━━━ 𝔠𝔥𝔞𝔭𝔱𝔢𝔯 𝔣𝔬𝔲𝔯

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Por Mia:

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Por Mia:

Eu nunca tive um sonho, e é estranho dizer isso em voz alta, mas é a verdade. Tudo que fiz durante minha vida foi seguir com ela, não quero conquistar o Japão, se eu puder ter uma vida confortável não me importo com o que eu trabalhe. Me canso fácil das coisas, enjoo rápido e desisto se não me sinto motivada, e isso aconteceu muitas vezes, já tentei de tudo, arte, música, esportes, culinária, estudos, mas nada parece desafiador o suficiente.

Tenho um problema fatal, não consigo ver graça nas coisas, tudo que eu faço não parece bom o suficiente, nada do que eu sou parece bom. Embora eu esconda isso com uma inexpressividade quase entediada, e você possa até acreditar que eu esteja alegre e me divertindo, eu simplesmente não sinto nada, é apenas um vazio enorme e infinito, e quanto mais eu corro e tento sair dele o abismo aumenta, quase que um ciclo.

Lutar...representa uma ação, algo que o sujeito faz, porém eu desconheço tal palavra e não sei como seria senti-lá.

Tudo que entendo são sentimentos, pensamentos, pontos de vista, teorias...coisas abstratas e imaginárias, que não posso tocar e sentir, apenas refletir e julgar. Gosto do abstrato, do intangível, e mesmo que eu não tenha motivação alguma ainda gosto de descobrir e ver pessoas motivadas, sonhadoras.

Por isso lutei nessa noite, usei meus punhos para bater em cinco caras e defender duas pessoas feridas, por causa de uma motivação desconhecida que vi naquele loiro oxigenado, ele era estranho, mesmo sem chance nenhuma de vencer, lutou por algum motivo desconhecido por mim. Não foi uma briga bonita, foi extremamente feia e agoniante, mas havia um brilho de determinação no ar, parecia que ele apanharia até morrer para proteger aqueles atrás de si.

Estou acostumada com a liquidez, com a rapidez que as coisas mudam e as pessoas vão embora, eu tentava afastar todos o máximo possível desde pequena, mas foi quando eu percebi que estava me esforçando para nada, não posso controlar as pessoas nem seus quereres. Por causa disso parei de me esforçar, não ligo mais para o abismo que vivo, nem a solidão, eu não me sinto solitária porque abracei o vazio dentro de mim e agora não luto contra ele para reprimi-lo, ele é uma parte de mim, a raiva é uma parte de mim, o vazio é uma parte de mim, eu sou feita de pequenas partes coladas umas às outras.

— Mia?! — Ouço alguém falar e voltei a realidade, eu e minha mania de desassociar da vida real. Era Takashi quem me chamava e vinha correndo em minha direção, tinha alguns machucados em seu rosto, mas uma feição preocupada. — Eu não falei para ir embora?

— Nunca obedeci nem meu pai imagina meu amigo. — Falo olhando seu estado, automaticamente procuro uma farmácia. — Ele está em cirurgia...seu amigo.

— Obrigado, já sei que deve ter ajudado a trazer ele. — Takashi falou sorrindo e desvio o olhar, às vezes sentia que ele era muito positivo. — Tá tudo bem com você?

— Minha garganta dói um pouco, não sei se foi a chuva ou o enforcamento. — Comento desembrulhando um pirulito e colocando na boca, mesmo que agora eu quisesse um cigarrinho. — Emma está lá dentro, um loirinho também...vá ver seus amigos e volte com notícias.

𝐕𝐈𝐋𝐀̃ ∫ drakenOnde histórias criam vida. Descubra agora