d é c i m o s e x t o

441 42 1
                                    

Entrámos no pequeno restaurante. Lá fora chovia e trovejava imenso, mas eu e Amnesia conseguimos chegar totalmente secos ao interior do restaurante. Era hora de jantar, mas este não estava muito ocupado, provavelmente pelo tempo terrível lá fora. Só dois ou três grupos de pessoas comiam naquele espaço tão acolhedor. Eu e Amnesia dirigimo-nos à nossa habitual mesa de 4 lugares, mas parámos a meio do caminho. Já não tínhamos o nosso pai connosco e a nossa mãe não estava presente... Éramos só dois. E foi por isso que abandonámos aquela tão familiar mesa de 4 pessoas e nos dirigimos para uma desconhecida de apenas 2. Se quiséssemos realmente amar-nos, ia ser assim a nossa vida. A dois apenas. Porque ninguém nunca aceitaria uma relação entre dois irmãos. Além de Michael, talvez...
Sentámo-nos à mesa e começámos a conversar sobre os mais variados assuntos, como sempre fazíamos. Sabíamos que por vezes o atendimento era lento já que Mrs. Tifanny e o seu filho eram os únicos empregados, por isso esperámos de bom grado.

'Achas que alguém vai descobrir sobre aquilo?' Amnesia mordeu o lábio, nervosa, e percebi que ela estava a falar sobre a morte da nossa avó e da empregada.

'Não. A mãe é boa a ocultar evidências e eu sou bom a... Bom...' Não quis usar a palavra «assassinar». 'Mas não penses nisso, amor. Estamos aqui para nos divertir.' Sorri-lhe e fiz-lhe uma festa na coxa; era difícil não demonstrar sentimentos ou qualquer tipo de carinho em público, ou pelo menos naquele local onde havia probabilidade de nos reconhecerem. Só queria beijá-la.

'Mas teremos de nos preocupar quando voltarmos...'

'É verdade.' Confirmei. 'Mas planeio ficar aqui um bom tempo, portanto... Não interessa.' Trocámos um sorriso e a minha irmã depositou-me um beijo no canto da boca. Nada discreta.
No momento seguinte, um empregado estava ao nosso lado. Ao início ele não nos reconheceu; eu estava muito mais alto e adulto, e a Amnesia muito mais mulher, mas eu reconheci-o imediatamente. Ele tinha crescido um pouco mas as feições eram as mesmas. Era o filho de Mrs. Tifanny e estava pronto a apontar os nossos pedidos. Este olhava para o bloco de notas que tinha na mão e ignorava-nos.

'Boa noite, obrigada pela preferência no nosso restaurante. O que vão querer? Já decidiram?'

Ri-me e levantei-me.

'Não reconheces velhos amigos, Ashton?' Ele tirou os olhos do bloco de notas e olhou-nos surpreendido. As suas sobrancelhas ergueram-se, mas todas as memórias de infância que tínhamos juntos pareceram ocorrer-lhe na mente, já que um sorriso gigante se formou no seu rosto pouco depois.

'Luke? Amnesia? Oh meu deus!'

Abraços e beijos foram trocados, assim como vários sorrisos. Ashton contou-nos que estava prestes a entrar na faculdade e que pretendia ser arqueólogo. Muito a cara dele mesmo. Perguntou pela nossa mãe e pelo nosso pai e lamentou a morte dele, mesmo não gostando muito do nosso progenitor. E claro, elogiou a minha irmã. Não gostava nada daqueles elogios baratos.

'Então, Amnesia, e namorados?' Perguntou ele, na brincadeira. Já não estava a gostar nada da conversa. Ela era minha namorada.
Eu e ela trocámos um olhar suspeito.

'Oh... Nada. Não gosto de ninguém neste momento... Nem estou disponível.' Ela balbuciou, atrapalhando-se toda nas palavras. Ashton riu-se.

'Aposto que o Luke mata qualquer um que se chegue perto de ti!'

Pois... Mal ele sabia o quão certo estava...

'Mas e a tua mãe, Ashton? Está por aí? Nunca mais a vi.' Mudei de conversa radicalmente.

Ele sorriu imediatamente. Não pareceu ter percebido.

'Oh sim, ela vai adorar ver-vos. Vou só chamá-la.'

Ele foi-se.

'Credo, ele cresceu...' Comentou Amnesia, observando-o. 'E ficou, tipo, muito giro... Muito giro mesmo.' As minhas sobrancelhas ergueram-se e logo um olhar de ira tomou conta dos meus olhos. Ela ficou vermelha. 'Hmm... Calma, não foi bem isso que eu queria dizer... Só estava a comentar que ele estava bem grande agora e...'

'Eu não chego?' Perguntei imediatamente, furioso. 'É por ser teu irmão ou assim que não chego? É isso?'

Ela olhou-me, chocada e magoada.

'Luke, eu amo-te a ti, não o amo a ele!'

'Então prova-o.'

Ela revirou os olhos e inclinou-se sobre a mesa. Naquele momento não pensei em mais nada além na vontade de mostrar a toda a gente que ela era minha, só minha, e que eu era o único que podia tocar-lhe. As nossas línguas perderam-se uma na outra numa troca de saliva ávida, até ao momento em que um grito ao nosso lado fez Amnesia dar um pulo.

Era Ashton. Merda.

'LUKE?! AMNESIA?!' Ashton estava chocado. Deixou cair o tabuleiro que carregava, fazendo um estrondo do outro mundo.

'Em carne e osso, amigo.' respondi, ironicamente.

'ISSO É INCESTO!' E novidades? 'VOCÊS SÃO NOJENTOS, ABSOLUTAMENTE NOJENTOS!' Os gritos dele ouviam-se por todo o restaurante e toda a gente parara para ver o espetáculo. Ashton nem queria acreditar no que via, pelos vistos. 'VOCÊS SÃO IRMÃO E IRMÃ! ÉS UM PEDÓFILO NOJENTO LUKE!'

Eu queria desfazer-lhe a cara, mas sabia que Amnesia estava quase a desfazer-se em choro ao meu lado e sabia que toda a gente olhava para nós com ar de nojo. Agarrei-lhe na mão, apertando-a, e levantei-me.

'Acaba com o drama, Ashton.' Cuspi. 'Estamos de saída.'

Ele olhou-me com ódio.

'A tua mãe vai saber disto, Hemmings.'

'Não quero saber, conta-lhe à vontade.'

Porém, quando eu e a minha irmã saímos do restaurante, com chuva a cair-nos em cima, percebi que Ashton ia ser um problema... Dos graves... E precisava de ser eliminado.
E rápido.

[consegui atualizar porque ganhei a disposição e tal... Enfim... Well, vou tentar ir atualizando as outras este fim de semana mas não sei quando haverá outra atualização.]

[editing] for the love of my brother ¦ LUKE HEMMINGS ¦Onde histórias criam vida. Descubra agora