Capítulo 13

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SEBASTIAN WERDEN

Enfio minha lâmina na garganta do segurança e faço questão de torcê-la enquanto encaro o riquinho nos olhos. É impressionante como esses jovens de família rica são inconsequentes e acham que por suas famílias terem dinheiro velho podem ignorar suas dívidas. Ninguém os obrigou a procurar diversão nos cassinos da Organização.

Retiro minha lâmina e deixo o corpo mole do segurança cair no chão. Com extrema paciência, uso o lencinho que peguei de outro segurança para limpar o sangue do meu punhal ao passo que me aproximo do riquinho. Ele está praticamente escalando a parede, seus olhos quase saltando das órbitas enquanto ele hiperventila como um animal assustado.

— Você não pode me matar! — Fala em puro desespero.

— Eu posso e nós dois sabemos disso. — Jogo o pano sujo no chão, despreocupado com o rastro de digitais por estar usando luvas de couro. — A questão é discutir se deixarei seu corpo nas escadarias para o seu papai encontrar ou vou despedaçá-lo antes de te espalhar por toda essa bela propriedade.

— Meu pai o caçaria até o inferno.

— Eu pareço preocupado com o seu pai? — O agarro pelo pescoço, obrigando-o a me olhar. Suas roupas engomadinhas já estão desalinhadas e seu desespero crescente me diverte. 

— Pois deveria.

Sua ameaça de menino rico me arranca uma risada de escárnio. Essas crianças mimadas nunca mudam os argumentos. Estão sempre se encondendo atrás das contas bancárias de suas famílias. Não percebem que seus sobrenomes não podem protegê-los da Organização. Esse filho da puta sequer pensará sobre os cinco seguranças que matei ao entrar aqui. Suas vidas infelizes não valeram de nada.

Observo rapidamente a sala em que estamos e noto a frequência de retrados do filho da puta com o irmão e com a mãe. Pai ausente das fotos, provavelmente um viciado em trabalho que apenas se preocupa em pagar os luxos dos filhos e ostentar uma esposa troféu. A mulher, pelo contrário, parece ter certo carinho dos filhos, apesar de eu mesmo duvidar que ela os tenha criado efetivamente ao invés das babás.

No meu trabalho estou acostumado a lidar com esse tipo de gente e esse desgraçado me obrigou a fazer uma porra de viagem até a Inglaterra para cobrá-lo. O maldito é montado no dinheiro, custava honrar com suas dívidas? Posso ter sido designado como segurança temporário, mas ainda sou o Executor e Luke Brachmann queria uma última cobrança antes que eu seja enviado novamente para estripar este infeliz.

Decidindo usar seu afeto contra ele e, desde já me preparando para a ameaça que já se tornou automática nesses momentos, o arrasto para mais perto dos retratos e bato a ponta de minha lâmina no rosto de sua mãe.

— Ela é uma gracinha. — Dou um sorriso predatório. — O que acha de eu levá-la para pagar parte de suas dívidas? Aposto que os frequentadores dos cassinos adorariam uma puta nova para brincar.

— Ou o Brachmann coloca a sobrinha dele para fazer esse trabalho. — Responde com ousadia. — Eu adoraria espalhar ao mundo que meu irmão e eu fodemos a princesinha dos Brachmann como uma puta de esquina. Aquele rostinho de anjo é muito bom para esconder as habilidades daquela vadia na cama. Eu posso confirmar em primeira mão.

— A sua mentira de desespero só te torna mais patético.

O arrasto para o outro lado do cômodo, na direção de uma enorme cozinha. Guardei meu punhal enquanto caminhava, lutando para não furá-lo até que minha raiva dissipasse. Eu preciso me manter no controle, o jogo psicológico faz parte do trabalho e esse tipo de verme cria muitas histórias para escapar das cobranças.

Esse filho da puta ou o irmão dele, igualmente fodido, não tocaram em Lara. Malditamente não!

Sem muita dificuldade em dominá-lo, tendo o verme metade do meu peso ou menos, consigo ligar o fogão sem infortúnios e debruçá-lo sobre o fogo. Mantenho seu rosto perto o suficiente para que ele sinta o calor, mas longe para que seja queimado de verdade. O deboche de instantes atrás se esvai e o desespero retorna. Ele está olhando meu rosto e sabe que não hesitarei em segurá-lo no fogo até que sua cara derreta.

— Eu não estou mentindo! Não estou! — Luta para se soltar de mim, sem sucesso. — Meu irmão dormiu com a sobrinha do Brachmann! É verdade!

Em muitos anos de cobrança, aprendi que as pessoas revelam todo tipo de coisa quando estão desesperadas e aprendi a filtrar o que era genuíno do que era mentira. Inflamando mais meu ódio, sei que esse filho da puta não está mentindo. Minha vontade é de empurrá-lo para o fogo, mas não vim até aqui para matá-lo, infelizmente.

Maldito Feller por falar dela, tocá-la e, pior ainda, tentar usá-la como chantagem.

— Escute aqui, seu filho de uma puta do caralho. — Pressiono seu rosto contra o fogo, sem me importar com sua luta para escapar ou com seus gritos. Aproximo meu rosto de seu ouvido para que ele me escute. — Pare de gritar e ouça bem, porra! Se você ousar falar de um Brachmann novamente eu voltarei e farei questão de arrancar sua pele com você vivo. — O tiro do fogo e o jogo contra o mármore frio da bancada. Vejo um faqueiro próximo e levo meu tempo procurado o cutelo enquanto continuo com as minhas intruções. — Não me interessa quem é seu pai, quem é a sua família ou qual a porra do seu patrimônio. Se você voltar a falar dela e não pagar suas dívidas o mais rápido possível eu voltarei e farei você sofrer muito.

Ele está ocupado demais chorando para perceber que larguei seu rosto e estou segurando sua mão espalmada no mármore. Finalmente encontro o cutelo e em um golpe rápido corto fora seus dedos anelar e mínimo. Sangue começou a jorrar e ele caiu no chão da cozinha chorando, aterrorizado e segurando a mão com três dedos restantes.

— Tenho certeza de que meus recados foram claros o suficiente para você. — Jogo o cutelo dentro da pia. — Você tem até amanhã de manhã. É melhor ligar para o seu papai fazer o pagamento ou você terá o desprazer de ter meu rosto como a última coisa que verá antes de morrer.

A Artista - Série Mafiosos 0.5Onde histórias criam vida. Descubra agora