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acordo cansada, cabeça doento.

Vou ao banheiro e me olho no espelho, eu tava um caco.

Acho que nunca chorei tanto na minha vida, sentir que tudo esta prestes a acabar, literalmente, o fim.

Não é estranho não ter garantia de que vamos envelhecer? ficar igual maracujá de gaveta, enrrugadinhos.

Me olhar no espelho e atravessar meu próprio olhar, vazia.

Escuto duas batidas na porta.

—sou eu.

—Tom, volte depois.-minhas palavras custam sair da minha boca, quando termino a porta é aberta—porra tom.

me viro ao lado contrário dele e limpo minhas lágrimas, sinto ele me abraçar, acabo cedendo e nós dois nos sentamos no chão abraçados e eu chorando em seu peito.

—calma linda.- suas mãos passavam no meu cabelo e sinto sua cabeça escorar na minha, ele respira fundo.

—eu não quero morrer Tom.- falo sem olhar pra ele, ele respira fundo e pega em meu rosto me fazendo olhar pra ele, enxugando minhas lágrimas vejo que seus olhos estavam marejados.

—também não quero isso.- ele diz e eu o abraço, sinto ele respirar fundo, como se já estivesse se despedindo de mim, suas mãos acariciavam minha cabeça.

—opa, desculpe!- Morgana aparece na porta do banheiro— querida, venha comer um pouquinho.

Antes que eu responde-se Tom me levantava.

—bora!-ele tentava agir como o normal

—pode ir, ainda tenho que terminar de me arrumar.

Ele me olha tentando entender e olha pra morgana, que só faz um movimento para ele ir e sorri fraco.

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Tom se retira do banheiro, passa pela sala rápido para sair dali, limpando suas lágrimas.

Tom se senta na calçada e acende um cigarro, passou um tempo olhando a rua, as árvores que tinha do outro lado.

—eu não morri ainda sabia?- Ayla se senta ao lado de Tom, que rapidamente apaga o cigarro no chão.

—hmm, tá melhorzinha?

—hm, um pouquinho mais disposta.- Ayla suspira e Tom a encarava profundamente com um leve sorriso- que?

—te amo muito.— Tom fala e Ayla sorri

—tambem te amo, muito.— Ayla da um selinho em Tom, e eles se abraçam olhando o vento movimentar as folhas das árvores.— sabe, gosto de saber que minha vida é insignificante

—que papo é esse retardada? claro que é significante.— Tom fecha a cara pra Ayla que ri.

— óbvio que é, quando eu morrer, tudo continuará, nada para por isso.

—quer meter a poeta agora locona? não fala assim.

—Tom isso é reconfortante pra mim.

—não quer se sentir especial?

—eu não sou especial, eu sou comum, você me torna especial.

—exatamente, só minha opinião importa aqui— ele a beija.— o meu mundo, terá perdido as cores.

—não fala isso, por favor.- Tom percebe lágrimas saindo dos olhos da garota, a mesma passa a blusa para seca-la

—desculpa, mas não posso mentir pra você que ficarei bem, porra era pra sermos um casal e tanto, uma casona uns filhos, Bill sendo Tio e sempre perto, eu ensinando eles a tocarem guitarra...— lágrimas rolavam do rosto de Tom e um sorrisinho imaginando as coisas.

—me promete uma coisa?- Ayla o olha, virando e se ajeitando, pegando na mão do mesmo.- me promete que terá essa vida com alguém.

—que? não, esse é o nosso lance da minha cabeça.— ele negava com a cabeça e voltava a olhar a árvore da frente.

—Tom... por favor.- ela fala e ele apenas a encara.

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—PAAAAAI! a companhia tá tocando!- uma menina diz.

—tá bom Ayla, já atendo.- Tom diz abrindo a porta, deixando a chave cair

—eu pego.- a menina que batia na porta pega e a entrega, Tom a olhava incrédulo

—Bom, esse é um pacote pra - a garota olha o nome no bilhete-senhorita... Heidi! é o book da filha de vocês, bom presumo ser filha de vocês.

A garota estendia o pacote a Tom, que demora a pegar.

—quantos anos você tem? desculpe a pergunta.- o homem coloca o cabelo pra trás.

—23- a garota sorri- A Ayla está belíssima mas fotos, garanto pois eu as tirei!

Enquanto Tom a olhava uma borboleta voa entre eles, e pousa no pacote.

—Bom, só isso mesmo senhor, obrigada!- a garota descia as escadas.

—Tom? ce tá bem?- Bill aparece e pergunta ao vê-lo parado na porta.

—era ela Bill.- ele olhava a garota entrar no carro- vinte e três anos, o olhar era o mesmo...

Bill olha para fora, e abraça Tom.

Fim.

Acontece...| Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora