Capítulo 4

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No dia seguinte acordo com o meu irmão a saltar para cima da cama.

- ACORDA MANA! - grita o meu irmão desesperado pela minha atenção, eu abraço-o e ele abraça-me. - Correu bem o encontro? - Pergunta abraçado a mim.

- Não foi um encontro, foi uma saída de amigos. - digo a aperta-lo.

- Acredito. Ontem não te foste despedir de mim. Tive pesadelos. - disse dramático e eu sorri.

- Claro que fui, mas já estavas a dormir. - Comento com ele ainda ao meu colo.

- Deste o meu beijo de Boa Noite? - Afirmo. - Parece que ele chegou tarde a estação dos sonhos. - disse e eu encho-o de beijos. - Guarda alguns para o teu namorado. - disse a afastar-se de mim, mas sem sucesso, desfaço o abraço por fim e ele ajoelhou-se a minha frente.

- O Henrique desejou-te Boa Sorte para o jogo de hoje! - disse e ele sorriu.

- Boa! Assim vou ganhar! - disse e beijou a minha testa, ele saiu disparado do meu quarto, despachei-me o mais rápido que consigo e acabo por descer antes do meu irmão, fiquei a espera dos meus pais que se estavam a despachar pela primeira vez iriam conciliar o tempo juntos em família. O telefone da minha mãe toca, mas eu nem dei importância, mas ouço a minha mãe gritar do andar de cima.

- Querida podes atender? - grito um sim replicado e atendo.

- Carolina Dias?

- É a minha mãe! Sou a filha mais velha.

- Olá, sou a inspetora Teresa Madureira, queria falar com a sua mãe se possível.

- Ela está ocupada, mas quer deixar recado?

- É um assunto delicado e preciso mesmo de falar com a própria.

- Eu vou chama-la! - digo e ponho em espera.

- OH MÃE? - grito das escadas.

- Sim? - Ela aparece no topo a por um par de brincos.

- Está uma inspetora Teresa ao telefone. - Ela olhou para mim confusa.

- Teresa quê? - Pergunta.

- Madureira? - Digo e ela ficou pálida. Quase que a tropeçar pelas escadas abaixo. - Estás bem? Queres que desligue?

- Não, não, ela disse o que quer? - Pergunta a descer calmamente pelas escadas.

- Disse que era um assunto delicado e tinha mesma de ser contigo. - digo a passar-lhe o telefone.

- Podes ir ver do teu irmão? - Afirmo preocupada com a reação dela, ouço-a ainda dizer.

- Bom dia, inspetora, queria falar comigo? - Fico receosa de ouvir a conversa, mas acabo por subir as restantes escadas sem perceber mais nada, vejo o meu irmão preparar a mala que iria levar e ajudo-o, vejo o meu pai passar pelo quarto, ele acenou-nos e desceu as escadas.

- O que te incomoda? - Pergunta o meu irmão distraído a fechar a mala.

- Nada! - Não o quis preocupar.

- Não sabes mentir, és demasiado transparente (S/n). - Disse a olhar para mim. - Não é um defeito, mas transforma-se num se não o souberes usar. - diz e eu fico parva a olhar para ele.

- Tu tens umas saídas às vezes, um pouco fora da tua idade. - digo e ele riu-se apenas, acabamos por descer as escadas e vejo que os meus pais estavam inquietos, mas foram tão parciais que o meu irmão não deu por isso, mas eu dei, quis perguntar, mas tive medo de estragar o dia ao meu irmão. Fomos para o estádio da luz e seguimos para o campo descoberto ao lado do grandioso.

Amor Desleixado | Henrique AraújoOnde histórias criam vida. Descubra agora