- Cap 5 -

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Egito

— Quando eu estou ocupado, é o dever de vocês garantir que a cidade fique estável.

Thoth fechou a porta de seu quarto na cara do seu servo mais irritante e foi andando até sua mesa, como de costume, coberta de pergaminhos. Ele não costumava ser mal educado, mas os últimos dias estavam sendo um porre.

— Sei que você está aí. - Ele falou com as mãos apoiadas na mesa, de cabeça abaixada. — Olha, Atena, eu realmente não me importo de você ficar vagando por aqui, mas pode pelo menos usar sua aparência normal? Não gosto de um fantasma verde atravessando as paredes do meu quarto.

Atena sequer havia saído de trás das estantes próximas à cama daquele quarto enorme, mas ela obedeceu ao pedido do deus egípcio e voltou a ficar na sua aparência mais humana, diga-se de passagem.

— Irritado?

— Você acha? - Ele deu um meio sorriso se virando para a deusa, ela continuou com a feição preocupada. — Está tudo desandando... E ainda faltam 15 dias para a Lua Crescente, para eu conseguir tirar minha sobrinha de lá.

— Não existe um jeito mais rápido, eu suponho.

— Só se eu pegasse a arma de Khonshu e criasse uma nova chave para abrir portais... Mas ele sempre foi um ignorante, nunca deixaria eu tocar no Cetro da Lua.

— Você precisa pensar em algo. Mesmo que eu me transporte para Midgard, não consigo entrar no reino que Kratos mora. Também não consigo vigiar seus colegas o tempo todo sem que eles sintam minha presença.

Thoth ergueu seu olhar e se virou para a janela, encarando o Sol no momento em que lhe surgiu uma ideia. Ele passou correndo pelo espírito até duas estantes em sua parede do outro lado do quarto e com um aceno da mão e umas faíscas de magia, as estantes se afastaram, dando acesso a um curto corredor com uma escada pequena no final.

— Mas o que é isso? - Atena questionou enquanto seguia o egípcio escadas acima. — Às vezes me pergunto quantas passagens secretas você tem nesse palácio.

— Com essa aqui são 9.

Era um lugar em conceito aberto, ali Atena percebeu que estavam na cabeça do pássaro do palácio, a enorme estátua da cabeça de um Íbis que era visto lá da frente, era ali que eles estavam.
Em um canto, havia estantes de madeira clara com recipientes de vidro nelas, mais frascos se encontravam na bancada embutida na parede da frente junto de alguns vasos de plantas desconhecidas, provavelmente duvidosas, no outro lado mais estantes com pergaminhos, mas aqueles eram diferentes, o papel era prateado e eles estavam bem organizados, no centro havia um pequeno pilar de uma pedra escura, sobre ele uma bacia feita de um vidro também escuro, provavelmente cristal e havia inscrições em hieróglifos nela.

— Tudo bem, Thoth, o que é isso?

— É daqui que eu vigio as outras terras. Daqui eu vejo tudo que acontece em Roma, Babilônia, Midgard, Gália... Grécia. - Ele apontou para a bacia e depois apontou para as prateleiras do canto. — E aqui trabalho em coisas que o Hórus não precisa ter conhecimento... Como uma cura para a magia hostil, ou magia do caos, plantas capazes de curar pragas, poções... E também tem os pergaminhos proféticos, uma pena que quase todos eles já tenham acontecido.

Quase todos. - Atenas reforçou seguindo Thoth até às estantes. — O que está fazendo?

— Está vendo essas essências? - Ele apontou para os frascos de antes, cada um possuía um fio mágico de uma cor diferente. — Cada frasco é a essência de um deus do meu panteão, quando as uso... Posso entrar na mente deles, ver o que eles vêem, falar com eles em sua cabeça.

God Of War - Fúria PassadaOnde histórias criam vida. Descubra agora