d é c i m o q u a r t o

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Já tinha saudades do Luke e da Amnesia. Além do mais, não conseguia dormir. Espero que gostem, apesar do capítulo pequeno. Não tenho cabeça para mais.
Ah, mais um aviso! No meu verão, acho que vou reeditar todas as minhas histórias... Mas bom, isso logo se verá. Por agora, enjoy.

"Não vale a pena falarmos disso agora, Amnesia." Despachei o assunto, com um tom de voz frio e distante. Olhei pela janela, afastando ligeiramente a cortina, e consegui perceber que Herrickson já se tinha ido embora. Estúpido do caralho. Íamos ajustar contas mais tarde. "São só os joguinhos estúpidos que aquele cabrão está a tentar fazer connosco. Não fizeste nada de mal a ninguém."
Porém, nem eu estava certo do que dizia.

A minha irmã não disse nada. Não acreditou em mim, mas acho que esta preferia manter-se na ignorância em vez de me fazer falar e enfrentar a verdade.
Com as lágrimas ainda a escorrer pelo rosto, levantou-se do canto onde estava caída e sentou-se no sofá, numa posição desconfortável. Um silêncio estranho instalou-se na sala. Raramente tínhamos aqueles silêncios.

"Devias ir tomar um duche e ir dormir." Ordenei, sem sequer olhar para a sua cara. Não ia conseguir enfrentá-la depois de ela ter escavado até ao meu mais profundo segredo. Depois de ter visto o que viu... Não sei. Esta não disse uma palavra; limitou-se a abanar a cabeça. Mas, antes disso, tinha de lhe fazer uma pergunta. "Amnesia?" Esta parou de andar. "Porque é que escolheste vir cá para casa? Eu mandei o taxista ir até à morada do Michael."

A sua voz saiu fina, porém decidida e segura. Até me admirei.

"Porque não queria estar com o Michael."

Evitei que um sorriso se desenhasse nos meus lábios. Não queria que ela o visse.

"Por alguma razão em especial?" Estava de costas para ela na cozinha a mexer numas gavetas, fingindo não estar a tomar atenção à nossa conversa nem que esta me interessava. Mas não. Nada disso. Estava muito interessado em ouvir a sua justificação.
Quase senti os seus ombros a encolherem atrás de mim.

"Não gostas de me ver perto do Michael. Nunca gostaste, apesar de ele ter namorada. Só queria evitar mais confusão..."

E, nos seus passinhos leves e delicados, deixou a divisão.

Flashback on
"Amnesia?" Abri a porta do quarto da minha irmã. Vazio. O seu computador estava ligado e um site de roupa brilhava através do ecrã. O seu telemóvel estava pousado ao lado do computador, assim como uma revista da blitz semi aberta. Isto provava que ela não tinha saído.
What the fuck? Onde é que a minha irmã estava?
Dei umas passadas rápidas até ao meu quarto e, quando abri a porta, o que vi deixou-me mais do que furioso.
Michael e Amnesia estavam os dois, muito divertidos, a confraternizar em cima da minha cama. Um sorriso iluminava o rosto da minha irmã e o meu melhor amigo também estava muito animado. Amnesia penteava-lhe os cabelos recentemente coloridos, e este contava-lhe uma experiência qualquer que ele tivera com o skate. Os seus corpos estavam demasiado próximos e havia um sorriso suspeito em Amnesia. Ela não me fazia aquele sorriso porque me via como seu irmão e não como seu potencial parceiro. Foi aí que senti a raiva a começar a apoderar-se de mim.
Quando Amnesia me viu à porta do quarto, logo se afastou de Michael e veio até mim. Mas nada conseguia acalmar a raiva que sentia cá dentro, o ciúme estúpido e doentio que sentia quando alguém chegava perto da minha irmã. Cerrei os punhos e tinha a certeza que todas as veias do meu corpo estavam salientes.

"Olá mano." Tentou ela disfarçar, dando-me um abraço. Mas nada ia acalmar os meus ciúmes naquele momento. "Está tudo bem?"

"Se está tudo bem?" Perguntei, já furioso. "O que é que estavam os dois a fazer no meu quarto fechados?"

Michael riu-se, o que me deu ainda mais vontade de lhe cuspir na cara.

"Estava só a falar com a tua irmã, meu!"

"Então evita falar." Resmunguei. Os olhares de ambos cruzaram-se. Suspiraram. Amnesia mordeu o lábio.

"Eu vou para o vosso quarto. Deixar-vos a sós."

Nesse dia, lembro-me que discuti tanto com Michael que ficámos um mês sem falar. Lembro-me que quase bati em Amnesia.
Aquele foi também o dia em que a minha mãe descobriu que eu amava a minha irmã.

Flashback off

E foi precisamente isso que fiz a Amnesia de novo. Afastá-la, deixá-la ir-se embora para o seu quarto sem resolver as coisas, para depois ter um ataque de nervos, berrar com ela e arruinar tudo. Foi por isso que, meia hora depois, subi as escadas rapidamente até ao quarto da minha irmã. Estava sempre arrumado pois nenhum de nós o frequentava; dormíamos ambos no meu. Ela encontrava-se confortavelmente deitada, com a cabeça pousada num peluche e todo o seu corpo coberto por uns cobertores peludos. Parecia demasiado sozinha e incompleta sem mim.
A suspirar, deslizei para dentro dos lençóis cor de rosa da minha irmã. Esta assustou-se ao sentir a minha presença mas, quando me reconheceu, logo deitou a cabeça no meu peito. Ficamos assim alguns minutos. Talvez horas. Gosto de pensar que ficámos assim meses. Mas a pergunta teve, eventualmente, de chegar.

"Porque é que matast-"

"Não." Interrompi. Ainda não estava preparado. "Vamos deixar isso para outra altura. Aprecia só este momento."

Apesar do meu desejo eminente em tê-la deitada em cima de mim, com a sua cabeça encostada ao meu pescoço, os seus lábios nos meus, o prazer de poder fazê-la sentir-se bem... Não era o momento adequado. Limitava-me a apreciar o seu cheiro, a leveza da sua respiração e o seu cabelo suave. Limitava-me a apreciar a sua presença que tanto me acalmava e tão bem me fazia.
Precisava de amá-la longe de toda aquela loucura.

"Sabes o que podíamos fazer?" Tinha o sítio perfeito em mente. "Devíamos ir para a casa do pai na praia."

O meu pai tinha-nos deixado uma casa na praia. Era uma casa simples e pequena, porém extremamente bonita e com uma vista espetacular. Era literalmente uma casa no meio da areia, a poucos metros da rebentação do belo mar. Assim que ouviu falar na casa de praia, Amnesia começou logo a sorrir.

"Porque não?"

Acenei. A minha irmã encostou-se mais a mim e os nossos corpos apertaram-se mais um contra o outro, quase a ponto de se fundirem. Pensei no quão divertido seria passarmos algum tempo na casa da praia. Ela sempre adorara a casa da praia. Lá ninguém sabia que éramos irmãos. Podíamos amar-nos à vontade, podíamos agir como irmãos e amigos num dia, e amantes condenados no outro. E seria assim. E era assim que eu queria que fosse.
Aquela casa seria o local perfeito para, finalmente, conseguir amar a minha irmã longe da loucura.

Eu sei. Está uma porcaria mas ando cansada e bué done com tudo e meh. Mas, sem querer mandar spoiler.... Preparem-se para os próximos capítulos bc damn!!!! Vem aí cenas hot hehehe!!! Beijinhooos

[editing] for the love of my brother ¦ LUKE HEMMINGS ¦Onde histórias criam vida. Descubra agora