- Henrique! - Chamo-o assim que o viu.
- Andrea! - diz num tom chamativo, mas a revirar os olhos.
- Pensei que tivesses ido embora. - Não sei se aquela boca teria sido para mim, mas continuo elegante e acabo por não lhe responder a letra. - Tanto faz, vamos para dentro há bebidas ótimas, tenho a certeza que vais gostar ... - Ela esperou que dissesse o meu nome, ele acaba por dizer por cima de mim.
- (S/N) ela chama-se (S/N). - diz e ela sorriu ironicamente, a cada segundo que passava odiava-a mais, como era possível isto?
O tempo ia passando-se devagar e tirando a Andrea, todos os restantes amigos deles eram simpáticos, mas com o passar dos minutos vi que ficava de parte, não era culpa do Henrique, era minha, eu não gostava de estar muito tempo rodeasa de pessoas ainda mais de pessoas que eu não conhecia, mas tentei pelo menos esforçar-me por ele.
(...)
Não sei quanto tempo fiquei do lado de fora da casa, mas foi ainda um bocado, porque já não aguentava o cheiro a fumo que dali dentro vinha, o Henrique apareceu ao meu lado uns 6 minutos depois de ter desaparecido.
- Queres ir embora? - Pergunta.
- Não é que não esteja a gostar de conviver com os teus amigos, e eu sei que tens saudades deles, mas sim quero. - digo de uma vez.
- Tudo bem! Eu sei que não gostas de festas e destas coisas, já sei que fizeste um grande esforço para me veres feliz. E aliás, eu também já não me vejo a gostar disto. - Referia-se a bebidas, cigarros e música alta. - Vou despedir-me deles, queres vir? - Afirmo e sigo com ele, acabámos por não ir para casa, ficámos num parque ali perto. - Silêncio, já tinha saudades. - Comenta e eu sorri.
- Também digo. - disse a sorrir, ele aproxima-se de mim e abraça-me, não sei quanto tempo durou, mas pareceu-me pouco, por isso não o larguei.
- Posso perguntar-te uma coisa? - Pergunta a balançar o meu corpo como um vai e vem.
- Claro, o que quiseres. - digo.
- O que mudavas em mim? - Olho para ele. - Responde se sincera!
- Não mudava nada, gosto do jeito que és! - digo e ergo os pés. - Tu és perfeito a tua maneira, e se queres saber, se pensares o contrário és toto. - disse e ele acaba por beijar-me. - Porquê perguntas isso?
- Não sei, apenas sinto-me inseguro, as vezes penso que não sou suficiente. - disse triste.
- És suficiente para mim, para os teus amigos, para a tua família. Eu amo-te do jeitinho que és, e se as pessoas não vêem isso é porque precisam de óculos. - comento o que o fez rir.
- Não estás a dizer isso apenas para me agradar?
- Quando disse alguma coisa para te agradar? - Ele olha para mim.
- Tens razão, nunca disseste. És verdadeira. - Afirmo e beijo-o.
- Talvez nunca te tenha dito, por erro meu talvez, mas quero apenas dizer que tens sido o meu porto de abrigo, consequentemente és o meu ponto fraco. - digo e ele sorriu.
- Tu és o meu ponto forte. - Deixo-me corar, regressámos para casa, mas admito que estar com ele já fazia tudo valer a pena.
(...)
Eventualmente tivemos que regressar a nossa Lisboa, que por sinal estava na mesma.
Despeço-me dele no aeroporto, já que o Simão fez questão de me ir buscar, obviamente com os meus pais, a primeira coisa que fez, foi analisar-me de cima a baixo, e mediante a decisão abraçar-me ou deixar-me ficar no vácuo de braços abertos.
Adivinhem, foi a primeira opção, ele sorri e abraça-me, um abraço tão apertado, que deu para matar algumas saudades que já tinha dele, cumprimento os meus pais e o Neves que estava ali também.
- Obrigado pela semana. - Digo com o Simão ao colo para o Henrique.
- Eu é que agradeço a companhia. - disse e beija-me, o Simão vira a cara e isso dá gargalhadas ao pessoal.
Despedimos-nos ali e seguimos para casa, já sem o Henrique, o Simão obrigou-me a fazer um relatório quase científico de tudo o que tinha acontecido, saltei diversas partes como devem de imaginar.
- A sério que ela fez isso, já não gosto dela. - Refere e eu sorri.
- Eu também não gosto dela. - digo e ele continua a fazer-me perguntas, quando cheguei ao meu quarto a primeira coisa que fiz foi tomar um longo banho e claro depois disso deitar-me na cama.
Sou chamada para jantar alguns minutos depois e quando acabo de comer, lavo a loiça com o Neves que acabou por subir comigo.
- Amanhã levas-me? - Pergunta o Simão assim que me vou despedir dele.
- Claro. - digo.
- Neves ficas chateado? - Pergunta.
- De todo. Não fico não te preocupes. - disse e ele abraça o João, ele despediu-se de mim com um beijo na testa.
- Já tinha saudades tuas. - disse e eu sorri a arranjar melhor os lençóis.
- Eu também já tinha saudades tuas. - digo e beijo a testa dele.
- Posso perguntar-te uma coisa? - Afirmo. - Vais viver com o Henrique e deixar-me sozinho?
- Oh amor, um dia eu vou morar na minha casa, e um dia muito longe, não te vou fazer isto, mas quero que saibas que esteja onde estiver vou ter tempo para estar contigo, nem que seja para te ver por cinco minutos, esteja onde estiver....
- Vou estar contigo. - Completa ele abraça-me e eu deixo adormecer ao meus braços.
- Eu adoro-te. - digo ao ouvido dele enquanto o voltava a tapar. Volto para o meu quarto e acabo por adormecer assim que deito a cabeça na almofada, estava estafada.
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Amor Desleixado | Henrique Araújo
FanfictionAmbos éramos trabalhadores do Benfica, mas ele é um jogador e eu apenas uma funcionária do Benfica CAMPUS Como em menos de nada começamos a falar? Nunca planeei apaixonar-me, mas ele fez-me sentir diferente, mas o que poderia mudar ao começar a co...