- Eu tinha um irmão. - disse a mandar a bomba.

- Fogo! - disse. - Desculpa Perguntar, mas morreu?

- Há uma semana pensávamos que sim. - Comecei a contar-lhe a história.

- Isso é demasiado pesado. Ainda não têm novidades do Pedro?

- Não, a inspetora ainda não disse nada. - digo cabisbaixa.

- Agora que fales nisso, ontem no treino uma inspetora veio falar com o Neves. - disse e eu olho para ele, mas ele desleixou-se na cadeira.

- Como ela se chamava?

- Inês qualquer coisa. - disse. - Ele não parecia muito preocupado, deve ser apenas coincidência.

- Deve ser. - digo. - Tenho saudades tuas. - Admito.

- Eu também tenho. - digo. - Podias ir a minha casa! Sem maldade. - disse. - Saís as 16:30?

- Não, vou sair às 15horas. Tenho que ir buscar o meu irmão a escola. - disse. - O meu pai não está e a minha mãe está no turno da noite, tenho que ficar com o meu irmão. - disse.

- Que pena, queria convidar-te para ires a minha casa. - disse. - Mas posso convidar-vos aos dois para ir comer um gelado ou algo assim, pelo menos nos descontraímos e eu conheço o Simão. - disse.

- Seria bom. - digo e ele sorriu a beijar a minha bochecha, mas beijou-me rapidamente os lábios. - O que estás a fazer? - Pergunto quando ele se afastou.

- Tenho saudades tuas. - disse. - Passo pela tua casa, Às 16:30 pode ser? - Afirmo. - Até logo baby! - disse e afastou-se para a zona dos balneários, volto para o meu local de trabalho, e como o combinado fui buscar o meu irmão a escola, que para variar atrasou-se quase 20 minutos. Chegamos a casa, ele toma banho, eu troco de roupa e quando ele soube que iria ter com o Henrique parece que enlouqueceu, não sei o que o Henrique lhe fez, mas ele ficou super feliz por saber que iria ter com ele.

Amor Desleixado | Henrique AraújoOnde histórias criam vida. Descubra agora