luz que me traz paz, richard rios

18 | recaída

Maya Caccini — POV
São Paulo, 2 de junho de 2023

— seu filho da 'puta! — exclamei. — por que você não me falou que esse aniversário seria do Richard?

— porque se eu falasse você não viria? — Raphael indagou, parando o carro no farol.

— eu não 'tô acreditando nisso. — resmunguei, passando a mão na cabeça. — olha, Raphael, nossa amizade vai se romper por causa disso. — falei e o meio-campista riu. — não ri não, palhaço, 'tô falando sério. — dei um tapa em seu braço.

— ai, Maya! — ele reclamou passando a mão no lugar atingido por mim. — você 'tá muito estressada, em.

— vocês me estressam! nossa gente, sério, eu não sei qual a dificuldade em não se intrometer nesse assunto. eu já falei mais de mil vezes que não quero mais olhar na cara daquele Colombiano safado e vocês ainda sim insistem nisso! — disse revoltada, enquanto Raphael dirigia.

— eu sei, eu não queria estar no meio disso, sou completamente contra o que ele fez, mas de um tempo pra cá minha opinião mudou. — Raphael disse e eu o olhei.

— eu não faço nem um pingo de questão em saber a opinião de vocês, só acho que vocês deveriam respeitar meu espaço! sei que querem ajudar o amigo de vocês, mas procurem outro jeito, não cogitem a possibilidade de eu estar no meio disso. — esbravejei e Veiga apenas concordava com o que eu dizia.

— semana passada eu dei uma carona pro Ríos e fomos conversando, sobre você. imagino que não saiba, mas ele está de mudança, não só de endereço, como de tudo, número de telefone, carro, tudo. só pra que a ex dele não possa mais procurar ele. olha, eu não sei o que se passa na sua cabeça, Maya, mas acho que eu no lugar do Richard abriria mão de você e seguiria minha vida, só que ele nunca nem cogitou essa ideia. e sendo sincero, te falando como amigo, eu acho que você deveria dar uma chance pra ele se explicar, mesmo sendo ridículo o que ele fez, ele te ama, e muito. — Rapha disse. aquelas palavras atingiram meu peito como se fossem tiros. talvez a resposta que eu queria, havia acabado de entrar pelo meu ouvido.

— vamos? ou vai ficar no carro? — Veiga perguntou, estacionando na frente de um restaurante.

— vamos. — respondi simples. abrindo a porta do carro. — mas você me deve algo, ô se deve. — falei e Raphael riu, pegando minha mão e entrando no restaurante.

era um restaurante italiano. havia descoberto por terceiros que Richard detestava comida italiana, além de massa e pizza, comia apenas pra me agradar.

o local estava fechado, apenas aberto para os convidados. era simples e moderno, tinham alguns quadros e estátuas por todos os lados.

— mentira que ela veio! — de longe escutei Endrick gritar assim que notou minha presença, oque imediatamente fez todos olharem pra mim.

— olha, e ela nem descobriu. — foi a vez de Piquerez, que estava com Helena sentada ao seu lado.

— você que pensa. — Veiga disse, puxando uma cadeira pra eu sentar.

— ela descobriu? como você ainda está vivo? — Helena questionou rindo.

— até você sabia dessa palhaçada? — perguntei pra loira.