Me namora?

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O moreno tinha o olhar fixo na tarefa que fazia, os números e todos aqueles trabalhos lhe causavam certo cansaço, seus olhos se desviaram minimamente, assim que ouviu um suspirou baixo, deixou todos os números para olhar o meio-loiro sentado ao seu lado, estava com uma das mãos apoiando a cabeça, enquanto a outra segurava o lápis que coçava sua cabeça. Sorriu, havia se acostumado a observar Atsumu, quando ele estava concentrado, ou melhor em silêncio, o que era raro. Já que não parava quase nunca, e isso irritava um pouco o de olhos negros, um fato que durava pouco tempo, já que o outro sempre se aproximava, e era isso que desarmava tudo nele, o cheiro, o sorriso, o jeitinho sacana, tudo nele parecia feito para entorpecer.

Atsu - Tá gostando da visão, Omi?

Sakusa - Tô vendo se precisa de ajuda.

Mentira, um costume feio que adquiriu,  que só ocorria na presença do outro, admitir que observava, que gostava tanto, era como ferir seu orgulho com uma espada, na verdade era como o esmagar, tudo que um dia disse odiar, e agora estava aqui, se contradizendo, se sentia tão entregue a Atsumu, que tão pouco dele bastava para preencher toda sua necessidade de afeto, sentia vergonha, por tudo e por nada.

Atsu - Tá uma merda, mas tá de boa.

Um riso escapou de seus lábios, apenas concordando, voltou seus olhos para tarefa, e suspirou longo, não estava nem um pouco afim de acabar aquilo. Tentou buscar por concentração, até sentir uma cabeleira lhe pinicar, deitando sobre seu ombro, a respiração de Atsumu tão perto, fazia sua barrigar gelar e um arrepio correr por seu corpo.

Atsu — Você ficaria muito gato com uma mecha loira.

Sakusa — Ah, tá, claro.

Atsu — Sério!

Sakusa — Isso que você fica pensando quando olha pra mim?

Atsu — Ah...

Um silêncio se fez presente, Atsumu buscou o olhar alheio, sorriu e aquele sorriso era sacana, de repende Sakusa sentiu necessidade de respirar, não sabia ao certo quando havia segurado a respirar, continuou o meio-loiro.

Atsu — Quando eu olho pra você eu penso em te abraçar, tocar seu rosto, te beijar, ouvir você chamar meu nome, penso em você sem rou...

E a mão do moreno encontrou a boca alheia. Descarado! Pensou, como ele conseguia falar essas coisas de forma tão natural? Sentiu as bochechas queimarem, ao sentir a boca alheia se mover contra sua mão, mas retirou assim que sentiu algo molhado lhe tocar.

Sakusa — Caralho, Ats...

Quentes, pensou ao sentir os lábios nos seus, os lábios de Atsumu estavam quentes, sentiu o corpo relaxar, tanto que deixou o lápis escorregar por entre seus dedos, ouvindo "ploc", depois de atingir o chão, subiu uma de suas mãos para o rosto alheio, tirando as mechas de cabelo que estavam se intrometendo entre os dois, o beijo era tranquilo, calmo, e apaixonado, tão calmo que assutava, não era como se estivessem sempre desesperados por um único toque, mas na situação atual, o namorico escondido pedia certa descrição de ambas as partes.
O ar falhou e o beijo foi encerrado, na tentativa de voltar a respiração a sua devida normalidade, Atsumu acompanhou o olhar calmo do moreno se transformar em raiva e nojo, assim que sacudiu e limpou sua mão na camiseta alhei.

Atsu — Ah, não limpa em mim Omi-Omi.

Sakusa — Nojento, não faz mais isso.

Atsu — Mas não é nojento quando te beijo.

Sakusa — Er, é diferente.

Atsu — Sei, você só quer usufruir dos meus dotes.

E a revirada de olhos.

Atsu — Omi?

Sakusa — Hum?

Atsu — Você quer namorar comigo?

Sakusa sentiu a garganta secar o coração palpitar alto dentro dentro de seu peito. Perigoso, a primeira coisa que vinha a sua cabeça, quando seus olhos encaravam os dourados, construir grandes muros no fim das contas não havia válido de nada, já que bastava um sopro para que tudo viesse ao chão, ao pó, como se nenhuma cicatriz anterior tivesse em algum momento existido. O amava em silêncio, pois em voz alta já não se julgava capaz.
Atsumu sempre foi imprevisível, mas não esperava mesmo por essa. Era uma pergunta justa, afinal estavam nesse erosco a certo tempo — como Suna costumava chamar, mesmo sem saber da verdade dos dois.
No fundo esperava pelo dia que essa pergunta viria dele , se depende-se de si, morreria antes mesmo de conseguir pedir, já achava um feito ter se declarado de forma tão inesperada. era incrível o efeito que Atsumu tinha sobre si, e inevitável.

Sakusa — Eu...

Osamu — O Atsumu... Ah, foi mal, não vi que estava aqui, Sakusa-san.

Sorriu o gêmeo, encarando o outro que permanecia sentado, sorrindo de volta.

Atsu — Fala logo o que quer.

Osamu — Para de ser babaca. Eu tô indo pro Rin, então não me espera pra jantar.

Atsu — Tá bom. Se cuida.

Osa — Você também. Tchau e tchau.

Atsu — Bye.

Sakusa — Até.

Atsu — Então...


— Continua? —

cheeky blondeOnde histórias criam vida. Descubra agora