luz que me traz paz, richard rios

15 | querido universo

Richard Ríos - POV
Barra Funda, 22 de maio de 2023

𝐁𝐮𝐫𝐫𝐨, burro, burro e burro. como pode uma pessoa ser tão burra igual eu?

desde sexta-feira, quando eu saí da casa da Maya, eu não consegui pensar em mais nada além dela. do quão idiota, babaca, escroto e mais um pouco eu fui com ela.

certo, vamos lá, como ela não quer me ver nem pintado de ouro, pelo menos uma explicação eu devo pra você, né?

conheci a Natália no final de 2018, antes de vir pro Brasil, começamos a namorar e quatro meses depois terminamos, por conta da minha adaptação no Brasil, não sabia como seria minha rotina e manter um relacionamento seria difícil. nesse meio tempo, eu conheci a Maya, confesso, em dois minutos de conversa eu já estava gamado nela, aí aconteceu oque aconteceu e nunca mais nos vimos. alguns meses depois, a Natália veio pro Brasil, pra morar. no início ela morou comigo, mas depois terminamos mais uma vez e ela comprou um apartamento. ficamos nesse ioiô por muito tempo, terminavamos e ela ia pra casa dela, voltávamos e ela ia pra minha, somando tudo, ficamos metade desses cinco anos namorando e a outra metade separados. quando reencontrei a Maya, estava solteiro, e se fosse pra namorar seria ela, ela pode não acreditar, talvez nem você, mas eu só penso no meu futuro com ela do meu lado.

pensava, né, porquê agora nem minhas mensagens ela responde.

- alô, Maya? - falei após ela atender o telefone.

- o que foi caralho? eu já não falei pra não me ligar mais. - ela diz impaciente.

- eu sei, só me dá mais uma chance, por favor, eu sei que oque eu fiz foi feio, mas eu queria conversar, será se podemos? - pergunto apreensivo.

- tomar no cu você não quer também não? - Maya diz irritada e desliga na minha cara.

- bom dia, Colômbia! - Endrick grita ao entrar no vestiário.

- bom dia. - falo sem ânimo.

- que desânimo, o que aconteceu? dormiu sem a Maya? - little pergunta irônico, colocando suas coisas no seu armário.

- só 'tô cansado, dormi mal essa noite. - me escoro na parede.

- e sem a Maya, 'né? - ele pergunta novamente.

- é, sem a Maya. - sorrio forçado. - 'tô indo passar na nutricionista, depois a gente se fala. - me levanto e saio da sala.

agora seria dez minutos recebendo tapas e esporros da Helena. bati na porta do seu consultório e escutei um "entra" bem alto.

- bom dia, cunhadinho. - a loira diz enquanto arrumava sua mesa. cunhadinho?

- bom dia. - falei desconfiado.

- como foi o final de semana? ficou com a Maya? tentei falar com ela, mas ela foi tão seca. - Helena fala, abrindo minha ficha.

- não, a gente meio que discutiu. - falo apreensivo, me sentando em sua frente.

- vocês? - ela pergunta surpresa e eu afirmo. - o quê você aprontou?

- depois ela te fala. - falo cabisbaixo e Helena arqueia suas sobrancelhas.

- 'tá, vamos começar logo que o tempo hoje vai ser curto. sobe na balança, por favor. - a loira pede.