- Cap 7 -

59 4 3
                                    

Midgard - 1 ano e 2 meses após o Ragnarok

Sindri estava sentado na beira da praia de Midgard, jogando pedras na água com uma feição triste em seu rosto, uma fogueira quase apagando enquanto o pôr do Sol começava. Ele teria entrado em sua tenda como de costume, mas estava com a atenção toda num raio branco a alguns bons metros de distância no mar.

Ele foi dando alguns passos receosos pra trás, pegando seu martelo que estava no chão e se preparando para trocar de reino, mas uma explosão de luz fez ele cair no chão e logo uma grande onda passou por cima dele, o encharcando e o cobrindo de areia.

— É uma viagem segura, ele disse. É uma viagem rápida e segura, ele falou. Meu barco nunca deu problemas, disse ele. Thoth, o Deus da Sabedoria mais estúpido de todos os panteões. E ele ainda tem coragem de dizer que é amigo de Atena, se eu fosse Atena teria vergonha de ser amiga dele.

— O que? - Sindri se levantou rapidamente, vendo uma garota sair da água. — Q-Quem é você?!?

— Ai… Droga… Olha, calma… Ok? Digo, eu sou uma pessoa pacífica… Você consegue me entender? Pedi ao Toth um feitiço linguístico, espero que esteja funcionando.

— Thoth? Thoth… Tipo… o deus egípcio? Você é egípcia! - Ele gritou apontando para os braceletes de ouro da garota. — Você está armada! Coloca as armas no chão! Agora!

— O que? Isso? - Ela perguntou apontando para as lâminas em suas costas. — Claro… Eu nem tenho orgulho delas. Só sou obrigada a carregar isso… Infelizmente.

Sindri estranhou a reação passiva da garota, já que ela entregou as lâminas de modo tão calmo, as deixando no chão, e depois ergueu os braços em sinal de rendição.

— Sim, eu sou egípcia… Eu vim lá do Egito pra fugir da minha família maluca… Meu nome é Ayla, e o seu?

— S-Sindri… Meu nome é… Sindri. - Respondeu se abaixando rápido e pegando as lâminas, apontando elas pra garota.

— Muito prazer, Sindri. - Ela sorriu de forma gentil para o anão. — Eu vim aqui em busca do Fantasma de Esparta. Thoth disse que enviou ele pra essas terras há muitos anos atrás.

— Fantasma de Esparta? - Perguntou de volta erguendo um pouco mais os braços. — Mais um passo e eu mato você, é sério. O Fantasma de Esparta é um conto infantil pra colocar medo nas crianças levadas, garota, ele não é real.

— Mas ele existe. Ele é real. Passou pela minha terra e derrotou a Besta do Caos… Ele é real e… Disseram que ele está aqui.

— Ah é? Por que não me diz o que você quer aqui? O que você quer com o Fantasma de Esparta, que você diz que existe?

— Bom…Eu passei a minha vida inteira apenas imaginando como ele é… Li cada livro, cada conto e cada registro grego que falava sobre ele… Dizem que ele é um guerreiro formidável, um soldado destemido, que faz a própria honra e criou o próprio senso de justiça.

— Como ele é?

— Ahh… Você sabe, né? Ele tem a pele num tom acinzentado… Uma tatuagem vermelho sangue e… Uma cicatriz no olho direito.

— Kratos? - Sindri desfez a cara confusa e inclinou a cabeça pro lado, observando a garota abrir um meio sorriso. — Você está falando do Kratos?

— Sim! Sim! O Deus da Guerra! É ele mesmo!

— Do que você tá falando?

— Olha… Se eu não tiver interrompendo algo importante… Você bem que podia me dizer onde eu encontro o Kratos. Você conhece ele, certo?

God Of War - Fúria PassadaOnde histórias criam vida. Descubra agora