Ragnarök - Parte 1

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Kratos e Atreus, depois de saírem de Jotunheim, saíram para se aventurar em Midgard antes do fim daquele verão, antes que o frio congelasse o Lago dos Nove. Kratos fez um colar para seu filho, colocando a ponta da flecha de visco como um pingente, era um presente simbólico que deveria lembrar o garoto de que ele deveria buscar sempre o melhor de si.

Eles ajudaram os espíritos do lago, ajudaram os anões em inúmeras situações, exploraram Alfheim, Niflheim, Muspelheim e Helheim, sempre escutando as histórias de Mimir, que ensinava muito para a dupla toda a história daquela terra. Eles também libertaram as 8 valquírias do Conselho das Valquírias e a líder Sigrún, descobrindo que ela era o amor secreto (não tão secreto assim) de Mimir.
Momentos de pai e filho se tornaram mais frequentes, agora Kratos abraçava muito mais o seu filho, bagunçava seus cabelos em brincadeira, contava histórias alegres de como era sua terra natal, sorria mais e ria mais, mas também havia começado um treinamento intensivo com o garoto, precisava deixar ele preparado para sobreviver sozinho pra quando sua hora chegasse.

Era comum eles viajarem pelo bosque selvagem e ficarem 5-6 dias fora de casa, numa dessas viagens para buscar comida, eles encontraram 3 filhotes de lobo abandonados e sozinhos no frio, em frente ao corpo de um lobo maior que havia morrido. Por insistência de Atreus, Kratos pegou os filhotes e os levou pra casa e deixou que seu filho escolhesse os nomes: Speki, Svanna e Fenrir. Atreus se apegou muito ao filhotinho mais fraco, que claramente estava doente, Fenrir e rapidamente se tornou o favorito do garoto.

Já fazia 1 ano desde o início do Fimbulwinter, eles estavam em uma caverna, iriam passar a noite ali, esperando a tempestade de neve passar. Em meio a uma brincadeira, Kratos pegou o garoto nos braços e o puxou contra seu peito, escutando ele começar a rir enquanto tentava escapar dos braços dele. Ele se deitou de costas no chão, ainda prendendo Atreus, que não parava de rir e então começou a bagunçar os cabelos dele, rindo junto.

- Você não pode fazer isso! - O garoto gritou em meio aos risos, finalmente se virando e abraçando seu pai. - Você disse que um espartano nunca cai de costas no chão.

- Essa é uma exceção.

- Que mentira!

Kratos o ergueu no colo e o colocou sobre a pele de urso que havia trazido consigo, o cobrindo com sua túnica espartana e afagando seus cabelos.

- Durma. Amanhã de manhã vamos voltar pra casa.

As horas passam e a única coisa que Mimir e Kratos escutam era o vento cortante da tempestade de neve lá fora. O espartano não costumava dormir, muito menos em viagens assim, mas Atreus por outro lado estava bem tranquilo dormindo ao lado da fogueira que haviam feito.

- Cara, você viu aquilo? - Mimir perguntou ao ver um vulto do lado de fora no meio das árvores. - Draugr?

- Muito rápido pra ser um draugr. - O mais velho sussurrou pegando seu machado. - Se alguém chegar aqui, você grita.

Adentrar na floresta naquela situação era extremamente difícil, ele não estava enxergando nada, branco e cinza e neve cobriam seu campo de visão, e tinha que cuidar para não se afastar muito da caverna. Mas não precisou andar muito mais para ver Freya metros a sua frente com uma espada dourada em mãos.
Era a primeira vez que se viam desde aquele dia. Considerando a última vez que se viram, ela prometeu matá-lo.

- Freya...

- Toda a agonia... Possível. - Ela avançou com a espada e ele prontamente amparou o ataque com o escudo.

- Não vou lutar com você. - Grunhiu antes de afastá-la. - Vá embora!

- Não até ver você morto no chão! Não até minha espada cortar a sua garganta!

God Of War - Fúria PassadaOnde histórias criam vida. Descubra agora