Capítulo 9

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Chegamos ao nosso sítio, nosso? Ele disse nosso? 

Saí do carro após o mesmo ter desligado a viatura, agarro na mão dele, assim que o vi a minha espera, seguimos de mãos dadas, até ao banco onde ficámos da primeira vez que ali fomos. 

- Já viste como a vida muda? - disse ele. 

- Mesmo! - digo a ver a lua já a meio. 

- Quando aqui viemos eu sentia que eras mais do que uma amiga, mas agora tenho certeza disso. - disse. 

- O que queres dizer com isso? - Pergunto. - Aliás, o que me querias dizer que não podia esperar até amanhã? Tens alguma coisa contra o tempo passar muito devagar no verão? - Ele cala-me com um beijo. 

- Falas assim tanto quando estás nervosa? - Eu olho para ela.

- Não, não estou nervosa, porque haveria de estar?  - Ele riu-se, podia estar, estava? Ele beijou-me novamente. 

- Eu fui um estúpido, o Henrique foi. - disse. 

- Estamos a falar sobre? Para eu estar no sítio certo. - digo, e ele riu-se. 

- O Araújo foi um estúpido, eu fui estúpido.

- Estás a falar sobre o que? Para ver se concordo ou não. 

- Não me interrompas. - disse nervoso. - Lembraste quando disseste que éramos amigos? - afirmo. - Eu não quero ser apenas teu amigo, não consigo ser teu amigo apenas. - disse e eu olho para ele, sem interrompe-lo.  - Acho que foi um pouco egoísta, por pensar que já eras minhas, mas não, fizeram-me perceber que não era assim. - disse a coçar a cabeça. - Eu gosto o Henrique gosta, porque a vida do Araújo tinha que intervir? Fiz mal, admito, quando disseste que gostavas de mim.. - interrompo.

- Nunca disse que gostava de ti! - disse ele atrapalhou-se. 

- Uh. - Ele coçou a cabeça, e ao vê-lo mais atrapalhado, deixou-me com pena de o ter feito. - Que facada! - disse a levantar-se e a afastar-se de mim, eu puxei-o, mas acabo por escorregar, ele segurou-me

- Nunca disse que gostava, porque achei que o sentimento era mútuo. - disse e ele aperta a minha cintura. Ele endireita-me. 

- Fogo (S/N). - disse nervoso. 

- Sabias que ficas fofo nervoso e todo atrapalhado. - disse a rir e ele aproximou-me dele. 

- Achas? - Afirmo, e ele atacou com um ataque de cocegas, comecei a rir. 

- oh, Deus, por favor Henrique para. - digo, e ele parou quando me viu ofegante. 

- Achas que fico fofo? - Afirmo, e ele continua. 

- Não, Henrique, não acho. - disse e ele parou, ele abraça-me por fim. 

- Obrigado mais uma vez, por me fazeres esquecer de quem sou pelo menos por alguns segundos. - disse.

- Gosto de ajudar as pessoas! - digo. 

- Podes ajudar esta alma a não ser mais solteira? - Olho para ele, e ele ajoelhou-se a minha frente. - Pediria de qualquer maneira, mas acho que fica mais formal, Namoras comigo? - Eu sorri ao vê-lo assim, então afirmo, beijo-o já em pé. - Eu amo-te cheguei a dize-lo? 

- Disseste agora. - digo. 

- Boa, eu amo-te! - digo e ele beija-me novamente. Voltamos para o carro. Ele entregou-me o casaco dele. 

- Não te convenço mesmo a vir a minha casa?

- Até ia, mas tenho lá o Neves. 

- Estás a trocar-me por aquele pedaço de homem? - Gargalhei. 

- Não. - digo a beija-lo, ele encosta-me ao carro, e eu arrepio-me. 

- Agora que tenho dois cunhados tenho que ter cuidado. - disse a beijar os meus lábios e depois o meu pescoço. 

- Henrique, ambos sabemos que se continuares assim, acabámos na tua casa e na tua cama. - digo. - Eu gostava muito de acabar a noite dessa maneira, mas não quero que ele pense coisas de mim. - digo. 

- Vais para a minha casa, e voltas cedo, por favor. - disse. - O Neves está a dormir, porque tem aulas amanhã, vá lá. - disse manhoso. 

- Não sejas teimoso, eu amanhã vou para a tua casa, prometo, mas hoje não posso. - digo. 

- Ok, pronto. - disse, mas continua a beijar-me. 

- Sabias que és muito manhoso. - digo a abraça-lo.

- Sabia. - disse a sorrir e a beijar-me, ele afastou-se de mim, mas eu sinto a falta do calor dele, puxando-o de volta para mim. 

- Vou tirar alguns dias, de amanhã à domingo. - digo e ele beija-me. 

- Isso é ótimo, só temos treinos para segunda que vêm. - diz.- O que pretendes fazer? - Pergunta.

- Gostava de estar contigo! Mas deves ter planos. - disse.

- Não tenho, ia a Madeira. - disse.

- Ias? No passado, já não vais? 

- Gostavas de ir comigo?

- A sério?

- Sim, gostava que fosses comigo. - ele diz e repousa a mão no fim das minhas costas. 

- Parece uma boa ideia. - digo e arrepiei-me quando sinto as mãos dele entrarem por dentro da camisa, engolo a seco. 

- Boa. - diz e beija-me a apertar a minha pele, mordeu-me o lábio inferior antes de se afastar por completo, sinto ficar húmida. - Vamos? - Ele seguiu para o outro lado do carro, e eu tento recuperar alguma força para voltar para o interior do carro, para perto das mãos dele. 

Entro no carro. 

- Estás bem? - Pergunta já de sinto posto, eu afirmo. - Não sabes mentir. - Ele repousa a mão sob a minha perna esquerda. 

- Sei sim! - disse. 

- Está bem! - disse a fingir que acreditava, ele arrancou e passados alguns minutos vejo que estava em casa. 

- Adeus. - digo, a tirar o cinto. 

- (S/N)? Não precisas de fingir que gostaste!  - Coro bruscamente. - Vês! - disse ele vira-me a cara para ele. - Também gosto de ti. - disse. - Amo-te para ser mais sincero. Estou ansioso, para ficarmos sozinhos. - disse a beijar-me. 

- Amo-te! - digo a aproximar-me dele, ele beija-me e repousa a mão sob a minha perna apertando-a, ele subiu devagar, e apertou a minha coxa por dentro, acabo por deixar escapar um gemido por entre os lábios, o que causa em mim um formigueiro de timidez maior, ele beijou-me sem partir o contacto que tínhamos. 

- Eu também amo-te. - disse a acabar por fim o beijo, eu abro a porta e retiro o casaco, mas ele impede-me de o despir. - Fica com ele, assim lembras-te de mim, e devolves-me amanhã, ou quando calhar. - disse, eu beijo-o, antes de sair totalmente do carro, ele beija as minhas mãos, mas antes de eu fechar a porta ele diz. - Também amei o gemido, mas da próxima vez, quero ouvi-lo mais vezes. - Eu engolo a seco, ele deixa-me envergonhada assim. 

- És mesmo tonto tu.

- Sou doido só por ti. - disse e eu sorri, mando-lhe um beijo, e entro em casa, não vejo ninguém por isso subo as escadas, entro no meu quarto, e acabo por adormecer a pensar nele. 




Amor Desleixado | Henrique AraújoOnde histórias criam vida. Descubra agora