30 | minha pulseira

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Richard Ríos — POV
São Paulo, 29 de julho de 2023

sábado de sol, churrasco, cerveja, piscina e todos meus amigos juntos era a melhor descrição de um final de semana perfeito, principalmente quando eu não precisava pagar nada.

hoje todos nós estávamos na casa do Veiga, ele estava pagando o churrasco que nós tínhamos apostado no desafio do travessão, no final do treino de terça-feira.

claro que o meu amor estava comigo.

por incrível que pareça, nenhum dos jogadores soltaram piadinhas perto dela, pelo fato de que segundo eles eu dormi com outra mulher e que ela se sente extremamente mal e desconfortável. claro que foi o protetor dela, quero dizer, o Dudu, que colocou isso na cabeça de todo mundo. pelo menos ninguém iria encher meu saco hoje.

— ô seu coisa. — Raphael me chamou. — me ajuda aqui com as bebidas.

— eu sou convidado, tenho que ser servido. — me levantei e Veiga me deu um tapa na cabeça.

— cala a boca, 'moleque. — ele disse. — e aí, como você e a Maya estão?

— sabia que tinha coisa aí. — disse. — ah, normal, a gente se cumprimenta, mas mais por educação, sabe?

— e você 'tá tranquilo? não pensa nem em correr atrás? — ele questionou pegando as garrafas da minha mão e colocando na geladeira.

— não, já corri muito atrás, prefiro ficar na minha. — desviei o olhar.

— então 'tá. — ele disse desconfiado. — você que estava no quarto 202, 'né? — assenti. — na hora que eu estava saindo a camareira me entregou essa pulseira, disseram que esqueceram no seu quarto.

Veiga colocou uma pulseira da pandora em cima do balcão. era da Maya, só de bater o olho eu já sabia, pelo fato de que quase todos os berloques tinham sido dados por mim, fazendo referência a nós dois.

— ah, era daquela atriz, ela deve ter esquecido no quarto. — menti. coçando a cabeça.

— 'tá bom, já chega. tem alguma coisa acontecendo e eu gostaria de saber o que é. — Veiga se virou e me olhou. mas graças a Deus, Gabriel entrou na mesma hora na cozinha.

— Veiga, onde tem pano de prato? — ele disse olhando ao redor. — 'caralho, que pulseira bonita, de quem é?

— é da menina que 'tava comigo. — respondi e Menino riu. aquilo ali já estava começando a sair do controle.

— Rapha? — escutei a voz de Maya. — ai, ainda bem que eu te achei, a gente pode conversar.

— podemos sim, aqui? — ele questionou.

— sim, não tem problema. — ela sentou em um banco, se apoiando no balcão. — ei, minha pulseira. eu perdi ela na noite da festa do branco, onde você achou?

— o que!? — Raphael exclamou.

— ah meu Deus! — Gabriel gritou, literalmente.

puta que pariu, fodeu, fodeu muito!

— pelo amor de Deus, o que aconteceu? — Luan perguntou entrando na cozinha, junto dos outros.

luz que me traz paz, richard riosOnde histórias criam vida. Descubra agora