Capítulo 3

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Acordo no dia seguinte e faço a mesma rotina de sempre, não levo o meu irmão a escola, já que era sábado. Fui trabalhar. 

- (S/n) ? - Não reconheço a voz que se dirigia a mim. Olho para cima e vejo o Henrique. 

- Henrique? - digo quase que num sussurro. 

- Trabalhas também nos sábados? - Afirmo. - Mas ainda saís comigo? Com o Henrique? - Sorri e afirmo. - Boa, posso vir te buscar? 

- Podes, eu saio às 16:30. - Digo, e ele afirma. 

- Okay, cá estarei. - Ele passou o cartão, mas saiu depois de alguns minutos. - Esqueci-me de uma coisa. - disse e ele saiu, o Hugo que verificava a cena em silêncio, assim que o jogador saí de cena aproxima-se de mim e diz:

- Se isto não virar amor, eu não acredito mais nele! - disse a continuar o seu trabalho. Esperei ansiosa que as horas passassem, eu estava a ficar nervosa, porque disse que poderia vir-me buscar? Eu estava a suar. - Estás bem? - Pergunta o Hugo a ver o meu estado de nervos. 

- Estou. - digo a aparecer descontraída, mas eu não estava, apesar de saber que iria sair apenas com o Henrique, eu estava nervosa, só de pensar nisso, respiro fundo quando olho novamente para as horas, eram 16:20. 

- Vai correr tudo bem, vais ver! - disse o Hugo a entregar-me uma garrafa de água. 

- Se não vier na segunda-feira, sabes que morri. - disse e ele riu-se do meu desespero. Quando deu as 16:30, eu saí para o balneário, troco de camisola, e saí com as minhas coisas. - Até segunda! - digo para o Hugo, ele acenou-me e sorriu travesso. Passo o cartão e vejo o Henrique encostado a um carro cinzento a mexer no telemóvel. Aproximo-me timidamente dele, ele dá por isso, guardando o telemóvel no bolso. 

- Olá! - disse a sorrir.

- Olá! - digo tímida. 

- Tenho um sítio ótimo para irmos, costumo ir para lá algumas vezes, sabes quando quero ser eu e gritar. - disse e eu sorri. 

- Por mim tudo bem!  - digo, ele abre-me a porta e deixa-me entrar no veiculo, perfumado com o perfume característico dele. Ele entrou no carro e colocou o cinto, assim como eu, ele ligou a viatura e olha para mim antes de partimos. 

- Não te vou raptar. - disse e eu sorri a olhar para ele.

- Acho bem, que o meu irmão é pequeno, mas sabe lutar. - digo e ele gargalhou, acho que gostei do sorriso dele, porque quis vê-lo mais vezes. 

 Saímos do Seixal e passamos a ponta, ele dirigiu até Santuário do Cristo-Rei. 

- Queres fazer uma caminhada até ali em cima? - Ele apontou para o topo e eu olho para ele, sempre morei ali em Lisboa e nunca subi até ao topo. 

- A sério? - Pergunto ainda com o carro em movimento. 

- Sim, depois vou mostrar-te onde fica o meu lugar secreto. - Com a maior apreensão de todas, lá fomos, ele parou o carro, e eu saí do mesmo, ele indicou-me o caminho, não tinha muitas pessoas, mas mesmo assim que levou uns óculos e um boné, para mim ele poderia ser o Henrique um simples homem, mas para outros, não era bem assim. 

Caminhamos até ao andar dos bilhetes e ele pagou os dois, apesar de ter contrariado a ideia.

Começamos a subir assim que a visita começou, ele seguia atrás de mim, mas não fiquei descansada, eu queria rir, paro por ver os senhores à minha frente a parar, mas sinto a mão dele bater na minha cintura, não sei se foi por perceber que ia escorregando devido a paragem repentina, ou por ele embater no meu corpo por ter parado, recebo um  choque elétrico vindo dele, a mão dele manteve-se lá, já que fiquei sem degraus para subir da pessoa a minha frente, e como ele não tinha espaço ficou ali, não olhei para ele, mas sinto o calor da mão dele aquecer-me. Voltamos a andar e ele desfaz o contacto com muita pena minha, chegamos a Capela, e eu fiquei a ver algumas coisas, não comprei nada já que objetivo era ver as vistas do andar de cima.

Amor Desleixado | Henrique AraújoOnde histórias criam vida. Descubra agora