Capítulo 02 - Yo Ho Ho And a Bottle Of Rum! - Part III

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De repente um corpo chocou-se contra o seu. O feitiço da música se desfez bruscamente, dando lugar a um estrondo de um raio. Quando a tempestade havia chegado?! Como ela veio parar ali do lado de fora do quarto?! Mas nada disso pareceu ter importância quando avistou Camila caída ao seu lado, seu braço com um corte profundo jorrando seu sangue. Arfou e se aproximou dela, sentiu o Princesa Carmesim começar a virar para um lado graças a uma onda enorme. Segurou firme em uma corda e envolveu o corpo de Camila com seu braço livre, a segurando e se mantendo ao mesmo tempo. A onda bateu com força contra a lateral do navio, molhando a tudo e a todos! Mas foi apenas naquela água elevada que ela pode ver próximo a superfície aquática o vulto de corpos meio peixes, meio humanos!

-Lauren! - Camila segurou o rosto da morena com certa força - Coloque isso nos ouvidos, são sereias!

-Sereias?! - Lauren repetiu em choque.

-Sim, um cardume delas! Busque um lugar seguro, eu vou tentar nos tirar dessa maldita baía!

Camila assegurou que Lauren colocou os tampões de ouvido antes de ter de deixa-la ali para assumir o leme navegador. Sabia que não podia gritar ordens para seus homens, a maioria estava com tampões de ouvido, a outra estava sendo hipnotizada. Gritou de raiva, girando o leme com toda a força buscando o auxílio das forças dos ventos, seria inútil ir contra eles naquele momento. Dali de cima viu parte de seus homens combatendo as malditas sereias.

Demônios femininos do mar, as sereias tinham uma linda cauda de peixe e o dorso nu de uma mulher, além de algumas escamas nos braços e guelras no pescoço. Eram lindas a sua maneira, mas de espírito tão cruel quanto o próprio capeta. Elas cercavam embarcações, seduziam os marinheiros com seu canto e os levavam para o fundo do mar para se alimentarem.

A capitã sentia um pedaço de seu coração se quebrar a cada vez que ali de cima, sem poder fazer nada, via um homem seu ser capturado e levado por aqueles monstros. Não podia soltar o leme, era a melhor navegadora para captar as mudanças dos ventos e conseguir a vantagem. Porém só seu corpo estava ali, pois seus olhos castanhos buscavam a todo instante as cenas que aconteciam no deque inferior. Observou Drake ao lado de Lauren, os dois tentavam amarrar os piratas que estavam enfeitiçados. O quão tola foi ao pensar que Lauren iria se esconder? Mas seu coração quase faleceu ali mesmo quando uma sereia saltou para dentro do navio e segurou nas pernas de sua amada. Camila gritou a plenos pulmões e quase soltou o leme, mandando a todos para o inferno, mas graças aos deuses do mar Drake agiu primeiro do que ela, jogando-se sobre a sereia e a acertando nas costas com sua espada.

O terror durou cerca de cinquenta minutos. A tempestade desabava sobre suas cabeças em uma chuva torrencial. Camila manteve firme ali, recebendo o impacto das ondas do mar, estremecendo a cada trovão que cortava os céus. Mas não largaria o leme até que toda a sua família estivesse segura novamente.

-Camila - quase uma hora depois Drake e Lauren subiam para a área de navegação, Drake tentava despertar a sua capitã - Nós já estamos seguros.

-Não o suficiente! - Camila resmungou segurando o leme tão forte que suas mãos doíam.

-Já saímos da baía - Drake argumentou - As sereias não nos seguiria até aqui, elas não podem se afastar até o ninho.

-Não é o suficiente! - Camila repetiu com o corpo tremendo - Eu tenho de leva-los a um lugar seguro, eu não perderei nenhum outro hoje, nenhum!

Foi só então que Lauren percebeu que o rosto de Camila estava molhado não por conta da chuva que agora tornou-se fraca. Eram lágrimas que escorriam silenciosas por todos os homens perdidos nos braços das sereias. Ela própria sentia-se fraca e impotente ao lembrar que foi com alguns daqueles piratas que jantou mais cedo, riu e questionou-se se ali não era mesmo o seu lugar. Mas aquilo era diferente para Camila, sabia pelas histórias que aquela espanhola tornou-se tudo o que era atualmente por causa do Princesa Carmesim. Ali era o eu lar, pois também era onde estava a sua família.

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