p r ó l o g o ✓

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Antes de começar, a fanfic foi alterada e reescrita, por isso aconselho a que seja lida de novo, mesmo que já a tenham lido. A minha escrita mudou um pouco desde o início desta história, por isso, se notarem alguns factos estranhos/erros ortográficos/qualquer outra coisa avisem-me pois não passa de um erro na edição da história.

Obrigada por lerem.


FOR THE LOVE OF MY BROTHER,,, 

"Então é assim que vai ser? Vai tudo acabar assim?"

Luke não me respondeu. Girava a faca ensanguentada e enferrujada entre seus dedos com uma perícia e destreza assustadoramente impressionantes e sem sequer pestanejar enquanto o fazia. Não tinha noção que ele era assim tão bom com facas; era como se tivesse treinado toda a vida, pela forma como a rodava e não a deixava cair. O objeto afiado metálico na sua mão fazia o meu estômago embrulhar, mas ainda sabia que ele era o Luke. O meu Luke, o Luke que nunca me magoaria.

Ou pelo menos era isso que eu esperava.

Aproximou-se de mim em passos lentos e silenciosos. Ao tentar fugir do seu alcance, percebi que não havia escapatória possível. Sentia a superfície da parede dura e gelada que me encurralava a arranhar-me as costas e a atirar-me, lenta e dolorosamente, para a morte. Para a morte nas mãos da pessoa que eu mais amava no mundo.

Mas eu estava morta há muito tempo. E com Luke acontecia exatamente o mesmo. Talvez até fosse aceitável morrer nas suas mãos. Talvez fosse o mais correto a fazer-se. Talvez fosse a solução para tudo.

Foi por isso que não fugi nem me mexi mais, limitando-me a respirar fundo e a aceitar o que estivesse para vir.

Mas, lá no fundo, desejava. Desejava muitas coisas.

Desejava ter percebido tudo mais cedo.

Desejava ter alertado a minha mãe.

Desejava não amar Luke.

Desejava que tudo fosse diferente.

Mas desejar não chegava.

Os passos do meu irmão cessaram. O seu corpo encontrava-se a poucos centímetros do meu, mas este não me tocava nem se dignava a olhar para mim, preferindo fitar o chão, impedindo-me de ver o seu rosto anteriormente tão angelical e bonito, que naquele momento devia estar transfigurado pela raiva e pelo ódio.

Não aguentando mais, decidi deixar de fitar a morte e passei a fitar o chão, esperando pelo golpe final e pelo meu último suspiro. O chão estava ensanguentado, tanto pelo sangue que me escorria da cara e dos braços como pelo de Luke, que lhe escorria pelos cantos da boca e pelo nariz, mas havia algo mais. Gota sucessivas de água caíam no chão de madeira anteriormente tão limpo e envernizado, deixando o rasto de pequenas manchas mais escuras nos locais onde as lágrimas caíam e se fundiam com o chão poeirento.

Só quando ouvi um soluço e o corpo do meu irmão a tremer descontroladamente é que percebi que não era eu quem chorava. Era ele. Chorava. Luke Hemmings, o meu irmão, chorava abertamente à minha frente. E, segundos depois, fez a última coisa que eu esperava numa situação daquelas: abriu finalmente a mão esquerda, a mão em que segurava a faca, e o objeto mortal foi parar ao chão com um ruído metálico, deixando um Luke aterrorizado e a tremer à minha frente.

Engoli em seco, mas a única coisa que senti presa na minha garganta foi o gosto metálico do sangue. LUke não se mexeu mais, a faca não se mexeu mais, e eu também não me mexi mais, mas tudo à nossa volta parecia girar. Um zumbido impossível de se aguentar povoava os meus ouvidos e sentia-me a flutuar e não a pisar o chão. Mas eu precisava de me manter calma; precisava de manter a calma, precisava de tentar resolver aquilo. Não estava nada perdido. Luke tinha-se recusado a magoar-me.

Ainda havia algo humano nele.

"Luke?" Antes que pudesse parar-me, senti a minha mão a mover-se sozinha e, trémula, a pousar no ombro dele.

Este levantou o seu rosto aos poucos, ainda sem mo deixar observá-lo completamente. Vestígios de sangue povoavam a sua pele tão branca e macia, uma tonalidade vermelha agressiva tinha-se apoderado dos seus olhos azuis tão iguais aos meus e o seu lábio, o lábio inferior que eu tanto gostava de morder, tremia. Tremia assim como todo o seu corpo. 

Ele fitou-me.

E o meu mundo explodiu em dor.


[editing] for the love of my brother ¦ LUKE HEMMINGS ¦Onde histórias criam vida. Descubra agora