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Elisa

Me viro para ver quem está me cumprimentando e vejo Júlio César muito bem arrumado, com um sorriso de lado, um cara muito confiante, um cara totalmente diferente daquele que ficou transtornado na minha frente durante nossa consulta.

_ Que surpresa, você por aqui. -Digo envergonhada.

_Surpresa porque? Este é um evento beneficente, eu sou um cara rico, estou aqui para ajudar a caridade. -Ele diz e realmente faz sentido, eu que fui lerda agora.

_E além do mais, meu pai é o dono da fundação. -Ele diz e eu fico chocada.

_ Ah eu não sabia. -Digo e ouço o Renato pigarrear atrás de mim.

_ Ah que cabeça a minha esqueci de apresentá-los, Júlio esse é o Renato e a Carol filha dele que é minha melhor amiga, Renato e Carol esse é o Júlio, um... digamos amigo.  -Digo pois não posso dizer que ele é meu paciente, questão de ética e porque são consultas sigilosas.

Então Júlio cumprimenta Carol com um aperto de mão delicado, vai cumprimentar Renato e os dois estão incrivelmente sérios, eles se cumprimentam com um aperto de mãos firme e se olhando, olho no olho.

_ O evento está lindo Júlio. -Digo pra quebrar aquele clima tenso.

_ Concordo, só não está mais que você, doutora. - Ele diz e eu juro que posso ver o Renato revirar os olhos com os braços cruzados.

_Obrigada. -Digo sem jeito.

Por sorte alguém estava procurando por ele e o chama, então ele vai embora. Carol também sai, pois ela vai discursar daqui a pouco e só resta eu e Renato na mesa sentados lado a lado.

_Amigo aham sei. -Ouço o Renato sussurrar baixo e beber um gole de sua bebida.

_ O que você falou? -Pergunto e me viro pra ele.

_Eu? Eu não falei nada. -Ele diz com a cara mais sinica do mundo.

_ Certo, acho que foi coisa da minja cabeça então.  -Digo. Não acredito que ele acha que eu tenho algo mais com o Júlio, ele é apenas meu paciente, eu jamais me envolveria com um paciente.

_Coisa da minha cabeça uma ova, você falou e eu ouvi muito bem o que você falou, olha pra sua informação eu não tenho nada com o Júlio e nem pretendo ter, a gente só se conhece, não que isso seja da sua conta. - Eu digo,ele sorri balança a cabeça e bebe.

_Entendi, ele só não precisa tá te chamando de doutora afinal, você não está no trabalho.  -Ele diz. 

_Ué mas você me chama de doutora quando estou fora do ambiente de trabalho. -Digo, contestando e então ele olha para os lados e se aproxima de mim afasta as mechas de cabelo que estão soltas e põe atrás da minha orelha e fala.

_ Exatamente, eu chamo, justamente por isso que qualquer não pode sair te chamando como eu chamo, doutora.  -Ele diz ao pé do meu ouvido, aleluia arrepiei, realmente não é qualquer um que tem esse efeito sobre mim, então ele olha pros meu braços e me vê arrepiada dá um sorrisinho de lado e sai. O que acabou de acontecer?

Meu Deus, eu preciso sair daqui, levanto e vou ao banheiro, me olho no espelho por um tempo, retoco meu batom e volto para a mesa, ele já está lá novamente, volto morrendo de vergonha, tenho certeza que estou mais vermelha que meu vestido.

Então a Carol começa logo seu discurso, um discurso emocionante, achei incrível, ela realmente falou com o coração e como esperado, ela é aplaudida de pé.

Rapidamente, ela sai do palco e volta pra mesa.

_Parabéns minha filha, você foi incrivel, estou muito orgulhoso. -Diz Renato a abraçando e ela agradece, então ela vem até mim.

Amor em campo [RENATO GAÚCHO]Onde histórias criam vida. Descubra agora