53 | título paulista

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Maya Caccini — POV
Allianz Parque, 7 de abril de 2024

mais uma final no Allianz, mais uma final em que o Palmeiras precisava ser o time da virada e mais uma disputa de titulo paulista pelo terceiro ano consecutivo.

domingo de páscoa e toda a família Palmeiras estava presente no estádio aproveitando esse dia para apoiar o time a conquistar mais um título, dessa vez, com uma festa linda. diversos mosaicos e bandeirões homenageando a terceira academia enfeitavam o estádio.

eu não estava diferente. estava presente no estádio com a família que o Palmeiras me deu e a minha família de sangue.

meus pais desembarcaram ontem no Brasil. meu pai quis matar a saudade — isso foi uma desculpa, já que ele claramente estava mais ansioso para assistir a final do que me ver. — e minha mãe iria ficar uns bons meses aqui me ajudando com os bebês.

Dudu, por conta da sua lesão estava conosco no camarote, trocando altas risadas e conversas com meu pai. eu admirava muito isso neles, todos os jogadores se tratavam como uma família, inclusive os próprios parentes de cada um. a forma que acolheram meu pai e fizeram amizade rapidamente com ele, que era um grande torcedor e venerava todos ele. eu achava lindo.

— é brincadeira o tanto que o Anibal joga bola. — meu pai comentou.

se dessem um microfone ele viraria locutor de estádio ou comentarista, em 30 minutos de jogo ele comentou sobre o desempenho de cada jogador, a formação que cada equipe estava jogando e todas chances que o Palmeiras tinha de abrir o placar.

enquanto eu ouvia meu pai se empolgar com cada jogada, virei para ele, sorrindo.

— pai, você devia considerar uma carreira de comentarista esportivo, você já faz isso tão bem aqui — brinquei e ele riu, sem tirar os olhos do campo.

— sem chances, filha. — ele soltou uma risada nasal. — eu seria demitido no primeiro dia por cornetar o time adversário há cada lance.

— é disso que o futebol brasileiro precisa! — ri.

— quem sabe um dia, Maya. mas agora, quero aproveitar essas oportunidades para assistir ao vivo. é diferente, a energia do estádio, o calor da torcida... estava com saudades desse lugar. — meu pai soltou um suspiro, realizado de estar ali.

— o seu pai entende de futebol! está analisando como um profissional. — Dudu interrompeu, rindo.

— ele sempre fez isso em casa, agora só tem um público maior. — minha mãe disse e nós rimos.

— isso, Endrick! meu garoto! — meu pai levantou comemorando, um pênalti marcado em cima do meu filho.

de longe avistei Endrick com a bola de baixo do braço, parado na marcação do pênalti. eu não sabia se ele que iria bater, ou o Veiga, ou o Piquerez, ou o Gomez... ninguém sabia, porém diversos jogadores do Santos já o pressionavam.

— o Veiga vai bater. — Dudu me avisou.

eu não sabia se olhava ou não. era bem difícil o Veiga errar algum pênalti, 80% das suas cobranças foram convertidas, porém toda vez eu pensava que ele fosse errar!

e na maioria das vezes eu estava errada. Palmeiras 1, Santos 0.

o estádio mais uma vez tremeu e todos ali pulavam e gritavam em comemoração. meu pai pulava abraçado com Dudu enquanto xingava o Santos e falava coisas inaudíveis. eu não conseguia pular por conta do peso que carregava, mas obviamente gritava diversas atrocidades enquanto abraçava todo mundo.

luz que me traz paz, richard riosOnde histórias criam vida. Descubra agora