22- Covarde

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Lee Minho's point of view

Eu estava em desespero, evitando se quer olhar para trás, definitivamente uma pilha de nervos. Quais são as chances? Como que a vida me faz tão de idiota ao ponto de logo ela e aquele "namoradinho" estúpido dela aparecerem bem quando eu estou na lanchonete?

—Só pode ser brincadeira.— Coloquei meu capuz sobre a cabeça.

—Por que você não fala o que sente pra ela?— Jisung indagou.

—Com o "namorado" dela aqui? Ficou louco?— Eu respondi irritado.

—Então admite que gosta dela?— O Han pergunta fazendo com que os dois prestassem mais atenção em mim.

—É claro que não!— Eu exclamei em resposta. —O que tem na cabeça de vocês? Pelo visto o cérebro ficou em falta!

—Calma Minho.— Changbin riu. —A Saemi pode te ouvir.

—Por favor não fala isso...— Peguei meu café com as mãos tremendo.

Eu senti uma presença atrás de mim, em desespero completo, acabei deixando meu café cair por toda a minha roupa. Meu casaco antes em uma coloração cinza acabou com uma enorme mancha marrom. Olhando para trás, ao invés de encontrar Saemi, a única pessoa que vi foi uma jovem atendente com um semblante assustado.

—Me desculpa, senhor.— Ela se curvou algumas vezes.

—Não! Tá tudo bem.— Eu falei antes de me levantar.

Praticamente corri até o banheiro, apenas olhando para trás uma única vez e droga, Saemi estava olhando diretamente para mim. Já em meu destino, eu esfreguei um pouco do sabonete líquido do banheiro contra a mancha em meu moletom, não obtendo sucesso. Depois de um bom tempo tentado, eu finalmente desisti e saí do banheiro encontrando uma bela surpresa, Saemi estava lá fora.

—Minho, eu sei que é você.— Ela disse. —Você não pode me escutar por um momento ou eu te assusto?

—Eu tenho que ir.— Praticamente murmurei sentindo uma vergonha incontrolável subir em meu corpo.

Andei com passos rápidos até nossa mesa, mas ao invés de me sentar, eu simplesmente puxei um pouco de dinheiro de meu bolso e coloquei sobre a mesa, ainda me sentindo ofegante.

—Obrigado por me pagarem um café, eu vejo vocês na escola.— Saí daquele lugar o mais rápido possível e voltei praticamente correndo para casa me sentindo um covarde.

(...)

Eu olhava para o teto ainda sentindo meu coração bater forte. Já fazia exatas vinte e oito horas desde aquele incidente estúpido da cafeteria, mas parecia que foi há uma hora. E como qualquer noite de domingo, eu me mergulhava cada vez mais em uma mistura horrível de felicidade por ser fim de semana e uma tristeza iminente por lembrar que amanhã eu teria que recomeçar tudo até o doce gosto do sábado me encontrar novamente.

O tédio característico de qualquer noite de domingo desde que fui morar sozinho me consumia tanto quanto aquele sentimento estranho, isso até eu receber uma ligação. Eu atendi meu telefone no automático, sem realmente prestar atenção em quem estava me ligando, mas quando ouvi aquela voz, tudo no mundo pareceu irrelevante.

—Ótimo! Você atendeu!— Saemi exclamou do outro lado da linha.

—Saemi?— Indaguei sentindo meu coração quase sair pela a boca.

—Não desliga por favor!— Ela pediu parecendo desesperada. —Se você desligar essa chamada eu vou bater na sua porta igual a uma louca! Você sabe que eu posso não bater bem da cabeça quando eu quero!

—Fica tranquila, eu não vou desligar.

—Por que você me evitou esse tempo todo? Tem algo de errado?

—Claro que não!

—Então por que me evitou?

—Eu não sei.— Suspirei. —Só me diga o que queria dizer.

—Calma, eu preciso de um pouco de preparo psicológico pra isso.— Ela suspirou enquanto fazia uma pausa em sua fala.

—E então?

—Me desculpa.

—O que?

—Me desculpa por brigar com você aquele dia, eu...— A Guk fez uma pausa novamente.

—Você...— Eu disse segurando meu riso. No fundo, eu estava me divertindo com tudo aquilo.

—Pode ter um pouco de calma? Isso não é uma coisa que saí assim tão fácil.— Ela suspirou de novo. —Eu acho que você estava certo.

—Eu estava, é?— Eu ri. —Obrigado por admitir que eu estava certo pelo menos uma vez.

—Por favor não se gabe por isso, você não sabe o quão difícil foi dizer uma coisa dessas!

—Tá bom.— Me sentei em minha cama. —Eu também queria te pedir desculpas.

—Por que?

—Por te ignorar, na escola e na cafeteria.

—Então estamos quites agora.

—É, estamos quites.

—Vamos fazer um trato.

—Que tipo de trato.

—Espera... Que dia é hoje?

—Dezoito.

—A partir de hoje, dezoito de outubro, eu, Guk Saemi e você, Lee Minho, vamos fazer um tratado de paz e tentar ao máximo se aturar.— A garota sugeriu antes de fazer uma curta pausa. —Vamos evitar brigas por coisas idiotas, feito?

—Feito.— Eu sorri. —Vamos nos aturar agora.

—É, vamos.— Ela disse. —Estou des...

—Espera, Saemi.— Eu a interrompi. —Eu quero te fazer uma pergunta, acho que uma garota deve entender melhor sobre isso...

—Diga.

—Meu amigo "A" conhece uma menina "B" desde quando eles eram crianças. Só que o "A" tá começando a sentir algumas coisas estranhas sobre a "B", tipo, ele se sente estranho perto dela e principalmente agora que ela arranjou um "namoradinho", o "C". "A" anda sentindo uma raiva sem motivo pelo "C" e realmente acha que o "C" não merece a "B".— Expliquei. Claro era exatamente o que estava acontecendo comigo em relação a ela, mas Saemi não poderia saber. —O que você acha?

—Isso é simples, o "A" gosta da "B" e ficou com ciúme dela com o "C".— A Guk respondeu como se fosse a coisa mais simples do mundo.

—Ciúme?

—É! O que mais poderia ser? O "A" tá com certeza na dela.

—E o que ele devia fazer.

—Ser sincero com a "B".— Meu coração palpitou. —"A" tem que falar o que sente pela "B" antes que ele a perca.

—Você acha isso mesmo?

—Acho.

—Obrigado por responder isso.— Eu agradeci. —Boa noite Saemi.

—Diga a seu amigo que estou lhe desejando sorte, tá bom?

—Tá certo.— Desliguei a chamada.

Soltei um suspiro que nem notei estar segurando, eu me sentia um completo idiota depois de ter simplesmente falando tudo para Saemi daquela forma ridícula. Me deitei ainda com um sorriso bobo no rosto enquanto sentia meu coração se desacelerar um pouco, nossa, isso é ridículo.

Acho que eu tô meio apaixonado por Saemi, mas isso ainda não parece o certo.

The Jerk Next DoorOnde histórias criam vida. Descubra agora