04 | isso merece um brinde

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Maya Caccini - POV
São Paulo, 15 de abril de 2023

𝐂𝐨𝐦𝐨 eu amava acordar com a luz do sol batendo em meu rosto, sabendo que hoje poderia ficar na cama até mais tarde, pois não tinha nenhum compromisso que esperasse por mim.

sábado, dia de sair, dia de beber, dia de fazer muitas burradas; era isso que eu tinha em mente durante toda a semana cansativa de trabalho, mas minha cama me prendia, e eu não pretendia sair de lá tão cedo.

- bom dia! - Helena fala entrando no meu quarto e abrindo a cortina. - até que enfim sábado! o que temos para hoje? - ela pergunta se sentando em um puff que estava ao lado da minha cama, tomando café na sua caneca do Palmeiras que continha diversas fotos do Dudu.

- eu não faço a mínima ideia, e não pretendo sair daqui antes das duas da tarde. - ainda era dez da manhã.

- 'tava pensando aqui, a gente poderia ir almoçar fora, depois ir ao shopping fazer algumas compras, e por fim ir pra algum barzinho ou balada a noite. - ela fala animadamente.

- onde que você arruma tanta energia assim? - pergunto ainda com meus olhos fechados.

- minha filha, já não basta ficar todos os dias trancada dentro de uma clínica tendo que atender um bando de aposentado que 'tá a beira da morte querendo que eu monte cardápio pra ficarem "mais saudáveis", vou passar minha folga trancada em casa? never. - Lena fala e eu começo a rir.

- verdade, amiga, vou te acompanhar nos nossos compromissos hoje. - antes que Helena pudesse responder, meu celular começa a tocar.

- quem é? - ela pergunta e eu me sento na cama.

- ah, cara, eu não vou trabalhar hoje. - reclamo, após ver o nome de Clara, minha assessora, no visor do meu celular.

- oi. - atendo.

- Maya, 'tá ocupada?

- eu? é... sim, 'tô ocupada, não 'tô em casa.

- então senta porque oque eu vou te falar agora pode te infartar.

- 'tá repreendido, garota, o que foi?

- eu consegui o job da sua vida, 'cê não acredita. - ela fala animada.

- 'tô ficando nervosa, fala logo. - falo impaciente, começando a roer minhas unhas.

- então, não sei se você 'tá sabendo, mas a Puma vai lançar uma nova coleção de inverno do Palmeiras, e você, Maya Caccini, foi convidada para fotografar com os jogadores e desfilar. - eu fico em silêncio. - Maya?

- mentira, Clara, 'puta que pariu, eu vou chorar, não acredito, é sério isso?- falo desacreditada, e Helena me olhava curiosa.

- é sério, vai chegar um e-mail pra você explicando tudo. agora eu preciso ir, 'tô cheia de coisas pra fazer, beijos gata, parabéns. - desliga.

- o que aconteceu? - Helena pergunta me chacoalhando.

- Helena do céu. - falo com as mãos na boca.

- o que? - ela pergunta praticamente gritando.

- não acredito. - passo as mãos em meu rosto e cabelo.

- Maya fala logo, se não eu te 'lasco um 'tapão aqui pra vê se tu acorda. - ela fala e eu ri.

- eu fui convidada pela Puma pra participar da nova coleção de inverno do Palmeiras, e fotografar e desfilar com os jogadores. - Helena arregala seus olhos e abre a sua boca, ficando paralisada. - Lena?

- meu Deus, Maya! - ela pula em cima de mim e começamos a rodar e gritar na cama. - cara, por favor me leva, por favor, por favor. - ela implora.

- eu não sei se posso, mas se eu puder, claro que eu levo. - falo e comemoramos mais uma vez.

- isso merece um brinde! - Lena diz se levantando da cama e eu a olho com um cenho franzido.

- brinde? - digo e não obtenho nenhuma resposta, ou melhor minha resposta aparece dois minutos depois, com duas taças e uma garrafa de espumante em mãos.

- 'uhul! - Helena berra, balançando a garrafa e logo a abrindo, fazendo que por conta da pressão a rolha voasse pelo quarto e molhasse todo chão.

- cara, você tem sérios problemas. - observo ela encher as duas taças.

- um brinde a nossa vida, e um brinde ao seu emprego, que sustenta as nossas vidas. - ela levanta sua taça, e logo brindamos.

- 'hum. - ela murmura enquanto degustava sua bebida. - já parou pra pensar que diante desse 'rolê todo, você vai se encontrar com o Ríos?

- é mesmo. - a emoção foi tanta que não havia me lembrado desse pequeno grande detalhe. - não tinha parado pra pensar nisso. - falo olhando pra parede.

- ai amiga, mas enfim, eu 'tô muito ansiosa. - diz Lena dando alguns pulinhos. - eu já 'tô imaginando, a gente chegando lá, todos os jogadores nos esperando, aí quando o Ríos te ver, ele vem correndo te abraçar, e os outros jogadores não tiram o olho de mim, principalmente o Veiga, ou o Piquerez, tanto faz. - minha amiga diz sonhadora, e eu começo a rir. - não entendi o motivo da piada, Maya Caccini.

- meu Deus! - tento me recuperar. - você está pior que eu. - ela me olha torto. - mas com certeza, amiga, eles não irão tirar os olhos de você. - falo e ela se gaba.

- isso é óbvio. - ela arruma seu cabelo. - enfim, vamos nos arrumar, pois o nosso sábado será longo. - Lena se levanta e sai do quarto carregando a garrafa e as taças.

- antes vem limpar a sujeira que você fez. - grito, para que ela escutasse.

- já vou! - ela grita de longe. eu sabia que ela não viria.

me deitei novamente e comecei a mexer no meu celular, vendo o quê tinha mudado no mundo enquanto eu dormia; nada, mas o Colombiano havia postado uma foto há pouco mais de 30 minutos, e eu curti. dentro desses quatro dias, escrevi e apaguei diversas mensagens que eu gostaria de ter lhe enviado, mas mão enviei, pelo fato de que não queria que ele pensasse que eu fosse uma louca desesperada.

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luz que me traz paz, richard riosOnde histórias criam vida. Descubra agora