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Renato

Acordei hoje e fui buscar o carro na oficina e resolver algumas coisas mas não importa o que eu faça ainda não consegui tirar a doutora da minha cabeça e depois daquele sonho então, parece que tá impossivel.

Chego em casa e vou almoçar, faço algo rápido, pensando nisso tem que encontrar alguém pra arrumar aqui, vou pedir a Carol pra ela fazer isso pra mim.

Almoço, pego meu celular e vejo uma notificação de mensagem e vejo que é do Mauro, um amigo de longa data, me chamou pra tomar uma bebida com ele, respondo a mensagem e marcamos pras duas da tarde.

Depois do almoço, assisto algo mas acabo dormindo quando acordo vejo que já são uma da tarde. Levanto de vou tomar banho, de banho tomado, me arrumo e vou pra casa dele  como combinado.

Ao chegar lá, toco a campanha e a governanta da casa atende a porta e diz que vai chamar ele.

_E aí, Renato - Ele diz descendo as escadas.

_ E aí, Mauro. Como você tá cara? - Eu pergunto e nos cumprimentamos com um aperto de mãos e um abraço.

_ Tô bem e você? Quanto tempo hein -Ele diz se sentando no sofá e apontando pra mim fazer o mesmo.

_ Muito tempo mas que bom que você tá por aqui. E como vão as coisas lá em Porto Alegre? -Ele me pergunta.

_ Cara nem te conto,a torcida tá me botando uma pressão do caramba em cima de mim mas eu estou de mãos atadas, você sabe que o meu elenco é limitado ainda mais com mais da metade dos meus jogadores no departamento médico. -Digo em forma de desabafo.

_ Caramba cara, já te falei pra largar essa vida de técnico e ir curtir, a gente já tá velho cara, eu também já passei a empresa pro meu filho. -Ele diz enquanto se levanta e prepara dois copo de whisky.

_ A eu não consigo, bom, não agora. Acho que ainda tenho muito a conquistar.  -Digo e ele me dá um copo e eu bebo um gole de whisky.

_Você mesmo depois de velho continua ambicioso hein Renato.  -Ele diz rindo e e bebendo um gole do whisky.

_ Velho é você, é claro não há idade para realizar grandes conquistas. -Digo.

_ Mas deixando isso de lado e que coisa foi essa de separação com a Maristela? -Ele pergunta, continua um fofoqueiro esse Mauro.

_ A ela que surtou um dia e pediu o divórcio, eu não tava nem doido de negar. Ela disse que tava infeliz com a vida que levava, disse que eu vivia mais no CT do que me casa, a melhor saída foi separar. -Digo e bebo o whisky.

_ Caramba, sua vida tá bem agitada, lá por Porto Alegre hein. -Ele diz e nós rimos da situação.

_ Mas e você como vai? -Pergunto.

_Bom, eu passei as responsabilidades das minhas empresa pro Júlio. Já não aguentava esse mundo de burocracias, agora eu curto o bom e velho sossego. -Ele diz e eu o invejo por isso.

_ Bom, foi realmente muito bom, teve ver novamente Mauro mas agora eu tenho que ir, ainda tenho que ir as compras ainda não encontrei alguém pra trabalhar lá em casa e resolver essas coisas. -Digo me levantando.

_Eu entendo, meu amigo. A espere um momento, eu já estava me esquecendo. -Ele diz, se levanta e vai até uma mesa perto de uma estante e volta com um envelope e me entrega.

_  O que é isso? - Pergunto.

_ Vamos dar um baile beneficente próximo final de semana, em prol da nossa fundação que cuida da saúde mental, de crianças, jovens e idosos. -Ele diz e eu acho muito bacana a ideia.

_ Que bacana, Mauro. Parabéns e pode contar com minha presença. -Digo, então nos despedimos.

Chego no carro guardo o convite, e vou direto para o mercado.

Entro no mercado, pego um carrinho e saio colocando, tudo que preciso, até que no momento que estou não sei comprar melão. Então me enrolo todo e sem querer acabo derrubando um melão, na cabeça de alguém que tava abaixado ao meu lado e eu não tinha percebido, caramba, acho que a doutora me contaminou com o jeito desastrado dela penso e rio.

_ Ai porra. - A pessoa que tava abaixada diz se levantando e passando a mão na cabeça, e não, não é possivel isso. Terceira vez? Já posso pedir música no fantástico desse jeito.

_Eu não acredito nisso, doutora. -Digo incrédulo com tamanha coincidência.

_ Eu que não acredito nisso. O que você tem contra mim, Portalupi? -Ela pergunta rindo pasando a mão na cabeça.

_ Me desculpa, não vi que você tava ai embaixo. Aliás, o que você tava fazendo ai agachada?  - Pergunto, curioso.

_ É que eu tava pegando uma laranja que eu derrubei. -Ela diz e eu rio, ela realmente é desastrada. _Uau, desses nossos acidentes esse foi o mais inusitado de todos, uma melãozada ma cabeça.  -Ela diz rindo.

_ Pois é doutora. Será que um dia vamos nos encontrar sem nos envolvemos em algum acidente? -Pergunto.

_Não sei mas vou comprar um capacete, tenho que estar preparada a final podemos nos encontrar em qualquer lugar. -Ela diz sorrindo e caramba, ela tem um sorriso tão lindo, eu já havia percebido mas caramba, é muito lindo, acho que passei tempo demais olhando ora ela porque ela pigarreia.

_ Ah, tu tá exagerando doutora. -Digo voltando a mim.

_ Você diz isso, porque não foi você que tomou uma melãozada na cabeça. E outra, quem é que gosta de melão? É a fruta mais sem gosto do mundo. -Ela diz indignada.

_Você está errada, melão é simplesmente a melhor fruta do mundo. - Digo.

_ Claro que não, a melhor fruta do mundo é Tangerina. - Ela diz e eu discordo totalmente.

Continuamos as compras conversando, algumas vezes ela até me ajudava, como na parte das verduras e dos legumes. Terminamos nossas compras, pagamos e quando saímos do mercado, por coincidência nossos carros estavam lado a lado, então ajudo ela a guardar suas compras.

_ Bom, você vai na frente. -Ela diz e eu estranho.

_Por que? -Pergunto com uma sobrancelha erguida.

_Porque eu simplemente não quero bater o meu carro novamente, já gastei horrores na oficina só essa semana. -Ela diz rindo.

_ Você tem razão mas pode ir primeiro. -Digo.

_Tudo bem, então tchau, Portaluppi. -Ela diz.

_Tchau doutora. 

Então ela se aproxima pra nos despedirmos, então ela me dá um abraço mas na hora dos beijinhos, acho que nós pensamos o mesmo, então acabmos dando um selinho. Ela fica toda envergonhada e rapidamente me solta e entra no carro, buzina pra mim e vai embora, enquanto eu ainda estou parado abobado.

Caramba, justamente quando eu estava querendo tirar ela da minha mente isso acontece, a doutora porque você faz isso comigo.

Amor em campo [RENATO GAÚCHO]Onde histórias criam vida. Descubra agora